quarta-feira, 11 de julho de 2018

Hipocrisia governativa, até quando?

Hipocrisia governativa, até quando?
1. No âmbito do desenvolvimento de seus trabalhos enquanto o mais alto representante do órgão executivo do Estado, o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, esteve reunido, neste último fim-de-semana, em sessão extraordinária do Governo Distrital de Homoine, na Província de Inhambane.
2. O encontro que contou com a presença do Governador Provincial respectivo, Daniel Chapo, serviu para que o estadista moçambicano se inteirasse do nível de desempenho dos titulares órgãos locais que actuam em diversas áreas ou sectores de actividade, tendo Nyusi ouvido a todos para ali convocados.
3. Para a surpresa do nosso chefe de Estado (que, em bom rigor, nem devia constituir), ao questiona-los sobre alguns dados-base sobre o sector que chefiam, os titulares dos órgãos locais do Distrito de Homoine, mostraram, nuamente, um parcial e até mesmo total desconhecimento sobre os mesmos.
4. Vestidos a rigor, digamos, uniformizados de camisas, túnicas e balalaicas, ao todo, feitas de tecido de capulana, os chefes locais provaram que nada ou pouco sabem sobre as áreas que dirigem, que sua missão é de, ao amanhecer, se refastelarem nos escritórios e, de vez em quando, forjarem relatórios.
5. A ignorância total e parcial dos chefes locais em relação aos dados-base sobre os pequenos círculos territoriais e muito específicas áreas e sectores que chefiam, fez de Filipe Nyusi um homem algo decepcionado. Entendeu, então, que vezes sem conta tem sido enganado, que recebe dados falsos.
6. E como resultado de recepção de dados falsos, por força da lógica, também são tomadas decisões erradas para lugares errados. Uma autêntica confusão! Num contexto em que, em bom abono da verdade, o cenário de Homoine é comum em quase todas as regiões do país, não desenvolvemos.
7. Pessoalmente, não entendemos a razão de espanto por parte do Chefe de Estado, porquanto, a qualidade das chefias de Homoine é a mesma a de muitos titulares dos órgãos públicos em Moçambique, não fosse o clientelismo, amiguismo, camaradagem que sempre foi prática neste país.
8. É tempo de colocarmos as pessoas certas nos lugares certos sob o risco de construirmos um Estado paraplégico, quando, em contrapartida, abundam jovens e adultos com competências técnicas e científicas para fazerem muito e melhor que aqueles que chegam a chefia por mera confiança política.
9. Esses administradores, chefes de postos administrativos e seus afins, como sabemos, chegam ao poder porque alguém os identificou, os nomeou e fê-los tomar posse. Aliás, é lógico que antes do Presidente da República, prestam informação a quem os confiou, e será que não notava essa letargia?
10. É tempo de mudar se o nosso ideal é desenvolvermos como país, como nação ou como Estado. Deixemos de hipocrisia governativa. Deixemos de fingir que estamos a governar. É preciso agirmos, e tal é urgente. Continuarmos com (pseudo)quadros é institucionalizar a incompetência no nosso país.
11. Diante de um Governo que não perde a oportunidade de criar células ou círculos partidários nas instituições públicas, estamos cientes de que essas (pseudo) chefias que nada sabem sobre os dados das áreas ou sectores que dirigem, são boas no patrulhamento ideológico dos seus. Esse papel cumprem-no, e muito bem.
12. Se o nosso compromisso é com o desenvolvimento, então que demos um basta a fenómenos de clientelismo, em que ser ministro, deputado, governador, administrador, tornou-se em prémio político-partidário pela participação na luta de libertação, de ser filho e familiar da elite “libertadora”.
13. Devíamos, sem precisar de muito exercício, nos questionarmos por que razão, em Moçambique, de um modo geral, nós temos um parlamento, governo e administração públicas, ao todo, deficientes, cheios de pessoas já em idade de aposentados que procuram a todo custo marginalizar a juventude.
14. Para terminar dizer que “más assessorias concorrem para más decisões do assessorado e, no final, quem paga o preço é o assessorado, porquanto é este quem dá cara”. O descrédito do chefe máximo resulta, em parte, do “trabalho” que as chefias locais realizam. O nosso Presidente Nysui não pode ser hipócrita, fingindo que não sabe como são distribuídos os cargos de chefia neste país. Basta a hipocrisia!
Atenciosamente!
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14 comentários
Comentários
Alex Paulo Dos Anjos Com o devido respeito pergunto: Este texto é para notícias relacionadas com a visita do Chefe de estado a Homoíne, contarem-nos o que aconteceu e tirarem as vossas ilações sobre ou simplesmente estão a criticar o Governo Distrital de Homoíne?
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Ivan Maússe Com o devido respeito, pergunto: qual é o foco de um autor de um texto expositivo-argumentativo?!
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Enoque Basilio Com o devido respeito, permita-se-me ler os comentarios.
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Ivan Maússe Com a devida consideração, autorizo-te, Enoque Basilio.
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Alex Paulo Dos Anjos Cheio de conversa só: aguardam que os outros trabalhem e vocês armados em jornalistas sensacionalistas prontos para REPETIR o que ouvimos do PRESIDENTE. Vamos la procurar trabalhar e deixem de procurar jornalismo barato.
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Ivan Maússe Poupe-te de comentar, Alex.
Proceda assim, simplesmente!
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Hassane Ossman Mahomed Ivan Maússe. Infelizmente existem jovem sem capacidade argumentativa e vem para aqui criticar um texto que retrata a dura realidade das nossas instituições do Estado. Que se transformaram em centros de acomodação de indivíduos sem capacidade alguma. Infelizmente as mentes ainda não foram libertas.
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Gercio Jose Cumbi Eu penso que o chefe do estado ao questionar os seus camaradas, esqueceu-se de que todos sao do mesmo clube. Na sua maioria, os funcionarios do estado incluindo Nyusi nada fazem pra desenvolver o país. Os camaradas devem ser sensibilizado de que nas instituicoes publicas é pra se trabalhar e nao debater assuntos do partido.

Ilustre Ivan Maússe tenho uma questao que me deixa confuso: o Nyusi quando efectua visitas abertas como chefe do estado, ha necessidades de apareceres pessoas com traje e quando usam a palavra dizerem viva a frelimo?
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Alex Paulo Dos Anjos E têm medo de confrontação de ideias em debate, se acham os certinhos porque aprenderam a escrever bem na Universidade Estatal. Convido-os a formarem-se em jornalismo e aprenderem a investigar assuntos de interesse público trabalhando e não eaperar que os outros trabalhem e vocês armados em jornalistas sensacionalistas prontos para REPETIR o que ouvimos dos que trabalham.
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Ivan Maússe Gércio, como disse, as nossas instituições estão algo partidarizadas. Há até pequenos núcleos e círculos do partido do dia. Sua missão é mesmo saber (digo patrulhar) "quem está connosco quem não está"!
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Ivan Maússe Alex, 

Quem te falou que eu aprendi a escrever na universidade? E ainda por cima universidade pública?! Conhece-me o bastante para afirmar isso?! 


E mais, que tal se optássemos em discutir o conteúdo do texto que partirmos para ataques pessoais? Se acha que, no texto, tem um ponto com o qual discorda, então partamos para a sua discussão. 

Como jovens façamos melhor!!!
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Alex Paulo Dos Anjos Há muito campo para pesquisa sobre o que acontece em vários sectores da vida socioeconômica em Moçambique mas os jovens acadêmicos deste nosso Moz limitam-se a assistir o país a afundar ou a andar como querem que ande, dirigido por gente da tal confiança e tais acadêmicos armados em jornalistas só escrevem o que ouvem dizer e nunca pesquisam NADA. VIVER de migalhas.
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Ivan Maússe Desisto de ti, Alex!
Bom dia.
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Joaquim António Zandamela Afinal o que é que o Alex pretende transmitir mesmo? Se tem estado a acompanhar as visitas ou presidência aberta do Nyusi, com base nas constatações do Nyusi, será ñ tem nada a comentar?
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Alex Paulo Dos Anjos Zandamela, procurem usar os conteúdos cientificos acadêmicos que obtem nos vossos cursos superiores para ajudar o país a crescer, desenvolvendo ideias em pról do mesmo. Mas limitam-se a assistir o país a afundar, como se NÃO bastasse só escrevem do que ouvem e vêm na televisão e nunca procuram investigar no seio das populações como está sendo gerido a vida socioeconômica em Moçambique.
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Tubarão Branco Ehhh pahhhhh, até o homem da Ponta Vermelha, ops da Cidade de Maputo, sentir-se enganado é porque a cena está Hot demais ou é mera estratégia política para o famigerado Outubro de 2019.
Tudo é possível para a Política. Nyusi sabe muito bem dos problemas de governação no país que ele dirige senão não teria mandado pessoas embora das cidades.
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Ivan Maússe Muitos bem dito, Tubarão Branco. Por isso, somos da opinião de que devemos parar com a hipocrisia governativa. Nyusi, como qualquer outro moçambicano de mentalidade mediana, sabe e muito bem dos problemas de governação deste país. Ah, e como sabe!!!
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Alex Paulo Dos Anjos Cheios de conversa só: aguardam que os outros trabalhem e vocês armados em jornalistas sensacionalistas prontos para REPETIR o que ouvimos do PRESIDENTE. Vamos la procurar trabalhar e deixem de procurar jornalismo barato.
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Jorge Jone Obrigado Ivan Maússe pelo texto. Temos muito trabalho pela frente neste país. É triste vêr como a incopetência tornou-se virtude por cá. Pessoas totalmente despreparadas assumem o leme de assuntos importantes que tem a ver com a vida de milhares de compatriotas. Urge mudar-se tal cenário e deve haver vontande política suficiente para isso.
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Ivan Maússe Uma mudança que está para ontem, meu caro amigo Jone. Já vamos atrasados. Não podemos continuar com a institucionalização da incompetência nesse país. Não!!!
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Enoque Basilio Infelizmente, são esses que amanhã serão promovidos. Eles conhecem a máquina, e estão cientes de que quem faz bonito é rebelde.
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Mahamad Hanif Mussa Mas o senhor Governador dessa província onde cabe Homoine é "ilibado" sem culpa no cartório e ainda preligiando-se-lhe com nota positiva?
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Ivan Maússe Tenho de concordar de que o Governador Provincial carrega uma parte da responsabilidade nisto, afinal, entendo, ele é quem é o chefe directo desses senhores até porque tomam posse perante ele.
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Fausto António Macuácua Sou natural e residente em Homoine, tenho conhecimento de que quem selecciona os chefes e principalmente Directores Pedagogicos eh o Secretario Distrital da FRELIMO meu caro Ivan Maússe, com base na militancia, pagamento das cotas em detrimento da competencia tecnica.
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Ivan Maússe Estsmos entregues. Tal, meu caro Fausto, para além de Homoine, acontece um pouco por todo o lado deste país. Como disse o amigo Amir Fernando Agydevemos nos apartar do entendimento de partido-Estado.
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Amir Fernando Agy Alguns nem imaginam o que "é" a figura do primeiro secretário do partido frelimo nos distritos, tamanha força e poder de decisão que estes "detém" de forma (i)legal.
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Amir Fernando Agy Ivan Maússe
Precisa se separar partido do Estado
Enquanto for critério para ocupação de cargos, a correcta militância, isto não andará.
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Ivan Maússe De facto.
O pior nem está em dar cargos por confiança política, mas no facto de tal confiança ignorar grosseiramente a (in)competência do nomeiado.
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Flavia Calege Calege PR e os seus, não nos atrapalhem, poupem-nos e si próprios deste constrangimento! É de conhecimento de quase todos que desde o chefe de quarteirão até os mais altos órgãos são nomeados pela confiança política!
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Ivan Maússe É!!! Os chefes de quarteirão, secretário do bairro e chefes dos postos administrativos. Esses são nomeados, sem dúvidas, por confiança política. Alguns até nem escrever sabem!!! Enfim!!!
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Becane Sibia Ponto numero 11. 

Obrigado pelo texto
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