terça-feira, 17 de julho de 2018

Partido Frelimo em polvorosa em Sofala

Presidente do Conselho Municipal de Nhamatanda proibido de concorrer ao segundo mandato


Quando, na cidade da Beira, o partido Frelimo parece não ter rumo, o presidente do Conselho Municipal de Nhamatanda, na mesma província, Manuel Olesse, eleito pelo partido Frelimo nas eleições anteriores, teve o seu nome retirado da lista provisória dos cabeças-de-lista dos candidatos da Frelimo às eleições autárquicas deste ano, por ser acusado de corrupção. 
Mas os secretários de bairro no município de Nhamatanda não têm esse entendimento, e, por isso, no passado sábado, saíram à rua para contestar Manuel Farinha, primeiro-secretário da Frelimo, a quem acusam de estar a penalizar Manuel Olesse por este se ter recusado a oferecer uma viatura, casa e dez cabeças de gado bovino como condição para o colocar como cabeça-de-lista.
António Ambrósio, representante dos secretários de bairro em Nhamatanda diz que a retirada do nome de Manuel Olesse da lista provisória é o cúmulo da vergonha, perpetrado por membros da Frelimo em Nhamatanda. “Estamos muito preocupados com o que está a acontecer aqui em Nhamatanda. 
O primeiro-secretário da Frelimo é corrupto. Está a estragar o partido. Não permitiu haver consultas das bases do partido e nem da população sobre se o actual presidente do Conselho Municipal poderia, ou não, concorrer para a sua sucessão e ser cabeça-de-lista. Estamos surpreendidos por aparecerem outras figuras indicadas como possíveis candidatos”, disse António Ambrósio e acrescentou que Manuel Olesse está a ser penalizado por ter reprovado vários projectos de empresas-fantasmas apresentados por membros da Frelimo que tinham como objectivo o desvio de fundos do Estado.
Manuel Farinha diz que Manuel Olesse tem um processo no GCCC
Num contacto com Manuel Farinha, primeiro-secretário da Frelimo em Nhamatanda, este negou as acusações e disse que Manuel Olesse, actual presidente do Conselho Municipal de Nhamatanda, está a enfrentar um processo-crime no Gabinete Central de Combate à Corrupção na província de Sofala e que, por causa disso, está proibido de se recandidatar. 
“Isto é tudo um mal-entendido. Não há nada de corrupção aqui no distrito. O que estamos a fazer é eleger aqueles três camaradas para cabeças-de-lista com ficha limpa e sem problemas na Justiça. O actual presidente do Conselho Municipal de Nhamatanda tem processo-crime no GCCC. Logo, como mandam as regras, está proibido de concorrer”, disse. (José Jeco, na Beira)
CANALMOZ – 17.07.2018

Sem comentários: