A bancada parlamentar da renamo acusou, ontem, o governo
de ser o “patrão” dos chamados esquadrões da morte, responsáveis pela
perseguição e assassinato de membros da oposição, com destaque para os
do seu partido.
Naquela que foi a sua questão de eleição para a sessão de informações do governo,
a maior bancada da oposição apresentou uma lista de cerca de uma dezena
de membros que alegadamente sucumbiram nas mãos de esquadrões da morte e
exigiu do governo explicações sobre as razões da criação destes grupos.
Esta
acusação não agradou a bancada maioritária (Frelimo), que por sua vez
acusou a Renamo de querer confundir os moçambicanos. Para os deputados
da Frelimo, a existirem esquadrões de morte, apenas a Renamo é que pode
ser responsável pela sua criação, na medida em que só ela é que continua
detentora de armas de fogo “usadas para desestabilizar e aterrorizar os
moçambicanos”.
Acusações à parte, a bancada maioritária levou para esclarecimentos do executivo
a questão do reajustamento recente do custo dos combustíveis e
pretendia saber de que forma estariam a ser acautelados os impactos no
sector dos transportes e a previsível situação para os utentes.
Por
seu turno, o MDM manifestou preocupação com as “violações dos direitos
humanos” e das liberdades políticas, sociais, bem como os atentados que a
oposição sofre no seio dos órgãos públicos de comunicação social. O
partido juntou a sua voz para falar dos “esquadrões de morte” e exigiu
do Estado medidas firmes para os combater.
A sessão de informações do governo prossegue hoje, com perguntas de insistência para mais esclarecimentos do governo.
Comissão Mista pronuncia-se amanhã sobre desenvolvimento do diálogo político
Desde
18 deste mês, os mediadores têm-se reunido com as delegações do Governo
e da Renamo de forma separada. Hoje, foi diferente, pois, as partes
envolvidas estiveram juntas durante a sessão.
No
entanto, nesta fase do diálogo, a Comissão Mista ainda não fez qualquer
pronunciamento sobre os desenvolvimentos das conversações. Ainda assim,
ficou uma promessa deixada na sessão de hoje: “Esta Sexta-feira, às 15
horas, estaremos novamente aqui e vamos prestar declarações à imprensa
sobre os conteúdos discutidos durante esta ronda”, disse o coordenador
dos mediadores, Mário Raffaeli.
Em
Setembro, os mediadores propuseram ao Governo e a Renamo a presença de
observadores internacionais em todos os pontos onde ocorrem ataques
armados para uma possível suspensão das hostilidades.
A
equipa chefiada por Mario Raffaelli entende que deve ser criado um
grupo de trabalho capaz de estabelecer condições para a criação de um
corredor desmilitarizado com vista a irem discutir, frente-a-frente com
Afonso Dhlakama, a paz para o país.
Lembre-se
que a governação das províncias, a cessação dos ataques armados, a
desmilitarização e integração dos homens da Renamo nas Forças Armadas e
na polícia são os pontos na mesa de discussão da Comissão Mista.
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