Thursday, May 25, 2017

FUI VISADO POR UMA TENTATIVA DE RAPTO PRÓXIMO DA MINHA CASA

ZECA CALIATE, A VOZ DA VERDADE - ARMADILHA FATAL

Zeca_caliate15aA IMPRUDÊNCIA FOI A PRINCIPAL ARMA USADA PELA SNASP DA FRELIMO PARA RAPTAR E ASSASSINAR O DR. EVO FERNANDES EM CASCAIS, PORTUGAL
A FRELIMO, durante a Presidência de Samora Moisés Machel, não permitia qualquer acção que visasse o aniquilamento  físico dos Opositores ao Regime, no Estrangeiro.
Talvez, por respeitarem este princípio, a Frelimo era aceite nos Países Europeus.
Cometi um lapso, no artigo da minha autoria, datado de 02 de maio de 2017, com o título “FUI VISADO POR UMA TENTATIVA DE RAPTO PRÓXIMO DA MINHA CASA, SITA NA QUINTA DA PAILEPA, CHARNECA DO LUMIAR LISBOA, PORTUGAL, PELA FORÇA DO MAL- FRELIMO”.
O Dr. Evo Fernandes, foi raptado num restaurante, a uma centena de metros da sua residência em Cascais e, três dias mais tarde, foi encontrado já morto, crivado de balas, próximo de Malveira da Serra,  em Sintra em abril de 1988. Por isso, peço desculpas aos leitores de “Zeca Caliate, a Voz da Verdade” pelo lapso, pois mencionei a data, como sendo, dia 20 de fevereiro de 2011, o que não corresponde à verdade.
Para que isso fique bem claro e de uma vez por todas, tudo começou com o então Ministro dos Negócios Estrangeiros, no governo vigente de Samora Moisés Machel, em Moçambique.
Joaquim “Tzom” Chissano, na altura encontrava-se em Berlim Leste, antes do murro que separava duas Alemanha ter sido derrubado. Instalado num Hotel luxuoso, naquela cidade, convidou o João da Costa Rajabo, na altura o representante da Resistência Nacional Moçambicana, na Alemanha Ocidental, para traçar os planos de eliminação, de opositores proeminentes.
Segundo afirmações do próprio João Rajabo, quando chegou naquela cidade de Alemanha comunista, dirigiu-se ao Hotel onde o Joaquim Chissano, se encontrava e, os dois reuniram e planearam em como , haviam de raptar e assassinar em Portugal, duas figuras da Oposição Moçambicanas, ambas importantes, nomeadamente:
                          1ª O representante da Resistência Nacional Moçambicana pela Europa, o Dr. Evo Fernandes,
                         2º A segunda figura, o Dr. Miguel Artur Murupa, e também,
                        3º Procurar convencer a pessoa e traze-la de regresso a Moçambique, o ex-comandante do 4º sector da Frelimo na Província de Tete, Zeca Caliate. Caso este não aceitasse a proposta, então seria organizado um grupo para o abater, mesmo em Portugal.
Foi assim que os dois, Chissano e Rajabo, planearam e,  terminada a reunião, o João da Costa Rajabo, regressou  a Alemanha Ocidental, onde vivia com a mulher Teresa.
Pouco tempo depois, o Rajabo, rumou para Portugal e aqui procurou estabelecer primeiro contacto comigo e me convidou, para juntos almoçarmos num Restaurante, que se localizava no Campo das Cebolas junto a Praça do Comércio Lisboa.
Eu conhecia o João Rajabo desde Dar-es-Salaam, em 1965/66.
 Durante o almoço, falou-me sobre encontro que teve com Joaquim Chissano em Berlim do Leste e não obstante apresentou-me a proposta para que eu regressasse ao País, para ajudar  na reconstrução de Moçambique, o que eu lhe respondi que não contasse comigo e, prontamente rejeitei essa hipótese.
Saiu dai, desiludido e chateado, todavia o almoço foi pago por ele e nós os dois nos despedimos e cada um seguiu o seu rumo, dizendo ele, que ia seguir para a Alemanha.
Alguns meses mais tarde, o João Rajabo apareceu inesperadamente em minha casa, na Quinta da Pailepa, na Charneca do Lumiar, Lisboa, vinha acompanhado pelo José Maria Conde, cunhado do Dr. Miguel Murupa e trazia na mala, um outro plano e, desta feita os dois propuseram-me o negócio de aluguer de salões para comes e  bebes e, danças, que não correu bem e acabei por me aborrecer com ele, de uma vez por todas, dizendo que não queria voltar a vê-lo.
Entretanto, o plano de liquidação de Opositores, no estrangeiro, chegou aos ouvidos de Samora Moisés Machel, que de imediato, proibiu estas acções.
Só após a sua morte o plano, voltou à primeira forma e tudo se desenvolveu, conforme se relata.
Mais tarde, vim a saber de que o João da Costa Rajabo, encontrava-se hospedado na casa do Carlos dos Reis, que residia em Bobadela, Sacavém e, que não queria ser visto por conhecidos, pois o plano de rapto e assassinato de personalidades, como Evo Fernandes e Miguel Murupa, estava em marcha, constituído por um grande grupo de agentes do SNASP, coordenados por um português, chamado Alexandre Chaga e, tendo como seu adjunto, o  João da Costa Rajabo, que se preparavam para uma ação eficaz e bem coordenada, o  rapto Dr. Evo Fernandes, em Cascais.
Eu classifico o acontecimento de inaceitável e imprudente, porque conhecia o Dr. Evo Fernandes, de Moçambique, na cidade da Beira e era da Polícia Judiciária, quando foi fundado o Partido de Coligação Nacional “PCN” liderado pelo saudoso  Rev. Timóteo Urias Simango .
Em 1974. cheguei a Portugal e um ano mais tarde, encontrei-me com Evo Fernandes e, colaborei com ele quando representava a Resistência Nacional Moçambicana “RNM” aqui na Europa e, como nos conhecíamos desde Moçambique, tornamo-nos muito rapidamente amigos.
Quando nasceu a minha filha, da minha atual esposa,  escolhemos Evo Fernandes, como padrinho. Isto serve, para dizer que ele tinha muitos amigos que podiam acompanha-lo num jantar que tinha marcado naquele dia com pessoas extremamente estranhas e que o resultado foi desastroso e angustiante.
Segundo informações que tive acesso, constava de que naquela noite e depois do jantar, o Dr. Evo Fernandes, já um pouco animado com alguns copos de vinho ingeridos durante o jantar e, no final, quando quis despedir-se para ir embora para casa, a pé, que ficava ali a poucos metros daquele Restaurante, o Chaga, com seus cúmplices, um deles, o João da Costa Rajabo e o resto do grupo, mal saíram do Restaurante, entraram em acção, dominando  e arrastando o Dr.Evo para dentro do veiculo, que arrancou a grande velocidade para lado desconhecido.
O rapto estava consumado.
Foi assim, que no terceiro dia o corpo dele, foi descoberto próximo da Malveira da Serra, crivado de balas e com muitas escoriações, sinais evidentes de tortura, depois do rapto.
No entanto, na madrugada de segunda, um outro grupo chefiado por João da Costa Rajabo, que atravessou o rio Tejo para o Sul, indo directo à casa do Dr. Miguel Artur Murupa, com o mesmo intuito de o raptar e possivelmente, também o assassinar.
 Chegando à residência de Miguel Murupa, que os dois se tratavam de compadres, o João Rajabo dirigiu-se a porta tocando a campainha insistentemente, para que lhe abrisse, para entrar.
O Murupa,  morava no 3º andar e, ao verificar pela  janela abaixo, viu que era grupo de homens e como sabia o que se tinha acontecido com  o Evo Fernandes, optou por recusar abrir a porta ao Rajabo e este, não desistiu continuando a tocar a campainha, àquela hora,  tendo o compadre Murupa como solução, ameaçar-lhe, dizendo que tinha chamado a GNR e que estavam prestes a chegar, naquele local a qualquer instante.
O João Rajabo ao ouvir as palavras de Murupa, correu com mais três colegas para o carro que estava ali perto estacionado e, de seguida arrancaram a grande velocidade e sumiram. Quando no terceiro dia soubemos da morte do Evo Fernandes, concluiu-se, que ele o Murupa também estava na lista, para ser raptado e executado.
Depois de assassinarem o Dr. Evo Fernandes e tentativa de raptar Murupa, o grupo debandou-se, pois soubemos mais tarde que os SNASP, dividiram-se em dois grupos, um seguiu para Casablanca, Marrocos e, outro grupo atravessou a fronteira para Espanha.  João da Costa Rajabo, foi se embora para Alemanha no seu automóvel e pouco tempo depois, o Rajabo despachou muito rapidamente os haveres que possuía e juntamente com a sua mulher Teresa, seguiram de Berlim para Maputo de avião, onde foram calorosamente recebidos pelo Governo da Frelimo com honras de Heróis Nacionais e foram homenageados pelo próprio Chissano, que já era Presidente de Moçambique.
Infelizmente, no ano a seguir, o João da Costa Rajabo, foi envenenado e morreu. A sua mulher já viúva, foi avistada por duas vezes em Santa Apolónia e no Rossio,  em Lisboa e, não parecia a mesma Teresa e, quando via as pessoas que a conheciam, escondia-se.
Finalmente, para dizer que esta é génese assassina da Frelimo .
Zeca Caliate, General Chingòndo um dos sobreviventes da teia do mal Frelimo!
Europa, 25 de Maio de 2017 
(Recebido por email)
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