Chefe da diplomacia turca manifestou-se descontente com a proposta dos EUA sobre a criação de uma "zona de segurança" no norte da Síria e ameaçou com uma nova ofensiva se não for alcançado um acordo.
O chefe da diplomacia turca manifestou-se nesta quarta-feira descontente com a proposta dos EUA sobre a criação de uma “zona de segurança” no norte da Síria e ameaçou com uma nova ofensiva se não for alcançado um acordo.
Mevlut Cavusoglu fez estas declarações depois de as delegações norte-americana e turca debaterem uma possível zona de segurança ao longo da fronteira com a Turquia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turcos disse ainda que a Turquia e os Estados Unidos não concordaram com o tamanho da possível zona ou como seria administrada.
Na terça-feira, as autoridades turcas e norte-americanas começaram a planear o estabelecimento de uma “área de segurança” no norte da Síria para criar uma zona tampão entre a fronteira turca e os combatentes curdos.
A criação do dispositivo foi proposta em janeiro pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, numa altura em que Ancara ameaçou lançar uma ofensiva contra uma milícia curda apoiada por Washington.
De acordo com Ancara, Trump propôs criar, no norte da Síria, uma zona de vários quilómetros de distância da fronteira turca para separá-la dos territórios controlados pela milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG).
O anúncio do início das reuniões para avançar sobre este assunto ocorreu enquanto a Turquia ameaça lançar novas operações contra as YPG.
O exército turco já lançou duas ofensivas entre 2016 e 2018 no norte da Síria contra posições da formação armada curda YPG.
O Governo turco descreveu as YPG como um “grupo terrorista” devido aos seus laços estreitos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização que tem realizado um sangrento combate de guerrilha contra Ancara há mais de 30 anos.
Contudo, as YPG são apoiadas por vários países ocidentais, como os Estados Unidos e a França. Os combatentes curdos estão na vanguarda da luta contra os ‘jihadistas’ do grupo extremista Estado Islâmico (EI) na Síria.