Juan Manuel Santos, Presidente da Colômbia, venceu o Prémio Nobel da Paz pelos seus esforços em acabar com mais de 50 anos de guerra civil, apesar do acordo de paz com as FARC ter sido rejeitado em referendo.
Todavia, "o fato de a maioria dos eleitores ter dito 'não' ao acordo de paz não significa necessariamente que o processo de paz esteja morto", ressalvou a presidente da Comité Nobel norueguês, Kaci Kullmann Five.
O Governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) assinaram a 26 de setembro um acordo de paz histórico, prevendo a desmobilização dos 5.765 combatentes da guerrilha e a conversão das FARC em movimento político legal.
Para entrar em vigor, este texto de 297 páginas deveria ter sido aprovado pelos eleitores, uma consulta não obrigatória, mas desejada pelo Presidente, para dar “uma legitimidade maior” à paz.
Apesar de a maior parte das sondagens preverem a vitória do “sim”, foi o “não” que ganhou, com 50,21% dos votos, contra 49,78%, num escrutínio em que a abstenção atingiu os 62%.
Entre os possíveis distinguidos com o Prémio Nobel da Paz figuravam os habitantes de várias ilhas gregas que têm ajudado milhares de refugiados, os intervenientes no acordo nuclear iraniano, os “capacetes brancos” sírios, vários ativistas russos.
No ano passado, o prémio foi atribuído ao Quarteto para o Diálogo Nacional na Tunísia, quarteto de organizações que permitiu salvar a transição democrática naquele país, onde decorreram os primeiros protestos da Primavera Árabe, vaga revolucionária que abalou vários países do mundo árabe em 2011.
Os prémios Nobel nasceram da vontade do químico, engenheiro e industrial sueco Alfred Nobel (1833-1896) em doar a sua imensa fortuna para o reconhecimento de personalidades que prestassem serviços à humanidade.