A consultora Exotix Partners, a maior analista de empresas dos mercados emergentes, recomendou aos investidores que vendam os títulos de dívida soberana de Moçambique, que vencem em 2023, devido às difíceis condições financeiras do país.
"Pensamos
que os preços actuais não reflectem os riscos negativos", escreveu a
empresa numa nota citada pela agência de informação financeira
Bloomberg, na qual aponta que "reviu em baixa a recomendação sobre os
títulos MOZAM 2023 de 'Manter' para 'Vender'”.
Os três principais motivos para trocar a recomendação de 'Manter' para 'Vender' são as incertezas sobre os prazos do programa de ajuda financeira internacional, as dúvidas sobre a capacidade de assegurar as garantias financeiras e as consequências da realização e divulgação da auditoria externa às contas de algumas empresas públicas.
A divulgação da auditoria externa às contas públicas moçambicanas, exigida pelo Fundo Monetário Internacional para retomar o programa de ajuda financeira a Moçambique, "deverá excluir as questões sobre a dívida MOZAM, na nossa opinião, mas não sabemos como isso vai desenrolar-se", explica a consultora na nota citada pela Bloomberg.
Os três principais motivos para trocar a recomendação de 'Manter' para 'Vender' são as incertezas sobre os prazos do programa de ajuda financeira internacional, as dúvidas sobre a capacidade de assegurar as garantias financeiras e as consequências da realização e divulgação da auditoria externa às contas de algumas empresas públicas.
A divulgação da auditoria externa às contas públicas moçambicanas, exigida pelo Fundo Monetário Internacional para retomar o programa de ajuda financeira a Moçambique, "deverá excluir as questões sobre a dívida MOZAM, na nossa opinião, mas não sabemos como isso vai desenrolar-se", explica a consultora na nota citada pela Bloomberg.
Os
títulos de dívida soberana a que se refere a consultora eram
originalmente títulos de dívida corporativa da Empresa Moçambicana de
Atum (Ematum), que venciam em 2020, mas foram reconvertidos em títulos
de dívida pública com garantia do Estado de Moçambique, naquele que foi
um dos primeiros passos para se descobrir a emissão de títulos e
empréstimos a empresas públicas moçambicanas num valor que se aproxima
dos dois mil milhões de dólares e que fez a dívida pública disparar para
valores considerados insustentáveis pelos padrões internacionais.
Apesar dos progressos na evolução dos juros cobrados pelos investidores para transaccionarem estes títulos de dívida, que nos últimos sete dias andaram à volta dos 15%, de acordo com a consulta feita hoje pela agência de notícias Lusa, a Exotix afirma que "os títulos estão vulneráveis a uma correcção a curto prazo, apesar de alguns investidores poderem estar preparados para 'aguentar' este período, antecipando os investimentos no sector do gás".
Os investidores que aceitaram trocar os títulos da Ematum pelos de dívida soberana, antes do Verão deste ano, ficam a receber mais juros (de 6,3% para 10,5% por ano), mas adiam a recuperação do investimento inicial de 2020 para 2023, o que daria às finanças públicas moçambicanas mais tempo para receberem as receitas provenientes da exploração de gás natural.
A divulgação deste relatório é mais uma má notícia para a economia de Moçambique, que deverá crescer este ano apenas 3,7%, o que compara com uma expansão económica de 6,6% no ano passado, já de si bastante abaixo da média de dois dígitos da última década.
O país atravessa uma crise económica e financeira, provocada pela queda do preço das matérias-primas e dos investimentos, calamidades naturais, derrapagem da moeda nacional, subida galopante da inflação e aumento exponencial da dívida pública, o que afecta a imagem externa do país como destino potencial de atracção de investimento estrangeiro, apesar das enormes reservas de gás descobertas na última década.
A inflação de Setembro numa base anual passou os 25% e o metical desvalorizou-se 40% face ao dólar desde o início do ano, o que contribui para aumentar as dificuldades do serviço da dívida.
A Exotix Partners é uma consultora baseada em Londres e com escritórios em Nova Iorque, Dubai, Lagos e Nairobi, analisando 130 empresas nos mercados emergentes, "mais do que qualquer outra empresa que opera nos mercados emergentes", segundo a informação do seu site.
SAPO – 13.10.2016
Apesar dos progressos na evolução dos juros cobrados pelos investidores para transaccionarem estes títulos de dívida, que nos últimos sete dias andaram à volta dos 15%, de acordo com a consulta feita hoje pela agência de notícias Lusa, a Exotix afirma que "os títulos estão vulneráveis a uma correcção a curto prazo, apesar de alguns investidores poderem estar preparados para 'aguentar' este período, antecipando os investimentos no sector do gás".
Os investidores que aceitaram trocar os títulos da Ematum pelos de dívida soberana, antes do Verão deste ano, ficam a receber mais juros (de 6,3% para 10,5% por ano), mas adiam a recuperação do investimento inicial de 2020 para 2023, o que daria às finanças públicas moçambicanas mais tempo para receberem as receitas provenientes da exploração de gás natural.
A divulgação deste relatório é mais uma má notícia para a economia de Moçambique, que deverá crescer este ano apenas 3,7%, o que compara com uma expansão económica de 6,6% no ano passado, já de si bastante abaixo da média de dois dígitos da última década.
O país atravessa uma crise económica e financeira, provocada pela queda do preço das matérias-primas e dos investimentos, calamidades naturais, derrapagem da moeda nacional, subida galopante da inflação e aumento exponencial da dívida pública, o que afecta a imagem externa do país como destino potencial de atracção de investimento estrangeiro, apesar das enormes reservas de gás descobertas na última década.
A inflação de Setembro numa base anual passou os 25% e o metical desvalorizou-se 40% face ao dólar desde o início do ano, o que contribui para aumentar as dificuldades do serviço da dívida.
A Exotix Partners é uma consultora baseada em Londres e com escritórios em Nova Iorque, Dubai, Lagos e Nairobi, analisando 130 empresas nos mercados emergentes, "mais do que qualquer outra empresa que opera nos mercados emergentes", segundo a informação do seu site.
SAPO – 13.10.2016
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