Pouco se sabe sobre o seu patrono, que em sede própria poderia reclamar os seus direitos de autor, G40, criado em 2013, é o termo que designa a um grupo de 40 analistas ou comentadores políticos ao serviço do Governo e dos demais membros do Partido Frelimo.
Parte dos nomes integrantes na lista do G40 foi objecto de divulgação em alguns dos jornais da praça que, por sua vez, apontavam que aquele grupo de analistas e comentadores políticos, ao todo mercenários, fora criado pelo Partido Frelimo com o objectivo de bem-dizer os actos de seu Governo.
1. Origem, perfil e finalidade do G40:
Sem dados precisos, consta que o G40 surge em 2013, a meio da tensão político-militar, e numa altura em que o país começou a assistir ao nascimento de rádios, televisões e jornais independentes que, por sua vez, promoviam com certa imparcialidade DEBATES CRÍTICOS em torno da política nacional.
E porque o número de críticos aumentava sobremaneira pelo país, despertando a consciência crítica dos moçambicanos, o que, de certa forma, representava um risco para com os interesses do Governo-do-dia, cria-se o G40 como «meio para ofuscar os demais analistas comprometidos com a verdade».
Tal constatação é explicável. A meio a tensão político-militar, na qual a Renamo ganhava certo protagonismo na arena política nacional, em que moçambicanos de quase todos os lados viravam-se contra a Frelimo, era urgente que esta criasse uma plataforma para salvaguardar seus interesses.
Ademais, 2013 era um ano eleitoral. Em Novembro daquele ano se realizaria as eleições autárquicas e, no ano seguinte (2014), as eleições presidenciais, legislativas e para as assembleias provinciais. Nisto, era urgente que a Frelimo empreendesse um conjunto de medidas por forma a preservar sua fama.
O seu campo de actuação deviam ser as rádios, televisões e jornais públicos, por um lado, e por outro, os demais jornais, televisões e rádios privadas que, nos últimos tempos, vem se multiplicando pelo país. Era, desde logo, um sinal claro de um PATRULHAMENTO IDEOLÓGICO através da imprensa no país.
Portanto, o G40 era composto por académicos das áreas do Direito, Ciência Política, Relações Internacionais, Administração Pública, a título de exemplo, devia se apresentar em televisões, rádios, escrever e conceder entrevistas a favor do Governo da Frelimo e combater os partidos da oposição.
2. G40, traidores da academia e da pátria:
Partindo do pressuposto de que, parte considerável dos membros do G40 era composta por académicos das mais variadas áreas e saídos das nossas Universidades e Institutos ou que tenham estudado no estrangeiro em regime de bolseiros custeados pelo Estado, o G40 traiu a academia e ao Estado (povo).
Aliás, os membros do G40, no momento em que assinaram o contrato de PORTA-VOZES DA MENTIRA E DA BURLA AO POVO que muito investiu em sua educação, sabiam que, como cidadãos moçambicanos é seu dever «servir a comunidade nacional, pondo ao seu serviço as suas capacidades intelectuais».
Os membros do G40, ao se meterem nas televisões, rádios e jornais, usando da retórica e demais conhecimentos científicos aprendidos durante a sua formação para favorecer enganosamente a uma ala política, traíram um dos princípios fundamentais que norteiam a academia: a IMPARCIALIDADE.
Por outro lado, o mesmo plantel do G40, ao se portar como tal, burlou ao povo, na medida em que os seus membros se eximiram do seu PAPEL DE DESPERTADORES DAS CONSCIÊNCIAS. Enganaram ao povo que, desde cedo, investiu na educação destes acreditando que contribuíram para o crescimento do país.
Hoje, o nosso país está na desgraça, em parte, graças aos conselhos, opiniões, análises dos nossos analistas e comentadores políticos, que pela sua fala criavam rivalidades acesas entre as diferentes forças políticas do país, defendiam o indefensável e ludibriavam o povo cegando-o, outros roubando.
3. Considerações finais:
Aonde estava o G40 quando más decisões eram tomadas, quando os governantes usavam do erário público para fins particulares? Os membros deste grupo preferiram SELAR SUAS BOCAS PELO METICAL, por promoção a cargos nobres no Aparelho do Estado, pela desgraça do povo humilde e trabalhador!
O comportamento dos membros do G40 de procurar enganar cerca de 24 milhões de moçambicanos, foi no mínimo ridículo, uma renúncia a sua dignidade como pessoas, como académicos e como profissionais de suas áreas de actividade. Membros do G40 revelaram-se em MAIORES JUDAS da academia e do povo.
Finalmente, gostava de repudiar e com toda a veemência, as novas investidas do G40 e do seu reduto (G40 Jr., e demais aspirantes, seguidores e adeptos) que ridiculamente procuram defender os corruptos e burladores que roubaram e enganaram ao povo, realizando textos pelo facebook e outras plataformas a volta do rombo económico.
Nenhum país está exime à dívidas! Sim, é verdade. Entretanto, queremos que as dívidas ou empréstimos contraídos em nome do povo e a serem pagos por este, tenham, efectivamente, sido realizados para fins públicos soberanos, justos e que tenham obedecido todos os procedimentos consagrados por lei.
Abaixo ao G40 e a todas as formas de G40tismo na Pátria Amada!
Abaixo àqueles que cospem do prato que comeram!
Abaixo aos Judas da Academia e do Povo, a quota-parte responsável pela nossa desgraça.
Bem-haja Moçambique, nossa pátria de heróis anónimos!
Maputo, 23 de Abril de 2016.
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