O director-executivo do Banco Mundial está, desde ontem, a efectuar uma visita de dois dias a Moçambique. O primeiro encontro que manteve foi com jornalistas, para explicar os objectivos da deslocação ao país. Na reunião, tratou de deixar bem claro que não há apoio ao Orçamento do Estado sem que se conclua a avaliação da sustentabilidade da dívida. “Essa avaliação da sustentabilidade da dívida está em curso e será terminada dentro de alguns meses. Nós consideramos possível, no futuro, em função desta avaliação, reactivar o apoio ao Orçamento”, disse Andrew Bvumbe, director executivo do Banco Mundial, assegurando, entretanto, que a sua instituição vai continuar a apoiar Moçambique em projectos de desenvolvimento.
O responsável da instituição de Bretton Woods manteve, ainda ontem, um encontro à porta fechada com o Governo, representado pelo primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, e pelo ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane.
As autoridades falaram da auditoria às dívidas não declaradas e das prioridades de Moçambique para os próximos três anos, destacando-se o sector da agricultura. O Banco Mundial compromete-se a continuar a apoiar projectos nesta área. “A agricultura é uma das prioridades do Governo, por isso, vai merecer a nossa atenção para financiamento do Banco Mundial”, disse.
Andrew Bvumbe explicou, também, que foram discutidas “acções para financiar os pequenos produtores que fizeram um pedido ao Banco Mundial e estamos a olhar para os instrumentos necessários que facilitem o financiamento a estes pequenos produtores, para abandonarem a agricultura de enxada a cabo curto para uma mecanizada”.
A instituição saúda o trabalho realizado para o esclarecimento das dívidas e espera que a situação económica de Moçambique possa melhorar a breve trecho. Considera que o país está a caminhar para a estabilidade macroeconómica, a avaliar pela queda da inflação e aumento das reservas internacionais. Mas avisa que há ainda muito trabalho a ser feito. ”Estamos felizes com os indicadores macroeconómicos, que apontam para baixa inflação, mas precisamos de ir mais à frente. A situação está favorável. Podemos ver que as reservas estão num nível de melhoria”, disse Bvumbe.
Ainda ontem, o responsável do Banco Mundial reuniu com o sector privado, representado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), onde reafirmou o seu apoio à agricultura, turismo e energia. Ainda neste encontro, o Banco Mundial elogiou o trabalho realizado pela CTA, sobretudo no que se refere ao diálogo com o Governo.
Hoje, o director do Banco Mundial vai visitar empreendimentos de desenvolvimento, caso da barragem de Corumana, em Moamba, bem como a Reserva de Maputo.
Banco Mundial aloca mais de 1 bilião de dólares para projectos em Moçambique
O Banco Mundial disponibilizou 1,2 bilião de dólares norte-americanos para apoiar diversos projectos em Moçambique, nos próximos três anos. O director-executivo do Banco Mundial, Andrew Bvumbe, disse em conferência de imprensa, ontem, em Maputo, que o pacote de ajuda está a ter efeitos desde 01 de Julho corrente. “Moçambique precisa de implementar projectos de transformação e diversificação da economia. Temos o sector mineiro, a agricultura e a energia solar. Por isso, com o sector privado, vamos identificar as respectivas prioridades”, disse Bvumbe. O responsável do Banco Mundial sublinha que o apoio do Banco Mundial às áreas da educação, agricultura, saúde e às cadeias de valor não foi suspenso. Pelo contrário, segundo a fonte, foi expandido, sendo que apenas o reatamento do apoio directo ao Orçamento do Estado é que está condicionado à avaliação da sustentabilidade da dívida.
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