O diferendo entre Mahamudo Amurane e alguns membros do partido pelo qual foi eleito edil de Nampula, MDM, continua a merecer pronunciamentos dentro do núcleo duro do partido. Geraldo Carvalho, membro do MDM e deputado da Assembleia da República, diz que Amurane será julgado pelo eleitorado, porque não está a saber agradecer. “Os pronunciamentos individualistas de quem acha que esta é a maneira de agradecer, o eleitorado de Nampula saberá melhor julgar. Este é um assunto que está a ser tratado ao mais alto nível”, disse Carvalho, falando dos recentes desentendimentos entre o MDM e o edil de Nampula.
Lembre-se que Mahamudo Amurane afirmou, há poucos meses, que está a ser perseguido dentro do seu partido. De lá a esta parte, a sua relação com a formação política pela qual chegou à edilidade da terceira maior cidade do país tem sido de hostilidade, tanto que faltou ao Conselho Nacional do MDM, que aconteceu justamente em Nampula.
Geraldo Carvalho, que falava, ontem, na cidade da Beira, num encontro que dirigiu e que visava preparar o segundo congresso do MDM, disse que os citadinos de Nampula não se vão distrair perante os factos que acontecem entre o seu edil e o MDM. “A cidade de Nampula está boa, quem está doente é uma única pessoa”, disse, numa clara alusão a Amurane.
Sobre o Congresso do MDM, que vai decorrer em Dezembro, Carvalho disse que deverá ser basilar para as eleições autárquicas, que vão decorrer em 2018, e gerais de 2019. É neste que é o maior evento do MDM que o partido de Daviz Simango vai definir as suas linhas de actuação nos escrutínios, incluindo os possíveis candidatos.
Moçambicanos não devem distrair-se com partidos que só chegam a consensos em tempos eleitorais
O membro do MDM, Geraldo Carvalho, comentou a actual situação política do país. Diz que os mais recentes consensos entre a Renamo e o Governo não passam de uma estratégia para distrair os moçambicanos em tempo de eleições. Carvalho alerta as pessoas para não “caírem” na distracção dos partidos armados. “Está claro que os militarizados estão a tentar fazer-se de partidos políticos, mas de partidos políticos não têm nada. É só verificar que ciclicamente recorrem às armas, à violência, mas um ano e meio antes das eleições aparecem a chamar-se de meu irmão”, refere Carvalho.
O político voltou “a pisar na tecla” diálogo político, que decorre entre a Renamo e o Governo, afirmando que não é abrangente, visto que o acordo que daí sair terá que passar pela Assembleia da República, onde estão três partidos políticos com assento parlamentar.
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