A nomeação de Rogério Zandamela, como novo governador do Banco de Moçambique, foi alvo de comentários variados tanto nos cafés, redes sociais, conversas de intelectuais que se preocupam com o futuro do país e até foi notícia nos jornais. Mesmo cá no estrangeiro tal não passou despercebido, jornais há que reportaram o facto.
Seja como for, ainda continuo dizendo que a Rogério Zandamela espera uma tarefa árdua. Ele saiu de Moçambique em 1978, muito antes da criação do Metical e nessa altura a moeda que circulava era o Escudo. Mas não é isso problema, dado que sendo economista e trabalhando numa instituição como o FMI, sempre esteve a par das flutuações dos mercados internacionais e de Moçambique em particular.
O que Zandamela trará nos próximos dias? Creio eu que todo o moçambicano já fez esta pergunta. Na minha opinião, ele não poderá ter capacidade de fortalecer o metical face ao dólar, dado às adversidades que assolam a economia moçambicana. Ou seja, dificilmente, nesta actual conjuntura, o dólar voltará a estar na casa dos 30, 40, 50 ou 60 meticais.
Digo isso pela minha experiência empresarial de mais de 22 anos. Conheço o negócio de dinheiro e a área financeira desde os tempos em que o dólar custava 8 meticais, em 1994. Nessa altura, o governador do Banco de Moçambique era o actual ministro das Finanças, Adriano Maleiane.
Nos próximos dias haverá espaço para ilações sobre os passos que terão sido dados pelo novo governador do Banco de Moçambique. contudo, vos garanto que milagres não existirão. Há que fazer referência às palavras do representante residente do FMI, em Maputo, quando disse que ainda não houve passos significativos no que tange à auditoria forense internacional às contas estatais.
É que para o FMI a auditoria forense internacional é crucial para o reatamento da ajuda financeira a Moçambique. Eles querem saber onde é que foram parar os dois biliões de dólares adquiridos à socapa pelo Governo do anterior chefe de Estado, Armando Guebuza. Filipe Nyusi, com o argumento de que só irá se pronunciar depois do desfecho dos inquéritos do parlamento e da Procuradoria-Geral da República, pretende, por outro lado, dizer que jamais haverá auditoria independente às contas estatais.
O FMI elogia o trabalho que está sendo feito pela PGR e pelo parlamento, mas, paralelamente, queria que houvesse uma auditoria independente para se apurar os verdadeiros problemas da economia moçambicana. Aliás, apesar do Governo moçambicano escamotear a verdade, a directora-geral do FMI Christine Lagarde afirmou em Maio que a suspensão do financiamento que a instituição fornecia a Moçambique foi justificada por sinais claros de "corrupção escondida".
Uma missão do FMI é esperado a 22 de Setembro corrente em Maputo, mas não acredito que da visita haverá sinais positivos do reatamento das relações. O problema é bicudo e, muito provavelmente, o Governo moçambicano só vai ceder quando a crise já tiver devastado o país a tal ponto de nem os funcionários públicos terem os seus salários, aliás, como o que começa acontecer em alguns ministérios.
Ao Presidente da República, Filipe Nyusi, dou os meus parabéns por ter ido buscar fora do seio dos camaradas pessoas como o PCA da EDM, o presidente do Tribunal Supremo e o agora governador do Banco de Moçambique. É que o país está habituado a ver os mesmos rostos frelimistas em lugares-chave para o desenvolvimento do país, sem que se observe o desiderato competência.
A ver vamos.
Nini Satar
PS. O cambio do dólar americano esta mais baixo no mercado.
nos banco o dolar ronda a 79
e no mercado negro o dolar ronda a 76
tudo isto e por falta de meticais.
Não existe metical a circular nas casas de cambios.
e a procura do dolar deminui nos últimos dias.
nos banco o dolar ronda a 79
e no mercado negro o dolar ronda a 76
tudo isto e por falta de meticais.
Não existe metical a circular nas casas de cambios.
e a procura do dolar deminui nos últimos dias.
Sem comentários:
Enviar um comentário