Monday, October 31, 2016

Assassinado segundo membro da Renamo em 72 horas e é a sexta vítima num mês


Assassinado segundo membro da Renamo em 72 horas e é a sexta vítima num mês
Escrito por Emildo Sambo  em 01 Novembro 2016
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Indivíduos supostamente não identificados assassinaram a tiro mais um membro da Renamo e chefe desta bancada na Assembleia Provincial de Sofala, na noite do último domingo (30), na cidade da Beira. Para o maior partido da oposição em Moçambique, o acto foi perpetrado pelos “esquadrões de morte”, que segundo o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, e seus correligionários não existem.
Trata-se de Juma Ramos, que também exerceu funções de mobilização. Ele encontrou a morte em casa, na sua barraca, no bairro das Palmeiras, instantes depois de regressar da mesquita.
Albano Bulaunde, delegado político da Renamo em Sofala, disse ao @Verdade que, à saída da mesquita, Juma Ramos deslocou-se à sua residência, noite daquele dia, a fim de substituir a filha que se encontrava na barraca.
Volvido algum tempo, por volta das 19h40, o malogrado foi surpreendido por um grupo de malfeitores que abriram fogo contra si quando se preparava para fechar o seu estabelecimento comercial. Pessoas próximas socorreram a vítima para o hospital, onde chegou sem vida.
O nosso interlocutor disse que acredita que a morte do seu colega tem motivações políticas. O finado, de acordo com Albano Bulaunde, há dias que se queixava da presença de pessoas desconhecidas a rondarem a sua casa. “Ele (Juma) persentia que alguma coisa não estava bem”.
Moçambique vive um autêntico alvoroço político numa altura em que os caminhos para a paz continuam sinuosos. O delegado provincial da classificou de dramática a convivência entre a Renamo e a Frelimo naquela parcela do país.
Juma Ramos é a sexta vítima do partido liderado por Afonso Dhlakama mortalmente crivada de balas, em pouco mais de um mês.
A morte de Juma Ramos acontece 24 horas depois do assassinato de dois secretários de círculo da Frelimo, na noite de sábado (29), no distrito de Dondo, em Sofala. Um terceiro elemento desta mesma formação política no poder ficou ferido e o acto é atribuído à “Perdiz”.
Na passada quinta-feira (27), outro membro influente da Renamo, identificado pelo nome de Luciano Augusto, foi crivado de balas na sua casa, no distrito em Gúruè, província da Zambézia.
A 22 de Setembro passado, o membro da Assembleia Provincial (AP) de Tete e delegado político distrital da Renamo, Armindo António Ncuche, de 55 anos de idade, foi também morto a tiros, em plena luz do dia, na vila de Moatize, por indivíduos ainda desconhecidos.
A 08 de Outubro corrente, Jeremias Pondeca, membro do Conselho de Estado, eleito pela Assembleia da República (AR) em representação da Renamo, e membro da Comissão Mista do Diálogo Político, foi igualmente baleado mortalmente por indivíduos também não identificados, em plena manhã, na cidade de Maputo.
A 18 do mesmo mês, dois membros do maior partido da oposição em Moçambique foram eliminados à queima-roupa, no distrito de Ribáuè, em Nampula, igualmente por gente desconhecidas e que se pôs ao fresco.
Trata-se de Flor Armando, de 45 anos de idade, delegado político distrital em Ribáuè e membro da Assembleia Provincial de Nampula, e Zeca António Lavieque, de com 25 anos.

   Chefe da bancada da Renamo em Sofala baleado mortalmente


Juma Ramos foi executado dentro do seu estabelecimento comercial, num crime que colegas da Assembleia Provincial dizem ter motivações políticas
O assassinato deste domingo acontece em menos de 24 horas, após a execução de dois secretários da Frelimo em Mutua, no distrito de Dondo, em Sofala.
O chefe da bancada da Renamo, na Assembleia Provincial de Sofala, que em vida respondia pelo nome de Juma Ramos, perdeu a vida cerca das 19h00, depois de ter sido atingido por balas na zona do pescoço.
A vítima foi surpreendida no interior da sua barraca, localizada no bairro das Palmeiras, há cerca de 300 metros da sua casa.
Um vizinho do malogrado afirmou que da sua residência ouviu dois tiros e depois saiu a correr para se inteirar do que estava a acontecer. Ao chegar no local, deparou-se com o finado, ainda com vida, estatelado no chão. “Soube com uma das pessoas que estavam próximas, que dois indivíduos aproximaram-se da barraca como se fossem clientes e de repente dispararam contra o senhor Juma Ramos e depois saíram rapidamente a correr. Como estava muito escuro, porque parte da cidade da Beira ficou cerca de 24 horas sem corrente eléctrica, as pessoas que assistiram o acto afirmaram que foi difícil ver o rosto dos atiradores”, contou a fonte.
O nosso interlocutor explicou, ainda, que depois do susto tomaram coragem e entraram na barraca de Juma Ramos.
“O corpo estava todo ensanguentado e com uma enorme ferida no pescoço. De imediato, juntamente com outros vizinhos, mobilizamos uma viatura e o transportamos para o Hospital Central da Beira. Ele estava a respirar com muita dificuldade e quando chegamos no hospital, cerca de 10 minutos depois, o técnico de saúde que nos atendeu informou-nos que ele já estava morto. ”.
O presidente da Assembleia Provincial de Sofala, Carlitos Viano, lamentou a morte de Ramos e afirmou que não tem dúvidas que a morte tem motivações políticas. Os chefes das bancadas da Frelimo e do MDM na Assembleia Provincial de Sofala, por sua vez, condenaram a forma bárbara como o homem da Renamo foi morto.
As autoridades policiais dizem ter aberto um processo de investigação, para apurar as circunstâncias e os autores do crime.

Régulo escapa à morte em Manica
A Polícia da República de Moçambique (PRM), em Manica, resgatou o régulo do povoado de Ruele, no distrito de Manica, que tinha sido raptado há dias por homens armados. A informação foi avançada, ontem, pela porta-voz da PRM naquela província, Elsídia Filipe.
A porta-voz da PRM diz que os homens armados pertencem a Renamo e teriam raptado e espancado o régulo identificado por Elias Sogoro, sequestrado em plena luz do dia, quando se encontrava na companhia dos seus familiares.  Filipe explicou que o régulo foi severamente violentado pelos homens armados, tendo sido resgatado das mãos dos guerrilheiros da Renamo dois dias depois de ter sido sequestrado em sua casa. “Conseguimos resgata-lo, mas com ferimentos graves. Está receber assistência médica num dos hospitais da província.

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