Destaques - Economia |
Escrito por Emildo Sambo em 28 Outubro 2016 |
Na semana passada, o Banco de Moçambique disse que, este ano, a economia vai crescer apenas 3,5% e a inflação pode atingir os 34%. Rogério Zandamela, governador do Banco Central, disse que, em Setembro último, a inflação situou-se em 25%, e ainda não tinha nada a ver com a subida do preço dos combustíveis. Até ao fim do ano em curso deverá estar entre 29% e 34%. Face a esta prostração da economia nacional, também motivada pela desvalorização do metical relativamente as principais moedas estrangeiras, Alexandre Munguambe, secretário-geral da OTM-Central Sindical, disse que a sua agremiação está reocupada com o elevado custo de vida a que o povo está sujeito. “A OTM não pode deixar de manifestar publicamente a sua profunda preocupação com o elevado custo de vida que a maioria dos moçambicanos está a enfrentar", por isso, "gostaríamos de alertar o Governo e os comerciantes que o aumento de preços”, em particular “de produtos básicos, vai saturar as populações”, o que pode acabar “em convulsões sociais de consequências imensuráveis". Em 2010, o povo saiu à rua para manifestar a sua indignação, durante dois dias, devido ao custo de vida, facto que levou o Governo a introduzir medidas de austeridade e de abrandamento de carestia de vida. Tais medidas não foram suficientes para assegurar uma vida digna à população. Alexandre Munguambe, que falava num seminário sobre “mecanismos de recuperação da dívida à Segurança Social”, sugeriu que o Executivo deve rever os critérios de fixação do salário mínimo no país. “A crise é motivo para pensarmos como é que serão feitos os próximos reajustamentos salariais”. A OTM-Central Sindical, que ao longo dos últimos anos tem defendido um salário mínimo de pouco mais sete mil meticais para uma cesta básica de cinco pessoas/mês, já tinha profetizado, no princípio deste ano, que 2016 seria mais duro devido a vários factores que assombram a economia moçambicana. |
Friday, October 28, 2016
Central Sindical dos Trabalhadores receia que custo de vida leve os moçambicanos à revolta
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