"Práticas nazis"
A
chanceler alemã, Angela Merkel, apelou à Turquia para "manter a cabeça
fria" na atual crise diplomática entre os dois países, reagindo às
declarações do presidente Erdogan que acusou a Alemanha de "práticas
nazis".
"Ao nosso parceiro
turco, (digo que) sejamos críticos quando necessário, mas não percamos
de vista o significado da nossa parceria, da nossa relação estreita. E
mantenhamos a cabeça fria", indicou à imprensa o porta-voz da chanceler,
Steffen Seibert.
"Rejeitamos a
comparação da política da Alemanha democrática com a do
nacional-socialismo. De um modo geral, as comparações com o nazismo são
sempre absurdas e deslocadas pois acabam por minimizar os crimes contra a
humanidade do nacional-socialismo", disse ainda.
No
domingo, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou a Alemanha de
"práticas nazis" após a anulação por autoridades municipais alemãs de
comícios eleitorais a favor do "sim" no referendo de 16 de abril sobre o
reforço dos poderes presidenciais na Turquia.
Os
municípios em causa justificaram a sua decisão com problemas
logísticos, argumentando, em pelo menos um caso, que não tinham sido
informados da vinda de um ministro turco e do caráter político do
evento.
Merkel já tinha respondido a
críticas do chefe da diplomacia turca, Mevlut Cavusoglu, sobre a mesma
questão, recusando acusações de interferência no assunto e assegurando
que as decisões são "tomadas pelos municípios" onde decorreriam os
comícios.
Apesar das proibições de dois
comícios, que deveriam ter decorrido no final da semana passada, o
ministro da Economia turca, Nihat Zeybekci, devia discursar no domingo
na Alemanha em dois comícios organizados por grupos de turcos em Colónia
e Leverkusen.
A Alemanha tem a maior
comunidade da diáspora turca, cerca de três milhões de pessoas, que é
cortejada por várias partes antes de cada eleição importante na Turquia.
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