Fazer exame de condução no computador constitui um entrave na obtenção da carta de condução para muitas pessoas.
Nas
ruas, são muitas as reclamações sobre reprovações dos alunos em quase
todas as escolas. E as maiores dificuldades são das pessoas que não têm
um nível de escolaridade considerável.
Em
algumas zonas rurais, ainda é novidade falar de informática, daí que
certas pessoas defendem que deveria existir um meio-termo para que todos
que pretendam ter a carta de condução tenham a possibilidade de
frequentar a escola e fazer as devidas avaliações.
O País percorreu as ruas da cidade de Maputo, onde conversou com algumas pessoas e as opiniões são unânimes. “A
tecnologia de usar computador para fazer exame veio de certa forma
vedar a alguma camada social a obtenção da carta de condução. Olhemos
para aquelas pessoas sem conhecimento de informática, obviamente que
tem sido complicado. As tecnologias só beneficiam os académicos, os não
académicos ficam excluídos. Acho que o governo devia procurar um meio-termo para incluir todos”, disse Ancha Macie, que acabava de fazer o exame.
Domingas
Chachuaio, outro aluno que acabava de fazer o exame, referiu que se
torna “difícil que alguém, sem conhecer o computador, consiga fazer o
exame, uma vez que não conhece o funcionamento da máquina, mesmo que
tenha tido uma explicação durante as aulas”.
Há relatos de alunos que reprovaram por não saber usar a máquina. Um
cidadão que não quis revelar a sua identidade disse ao O País que, no
dia do exame, viu colegas seus serem expulsos da sala de exame pelo
pessoal técnico por não saberem sequer ligar o computador. O
mesmo diz ser necessário que haja oportunidade para todas as pessoas,
daí que o Governo deve procurar formas de incluir todas as pessoas.
As
dificuldades também são enfrentadas pelos técnicos encarregues da
instrução e avaliação dos alunos nas salas de aula, visto que são eles
que carregam a responsabilidade da aprovação ou reprovação dos alunos
que buscam a carta de condução.
“Passamos
dificuldades, sim, porque, a partir do momento que iniciou o uso do
computador, constitui barreira para certas pessoas que não conseguem
usá-lo”, disse Hilário Mavie, director técnico de uma das escolas de
condução de Maputo, que sugere o regresso ao exame escrito, para se
evitar as reprovações.
A Associação das escolas de condução de Moçambique apela ao governo para reparar o problema.
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