Governo não irá limitar liberdade de circulação de quem foge da guerra. "Não temos em Portugal campos de refugiados. Nunca iremos ter", disse Eduardo Cabrita.
INÊS CHAÍÇA 6 de Março de 2017, 17:38
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O primeiro grupo de refugiados yazidi que escolheu vir para Portugal já chegou a Lisboa. O grupo de 24 pessoas, com origem iraquiana, foi recebido por Eduardo Cabrita, ministro-adjunto, e Paula Oliveira, vereadora para a acção social da Câmara Municipal de Guimarães, cidade onde se vão instalar.
“Quisemos que fosse o berço da nacionalidade a acolher o primeiro grupo, que tanto quis vir para Portugal”, afirmou Eduardo Cabrita. Este é o primeiro grupo de 90 refugiados yazidi que chega à Portela, rumo a Guimarães. Composto por seis famílias (oito mulheres, sete homens e nove menores) e um adulto isolado, é um grupo mais pequeno do que o que se previa inicialmente. Eram esperadas 30 pessoas, mas uma família de seis elementos cancelou a viagem por motivos de saúde.
O ministro-adjunto aproveitou a chegada dos refugiados para salientar o sucesso dos programas de acolhimento em Portugal. Para este grupo, em particular, estão preparados um “conjunto de mecanismos específicos de acolhimento que incluem apoio social, psicológico, linguístico – e não está em causa apenas o árabe, mas também a língua própria falada pela comunidade – num trabalho de preparação que decorreu ao longo de meses”, afirma, salientando também a cooperação com a comunidade local.
“Não temos em Portugal campos de refugiados. Nunca iremos ter”, diz. “Portugal é uma terra de liberdade. As pessoas chegam a Portugal precisamente porque vêm de situações traumáticas, de guerra e perseguição”, como é o caso dos yazidi, uma minoria religiosa perseguida na Síria e no Iraque pelo auto-proclamado Estado Islâmico. E tal como chegam, são livres de sair.
“Portugal não tem uma estratégia que leve a uma limitação da sua liberdade de circulação. Queremos que sejam bem acolhidos e se integrem na sociedade portuguesa até poderem voltar para os seus países de origem”, explica Eduardo Cabrita.
Desde o início do programa, a 15 de Dezembro de 2015, chegaram 1150 pessoas. Só a Guimarães chegaram 43 refugiados desde 2015, mas cerca de 20 já abandonaram. Alguns dos cidadãos isolados, que chegaram numa primeira fase do projecto, “cidadãos livres”, como lembra a vereadora de acção social da câmara de Guimarães, “abandonaram voluntariamente o projecto”.
“As taxas de saída são semelhantes às que existem em países como o Luxemburgo ou a Suíça”, lembra o ministro-adjunto. E Portugal é destacado pelas Nações Unidas como um dos países onde o processo de integração funciona de maneira mais eficaz: “um processo considerado de referência no quadro da ONU”.
O segredo do sucesso, para Eduardo Cabrita é o facto de os que chegam serem integrados nas comunidades. “E, ao contrário de outros países europeus, não existirem manifestações de xenofobia”, explica.
O próximo grupo de refugiados yazidi a chegar ao país – e desta vez com crianças e jovens do programa de acolhimento de menores não acompanhados – “não chegará antes de Abril”, afirma Eduardo Cabrita, e vão ser acolhidos na zona de Lisboa.
“Tenho muitos sonhos em Portugal”
O grupo de yazidis chegou esta segunda-feira, por volta das 14h50, mais de uma hora depois do previsto, e vinha acompanhado pelos membros da Organização Internacional para a Migração (OIM). O voo, vindo de Atenas, fez escala em Roma antes de chegar ao Aeroporto Humberto Delgado.
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INÊS CHAÍÇA 6 de Março de 2017, 17:38
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O primeiro grupo de refugiados yazidi que escolheu vir para Portugal já chegou a Lisboa. O grupo de 24 pessoas, com origem iraquiana, foi recebido por Eduardo Cabrita, ministro-adjunto, e Paula Oliveira, vereadora para a acção social da Câmara Municipal de Guimarães, cidade onde se vão instalar.
“Quisemos que fosse o berço da nacionalidade a acolher o primeiro grupo, que tanto quis vir para Portugal”, afirmou Eduardo Cabrita. Este é o primeiro grupo de 90 refugiados yazidi que chega à Portela, rumo a Guimarães. Composto por seis famílias (oito mulheres, sete homens e nove menores) e um adulto isolado, é um grupo mais pequeno do que o que se previa inicialmente. Eram esperadas 30 pessoas, mas uma família de seis elementos cancelou a viagem por motivos de saúde.
O ministro-adjunto aproveitou a chegada dos refugiados para salientar o sucesso dos programas de acolhimento em Portugal. Para este grupo, em particular, estão preparados um “conjunto de mecanismos específicos de acolhimento que incluem apoio social, psicológico, linguístico – e não está em causa apenas o árabe, mas também a língua própria falada pela comunidade – num trabalho de preparação que decorreu ao longo de meses”, afirma, salientando também a cooperação com a comunidade local.
“Não temos em Portugal campos de refugiados. Nunca iremos ter”, diz. “Portugal é uma terra de liberdade. As pessoas chegam a Portugal precisamente porque vêm de situações traumáticas, de guerra e perseguição”, como é o caso dos yazidi, uma minoria religiosa perseguida na Síria e no Iraque pelo auto-proclamado Estado Islâmico. E tal como chegam, são livres de sair.
“Portugal não tem uma estratégia que leve a uma limitação da sua liberdade de circulação. Queremos que sejam bem acolhidos e se integrem na sociedade portuguesa até poderem voltar para os seus países de origem”, explica Eduardo Cabrita.
Desde o início do programa, a 15 de Dezembro de 2015, chegaram 1150 pessoas. Só a Guimarães chegaram 43 refugiados desde 2015, mas cerca de 20 já abandonaram. Alguns dos cidadãos isolados, que chegaram numa primeira fase do projecto, “cidadãos livres”, como lembra a vereadora de acção social da câmara de Guimarães, “abandonaram voluntariamente o projecto”.
“As taxas de saída são semelhantes às que existem em países como o Luxemburgo ou a Suíça”, lembra o ministro-adjunto. E Portugal é destacado pelas Nações Unidas como um dos países onde o processo de integração funciona de maneira mais eficaz: “um processo considerado de referência no quadro da ONU”.
O segredo do sucesso, para Eduardo Cabrita é o facto de os que chegam serem integrados nas comunidades. “E, ao contrário de outros países europeus, não existirem manifestações de xenofobia”, explica.
O próximo grupo de refugiados yazidi a chegar ao país – e desta vez com crianças e jovens do programa de acolhimento de menores não acompanhados – “não chegará antes de Abril”, afirma Eduardo Cabrita, e vão ser acolhidos na zona de Lisboa.
“Tenho muitos sonhos em Portugal”
O grupo de yazidis chegou esta segunda-feira, por volta das 14h50, mais de uma hora depois do previsto, e vinha acompanhado pelos membros da Organização Internacional para a Migração (OIM). O voo, vindo de Atenas, fez escala em Roma antes de chegar ao Aeroporto Humberto Delgado.
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