segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Como diz o adágio: toda a grande caminhada começa com um primeiro passo.

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Como diz o adágio: toda a grande caminhada começa com um primeiro passo.
Saudações e felicitação ao Presidente (da República) Nyusi, ao presidente (da Renamo) Dhlakama e a nós moçambicanos pelo encontro de Gorongosa. E que os passos subsequentes sejam mais consistentes e coerentes com as intenções manifestadas no encontro de ontem.
Mas que os propagandistas de platão nos poupem de dizer que agora temos que cantar hosanas a tudo e mais alguma coisa e incensarmos os supracitados líderes como os mais iluminados da existência humana, porque a caminhada é longa, muitas vezes sinuosa e os interesses e intenções "dos de dentro e de fora" nem sempre são claros.
O que importa é que nós moçambicanos estejamos unidos no propósito de terminar esse absurdo dessa matança e desavença entre irmãos, que cada dia torna-se difícil encontrar qualque sentido nele. Se é que alguma vez teve.
Que a esperança nos acompanhe e a prudência (em atenção aos erros do passado) nos guie.
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Comentários
Elvino Dias
Elvino Dias Assim para o mocambicano, o aperto de mão fez nos esquecer do massacre protagonizado pelos esquadrões de morte. Assim já somos irmãos e nos amámos
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José Jaime Macuane
José Jaime Macuane E vamos varrer tudo para debaixo do tapete e escondermos os esqueletos e fantasmas no armário. Até ao dia em que serão necessários.
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Elvino Dias
Elvino Dias Tal como eu sempre defendi, se existisse vontade política esses consensos já teriam sido alçandos em 2015. Nao seria necessário matarmos inocentes, balearmos e perseguirmos os poucos académicos que o País dispõe. Enfim, valeu tarde do que nunca.
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Forbes Nhaca
Forbes Nhaca Meu caro Elvino Dias, esqueceu aqueles que também morreram nas emboscadas , tambem são moçambicanos. Verdade sim este tipo de silêncios ate parece que nada aconteceu, só por causa de uma simples caneta tudo ficar esquecido, deixa feridas a muita gente. Mas contudo o mundo foi assim feito existem os intocáveis diante dos olhos dos humanos, mas de Deus não existem. Viva a paz
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· 6 h
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Lenon Arnaldo
Lenon Arnaldo Memória curta é coisa de outro nível ..... com que então, a tensão política e militar resumi-se nos "tapetes", esqueletos, esquadrões de morte e perseguição a "acadêmicos". Haja pachorra ......

Já agora, se havia ou há condições quem é/foi intransigente e responsável pelo arrastar do presente conflito "estupido/patético" ?


Não nos tente intrujar ou GUENGAR com semânticas
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· 6 h
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José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Lenon Arnaldo e Forbes Nhaca, não me parece que o Elvino Dias esteja a dizer que não houve mortes para além das mortes causadas pelos esquadrões de morte. Imagino que bastava 'lembrá-lo" que houve mortes de inocentes, mesmo os soldados que morreram, estavam no cumprimento do seu dever, mas essas mortes poderiam ter sido evitadas. E o debate continua. Fiquei curioso em relação às aspas no "académicos". A que se devem?
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· 5 h · Editado
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Lenon Arnaldo
Lenon Arnaldo José Jaime Macuane não me parece seja a linha orientadora do citado ....... as mortes de gente indefesa, saques, sabotagem e o atrofiar da economia isso não conta.

Quanto as aspas, só para DESTACAR já que, para o Elvino Dias, para além dos esquadrões
da morte a verdadeira guerra foi com os "acadêmicos" - note que, o sentido acadêmico por está praça, são os que críticos posição, os articulam bem as palavras ...... basta para o ter esse título.
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· 5 h
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Elvino Dias
Elvino Dias Lenon Arnaldo não tenha memória curta. A razão do retorno a guerra foi movida pelo Governo, que mesmo sem ter ganhado as eleições está a governar. Aqueles homens do lider estão nas matas da gorongosa desde 1992 e nunca dispararam contra ninguém
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Lenon Arnaldo
Lenon Arnaldo Elvino Dias logo, a "razão" justifica. José Jaime Macuane como vês eu e o Forbes Nhaca não estávamos enganados. Valha me Deus.
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Elvino Dias
Elvino Dias Há questões fundamentais que não nos devem passar da mente. O presidente Nyussy está a apagar um fogo que ele mesmo acendeu. Ele no início quis confiar nos seus militares. Qualquer pessoa no lugar dele podia muito bem apertar mão ao líder. E se tal pessoa fosse eu, esse aperto de mão existiria em 2015 antes do início das hostilidades. Antes da morte por baleamentos selectivos dos poucos académicos que o País possui.
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José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Lenon Arnaldo, há mais factores sobre o conflito e sobre as suas consequências que não se esgotam nem na sua nem na visão do Elvino Dias. Dizer que o conflito se prolongou apenas porque houve intransigência da Renamo é uma simplificação excessiva. Também não creio que a crise eleitoral tenha sido a principal causa, mas sim o estopim de uma bomba armadilhada à espera de explodir. Sobre os académicos, concordo. O termo esta banalizado. Mas de facto houve e ainda há perseguição a académicos, no sentido menos subjectivo do termo. Eu incluo académicos a todos que têm a vida académica como prática profissional, não importando se defendem nas suas teses uma visão específica da sociedade, desde que o façam de forma científica. E há razões para que os que são críticos do Governo sejam mais vítimas dessa perseguiição: é que ela é promovida em defesa dos que estão no poder e usando meios do Estado. E o digo com conhecimento de causa. Mas não gostaria que esse fosse o foco da nossa discussão , mas sim a forma como podemos buscar desanuviar este clima e não varrer sujeira para debaixo do tapete e escondermos os fantasmas e esqueletos no armário. Por exemplo, não sei se depois de Nyusi e Dhlakama se entenderem as liberdades constitucionais vão ter melhor garantia, ou vão apenas criar garantias para a acomodação dos seus interesses. E como a discussão da paz está a ser feita em fases - neste momento entre os dois e, supostamente depois com todos (como Nyusi em algum momento referiu), não fica claro para mim o que vem com a paz, e isto não elimina a centralidade desta para o resto de positivo que possa vir.
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· 5 h · Editado
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Lenon Arnaldo
Lenon Arnaldo José Jaime Macuane subscrevo ..... então não venha Elvino falar de apertos de mão, como isso por si, fosse bastante ou razão ..... é mais profundo do que é público.
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· 5 h · Editado
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José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Lenon Arnaldo editei o meu comentário depois da sua leitura. Veja mais elementos.
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Lenon Arnaldo
Lenon Arnaldo José Jaime Macuane e por isso que, defendo a ideia de que, "essa luta não é nossa" ..... e aproveitam-se dos nossos problemas sociais, intolerância, inclusão, as as assimetrias no desenvolvimento para vender-nos essa instabilidade ou democracia, direitos humanos bla bla bla ainda que isso seja outra parte da verdade. Mas não é o essencial - disso tenho quase certeza.
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Sergio Baloi Sergio
Sergio Baloi Sergio José Jaime Macuane palmas pela sabias palavras como sempre por si dito, tanto que neste momento temos que aplaudir este condimento de paz que somos chamado todos a contribuir o resto e o resto e sempre será restos.
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José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Lenon Arnaldo, definir o que é essencial é complicado. A academia tem discussões infindáveis (porque inconclusivas) sobre o que deve vir primeiro: democracia ou desenvolvimento económico (talvez nos seus elementos mais minimalistas como os indicadores socioeconómicos). Eu não tenho respostas para isso, mas o que a experiência mostra, embora isso não diga muito sobre o ponto de vista da práxis, é que o contexto deve determinar as soluções. A minha angústia é que não buscamos soluções, buscamos posições.
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José Jaime Macuane
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Forbes Nhaca
Forbes Nhaca O problema do Elvino Dias, esta mais preocupado em lançar pedras contra o PR ao invés de lançar para os dois porque ninguém atirou flores a quando das hostilidades, eram só tiros de AK47 dos dois lados. Por isso eu volto a reprisar as duas partes deviam repensar bem a forma de minimizar a dor dos que foram directamente afetados por estes conflitos desnecessários.
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· 4 h · Editado
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Sergio Baloi Sergio
Sergio Baloi Sergio Forbes vamos ter condimente de paz, vamos ser pessoas de paz ,estes papo mano nao ajuda nada neste momento nao vamos falar de flor de bala ou que tiravam balas vamos falar de flor de paz e tudo que nos almejamos para o bem deste pais o resto e o resto . paz paz paz .
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Forbes Nhaca
Forbes Nhaca Meu caro Sergio leia bem o meu comentário não estou incitar a nenhuma violencia, mas sim a alertar um pequeno ponto mas que pode ser grande.
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Paulino Da Fonseca Fanheiro
Paulino Da Fonseca Fanheiro Grande Elvino Dias companheiro de residência (self) espero que ñ deixem isso de lado sem deixar de dar tamanha importância ao grande gesto do PR (FJN)... é preciso repetir se não o Forbes Nhaca ainda faça de novo a pergunta....
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Forbes Nhaca
Forbes Nhaca Kkkkkkk
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Antonio A. S. Kawaria
Antonio A. S. Kawaria Elvino Dias, e se não fossem propagandistas, estes consensos teriam sido alcancados em 2012. Que o Eusébio A. P. Gwembe, quem nessa altura defendia consensos, o diga.
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Celso Mapsanganhe
Celso Mapsanganhe Espero que aqueles analistas que tem cerebro xerox, ou seja, que pensam fotocopia, como diz Azagaia, nao se sintam nervosos com os brindes que os dois lideres estao a dar aos mocambicanos. A um tempo atras o PR disse que ha gente que esta contra o fumo branco, que so quer foligem so. Espero nao atrapalhem e nem atrapalhem as espectativas de um povo humilde e sofredor.
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Gideon Bahule
Gideon Bahule Gosto desta maneira de trabalhar, em silêncio e que os resultados falem por si.
Foco nos objetivos majoritários.
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Marques Abdala
Marques Abdala Verdade e o inicio de uma longa caminhada
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Mario Albano
Mario Albano Mais não digo, que as palavras se traduzam em práticas, que os inimigos da PAZ seja derrotados e vença o bom senso. Moçambique agradece.
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Isaura Munguambe
Isaura Munguambe Uma imagem vale mais que 1000 palavras.

Para o caso acima, esta imagem vale 3 letras: PAZ.
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Estevao Pangueia
Estevao Pangueia Neste encontro os ganhos sao politicos, e exclusivamente para projecao do presidente Nyusi!
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José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Vamos ver. Esperemos que não seja repetição dos acordos e encontros do passado. Mas também se desta vez não for sério como o Presidente Nyusi vai sobreviver politicamente?
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Sopha Mbata Macoda
Sopha Mbata Macoda Realmente, temos que louvar o passo dado, e estamos expectantes aos próximos passos. Vamos acreditar no empenho de cada uma das partes para o bem dos moçambicanos.
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Abel Nort
Abel Nort Talvez podessemos editar o adágio caro José Jaime!
"Toda a grande caminhada começa com um primeiro passo".
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José Jaime Macuane
José Jaime Macuane um adágio pode ter variações, meu caro. A versão de que fala é do provérbio chinês. O que importa é o sentido. E de facto o primeiro passo pode fazer mais sentido neste caso. Obrigado.
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Abel Nort
Abel Nort Pois! Mas o passo dado não foi pequeno, talvez primeiro.
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Nelio Raul Joao
Nelio Raul Joao Com essa imagem, espero que seja o inicio de longa jornada que nos levará até à prometida "Paz"...
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Zulficar Mahomed
Zulficar Mahomed Pergunto-me: Se até aquilo que foi escrito e assinado está dificil e ser implementado, o que será de "entendimentos" à sombra de uma "àrvore das matas" ??????
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· 4 h
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Paulino Da Fonseca Fanheiro
Paulino Da Fonseca Fanheiro Vamos ver.... eu so esperando boas notícias as vezes me custa dar muito significados a estes gestos por causa dessas nuances do passado... mas vamos ver optimismo acima de tudo.....
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Carmelo Pontes
Carmelo Pontes O primeiro passo foi dado esperemos pelos próximos passos
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Antonio A. S. Kawaria
Antonio A. S. Kawaria "que os propagandistas de platão nos poupem de dizer que agora temos que cantar hosanas a tudo e mais alguma coisa e incensarmos os supracitados líderes como os mais iluminados da existência humana, porque a caminhada é longa, muitas vezes sinuosa e os interesses e intenções "dos de dentro e de fora" nem sempre são claros." José Jaime Macuane, o autor.
Estamos atentos, pior ainda que são os mesmos que diziam o contrário e nós estamos lembrados.
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Antonio Aljofre
Antonio Aljofre Em política as intenções também contam. Estão de parabéns os dois líderes por emitirem um sinal de esperança. Este momento explica porque razão não existe preço quando se trata de empreender todo esforco para a construção de confiança rumo ao desiderato final. Foi dado um importante passo e espero que sejam acompanhados por um calendário de actividades que nos conduzam a paz efectiva. As vantagens da paz são de longe muito mais importantes que todo o gás e petróleo que alguma vez poderiamos imaginar ter. Os detratores do sistema sao obrigados a serenar os ânimos e acreditar no processo. Já não podemos adiar mais a viabilidade do nosso país por razões inconfessáveis.
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Tomas Armando Anuario
Tomas Armando Anuario O presidente Nuysi está somar pontos por estar a conseguir acarinhar o Djakama tal como fez Chissano, o que o outro não conseguia, por lhe considerar bandido armado. O bom de tudo é que o maior vencedor nesta prolongada novela política, é o povo moçambicano. Haja PAZ!
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Auto-Critica Mozambique
Auto-Critica Mozambique Eles conseguiram produzir em meio a monarquia e depois induziram a democracia
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Raul Netia
Raul Netia Os que não queriam que isso acontecesse estão chupando dedo!
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Raul Netia
Raul Netia Força nosso Presidente.
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Alfredo Macuácua
Alfredo Macuácua Que deste encontro, que eu até chamaria de histórico, brote a semente para uma verdadeira PAZ desejada por todos nós...
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Ricardo Cadollass
Ricardo Cadollass Pois é Professor!!!
O problema muitas das vezes nao parece ser alcançar esses acordos mas sim o seu cumprimento pelas partes assinantes...tivemos varios acordos no nosso país porem eles sao sempre quebrados pelas partes alegando-se que ums ou outros nao estao a cumprir...é importante que esses acordos sejam serios e cumpridos pois so assim teremos uma paz definitiva.
ACADÉMICOS e activistas sociais ouvidos pela nossa Reportagem em Maputo, a propósito do almejado encontro entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, manifestaram optimismo quanto à sua realização a breve trecho, bem como nos resultados positivos que do mesmo poderão sair, para a manutenção da paz no país.
Segundo os nossos entrevistados, o aguardado encontro entre o Chefe do Estado e o presidente da Renamo é inevitável, a medir pelo compromisso que assumiram e reafirmaram publicamente em relação à paz e estabilidade em Moçambique.
Disseram que a única agenda do povo moçambicano é a paz e o desenvolvimento e manifestaram crença de que desse encontro sejam seladas as questões que neste momento emperram o diálogo político no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, nomeadamente a integração dos homens da Renamo nas Forças de Defesa de Moçambique (FADM) e na Polícia da República de Moçambique (PRM) e os assuntos de índole económico ligados à partilha de postos na gestão de empresas públicas ou comparticipadas pelo Estado.
Para alguns, os discursos inflamatórios proferidos por Afonso Dhlakama são uma estratégia política de pressão para que as suas reivindicações sejam acomodadas e muitas vezes atiçadas pela forma como a Imprensa reporta o assunto da paz.
NECESSÁRIA ABERTURA SEVERA E SÉRIA – FILIPE SITOE
PARA Filipe Sitoe, o processo da procura da paz efectiva exige de todos uma abertura severa e séria. O interlocutor afirmou que o Presidente Filipe Jacinto Nyusi já mostrou várias vezes a sua abertura e humildade e acredita que o Chefe do Estado não irá usar o seu estatuto de soberano para determinar o local da realização do encontro.
Para o académico, com a realização do encontro entre o Presidente da República e o líder da Renamo ganha o país e na sua opinião o mesmo vai resolver “pequenas divergências”, nomeadamente as questões militar e económicas, em discussão no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano.
“Mas os dois poderão chegar a um entendimento para que o país caminhe. Os dois conhecem as consequências de uma guerra, daí a urgência desse encontro”, afirmou.
Sobre os discursos de ameaça proferidos pelo presidente do maior partido da oposição em Moçambique, Filipe Sitoe disse que Afonso Dhlakama e o seu partido sempre se socorreram de linguagem belicosa para reivindicar e conseguir lograr os seus intentos. Para a fonte, todos os actores políticos têm uma estratégia a seguir e os discursos inflamados fazem parte dessa estratégia.
Questionado sobre se a Renamo e o seu chefe estarão a actuar com ajuda de forças hostis ao Governo moçambicano, disse haver sempre interesses em jogo e jogo de interesses em situações como o momento que se vive no país, o que para o interlocutor é normal.
NYUSI É CHEFE DO ESTADO – FILIMÃO SUAZI 
FILIMÃO Suazi considera que em todo este processo de busca de paz e estabilidade para o país não se deve perder de vista que Filipe Jacinto Nyusi é o Presidente da República legitimamente eleito e Afonso Dhlakama o líder da oposição.
“Compreendemos que estamos todos interessados no diálogo, mas não podemos perder de vista que há um Presidente da República eleito legitimamente. Não é legal que os líderes da oposição procurem impor as suas agendas ao Presidente da República. O encontro é pertinente, mas o líder da Renamo tem que responder formalmente ao convite e indicar o local que achar conveniente. Estamos recordados que já houve dois encontros fora da Presidência da República”, disse, sublinhando que a realização desses encontros fora do gabinete do Chefe do Estado, em Maputo, é sinal de que Filipe Jacinto Nyusi está aberto e comprometido com a busca da paz para os moçambicanos.
Filimão Suazi afirmou ser contra-senso de Afonso Dhlakama recusar o encontro com o Chefe do Estado para abordar a situação da paz no país, porquanto o líder da Renamo diz-se pela paz e democracia.
“Não é normal que um Presidente da República convide um actor da oposição e este se recuse. O líder da Renamo tem de ser consequente com o seu discurso de paz e lutador pela democracia, pois, caso contrário, o que ele diz seria uma mentira”, afirmou.
A fonte considera ilegal a promessa feita publicamente por Afonso Dhlakama de que vai instalar um quartel-general da Renamo em Morrumbala, na província da Zambézia, indicando que se trata duma inequívoca declaração de guerra. Disse que num Estado de Direito não existe a possibilidade de haver dois exércitos em funcionamento mas sim um e único, que é comandado pelo Chefe do Estado, segundo reza a Constituição da República.
Entende que a Renamo não está interessada numa nova guerra ou então, se nela pretende embarcar, não é capaz de avaliar o seu verdadeiro impacto. Para Filimão Suazi, há uma força externa qualquer que está a agitar a Renamo e este partido não percebe isso.
DHLAKAMA DEVE OUVIR A VOZ DO POVO – POLICARPO TAMELE
O ACTIVISTA social e dirigente da ARO-Moçambique, Policarpo Tamele, apela ao líder da Renamo para ouvir o grito dos moçambicanos pela paz. Segundo ele, independentemente de qualquer querela que possa existir, Afonso Dhlakama deve transmitir confiança aos moçambicanos e aceitar o convite que lhe foi formulado pelo Chefe do Estado.
“Dhlakama deve deixar de violência. Com ameaças de retorno à guerra, o líder da Renamo está a retrair investimentos, está a criar o medo e a incerteza nos cidadãos, tanto nacionais como estrangeiros. Os agentes económicos já estão a ficar retraídos com essas ameaças de Afonso Dhlakama. Nós apelamos para que antes de tomar qualquer atitude que incite à violência e ao ódio ele se lembre dos horrores causados pela guerra”, disse.
Policarpo Tamele afirmou que ao invés de investir na instalação de quartel-general em Morrumbala, o líder da Renamo devia, isso sim, investir nos jovens e particularmente nos seus apoiantes. Disse que Moçambique não pode ter dois exércitos e a Renamo deve desarmar-se, à luz dos entendimentos alcançados no Acordo de Cessação das Hostilidades Militares.
Para a fonte, o presidente da Renamo está a ser usado por forças externas contrárias aos interesses do povo moçambicano, as forças que não querem ver os moçambicanos a saírem da pobreza.
“Dhlakama está a ser usado por forças externas com objectivos inconfessáveis. Quando ele acordar, será tarde. Ele pode morrer sem glória. É preciso que ele perceba isso. Fala em nome do povo, incita à guerra, à violência e à desunião, mas o povo moçambicano não quer a guerra. Apelamos a essas forças externas para não interferirem nos nossos assuntos internos. Somos um país soberano, somos pobres sim, mas isso não nos impede de podermos viver em paz e construirmos o nosso próprio destino. Isso é um direito que temos e conquistámos. Essas forças externas querem delapidar os nossos recursos, somente”, disse.
O jovem activista entende que as questões económicas que a Renamo propõe para discussão no diálogo político são desprovidas de racionalidade, do ponto da sua exequibilidade, pois a riqueza do país não pode ser distribuída somente entre o Governo e um partido político.
“As empresas públicas são apartidárias. A Renamo exigiu a despartidarização da Administração Pública, mas agora pretende que os seus homens sejam politicamente incluídos na gestão de empresas públicas. Isso é uma contradição. A Renamo tem de criar o seu poder económico, tem de criar as suas sociedades. Os partidos têm de ter o seu rendimento, a sua sustentabilidade. Os membros da Renamo devem começar a questionar a gestão dos fundos do partido pela sua liderança. Dhlakama está a gerir o partido como se fosse sua própria empresa ou propriedade. Isso tem implicações negativas para o próprio funcionamento do partido. É só ver que as sedes da Renamo por aí estão de qualquer maneira, nem bandeira têm, mas o seu líder tem dinheiro para exibir”, disse.
COLOCAR DE LADO O ORGULHO – JOÃO COLAÇO
PARA a sobrevivência da nação, o ego e o orgulho devem ser colocados de lado, segundo defendeu o académico João Colaço. Para a fonte, os actores políticos devem agir em conformidade com o espírito da paz, porque só a paz interessa para a estabilidade e o desenvolvimento do país.
Referiu que está optimista na realização do encontro entre o Presidente da República e o líder da Renamo, porquanto as duas personalidades não estão interessadas na guerra.
“Não acredito que queiram agir fora do espírito da paz e da concórdia. Sou optimista de que Dhlakama não quer a guerra”, afirmou, apelando, entretanto, aos políticos para a necessidade de moderação da sua linguagem, pois os discursos inflamados em nada ajudam para a estabilidade do país.
Questionado sobre a pretensão da Renamo de instalar um quartel-general em Morrumbala, João Colaço afirmou que a ser materializado o discurso proferido por Afonso Dhlakama coloca o país numa situação de instabilidade não desejada. Para o académico, os moçambicanos têm uma agenda, que é a paz, entendimento entre as partes e o desenvolvimento.
TODOS ESTAMOS COMPROMETIDOS COM A PAZ – ISMAEL MUSSÁ
O ACADÉMICO Ismael Mussá entende que todos os moçambicanos, independentemente da sua filiação político-partidária, estão comprometidos com a paz. Sinal disso, segundo afirmou, é o diálogo em curso no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano.
Ismail Mussá é de opinião que o aguardado encontro entre o Presidente da República e o líder da Renamo não devia ser publicitado pelos media, nomeadamente sobre o local e a data da sua realização. “Julgo que eles deviam dialogar sem muita presença dos media, até que haja resultados concretos. A sociedade almeja resultados concretos”, disse.
Afirmou que o princípio da descentralização por via da criação de autarquias provinciais, defendido pela Renamo, não devia ser abandonado. Para o académico, o voto da bancada parlamentar da Frelimo, de reprovação do projecto de criação das autarquias provinciais, não foi consentâneo com o espírito do diálogo político.
Defende que o aguardado encontro entre o Presidente Nyusi e Afonso Dhlakama deve ter lugar, tendo como ponto de partida uma emenda à Constituição, visando acomodar a possibilidade de, nas próximas eleições, os governadores provinciais possam ser eleitos.
Ismael Mussá pensa ainda que deve haver um entendimento entre as partes sobre o que fazer até à realização das próximas eleições.
“Há várias saídas. O Presidente da República disse que estava aberto a tudo, a bem da paz no país. Eu acredito que o líder da Renamo vai aceitar o encontro com o Chefe do Estado. Os discursos são muitas vezes atiçados pela forma como a imprensa reporta determinados assuntos”, disse.

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