CARTA A MUITOS AMIGOS
Faz dias o Presidente Chissano que desde os tempos mais antigos e antes da libertação nacional se mostrou um excelente diplomata, numa entrevista declarou e cito de memória: a primeira obrigação do Estado é proteger a vida e bens dos cidadãos e residentes. Quando alguém usa fogo há que abrir fogo contra ele para cumprir a obrigação constitucional.
O nosso terrorista local que perdeu os patrões que faziam dele um reles muleque, auto enalteceu-se, apregoou-se como lutador da democracia, a ferro e fogo mata, destrói. Terroristas da Somália e transnacionais que ambicionam enfraquecer o Estado para melhor nos subjugarem, dão-lhe apoios financeiros, armas e munições. Pobre coitado e de quem o apóia, cedo ou tarde a bem ou mal pagarão a conta de sangue.
Alguma comunicação social dentro e fora do país tende a encorajar a megalomania do nosso terrorista, a disfarçar as acções hediondas com subterfúgios falando de conflito político. Noutros países e até vizinhos existem as mais variadas forças e organizações políticas, nenhuma anda com armas, formas militarizadas próprias, ataca pessoas, bens, veículos.
Note-se que nas mesas eleitorais existem delegados das diferentes forças políticas, tal como ao nível dos distritos, províncias e central. Observadores estrangeiros e nacionais verificam os processos. Houve um tribunal eleitoral, em 1994 exclusivamente composto por juízes estrangeiros designados pelas Nações Unidas e todos com amplo CV na magistratura, incluindo do Tribunal Internacional da Haia. Para o fanfarrão da terra, todos aldrabões, inclusive os homens que ele designou.
Há que perguntar como na Europa, nos Estados Unidos tratam os suspeitos de terrorismo e sobretudo aqueles que já cometeram mortandades? Toda a comunicação social dentro e fora do país reporta-nos estes eventos. Porquê tanta benevolência, senão mesmo carinho e apoios das transnacionais ou mesmo de várias agências estrangeiras bem governamentais? Cheiro de terras e matérias-primas?
Obama lamenta o que ocorre na Líbia. Lamenta ele o que se passou na Somália, Afeganistão, Iraque, Egipto, Síria, Iémen. Pediu desculpa pelo apoio prestado às ditaduras militares na América do Sul. Lembra-se do Panamá e Nicarágua, das infâmias de Mobuto, dos apoios ao apartheid e às agressões contra Moçambique? Basta de lamentações e menos interferências!
Neste momento também nos angustiam as mortandades nas nossas estradas, nas ruas e avenidas das nossas urbes e especialmente de Maputo.
Faz dias de uma só assentada, quinze mortos na Província de Inhambane, condutor que em violação das regras exigidas saiu de um local pelas 03h30 da madrugada, sabendo que a lei o proibia de circular a essa hora. Embateu na traseira de um camião parado fazia vários dias (o que a lei interdiz) e lá se fez a matança.
Todos os dias lemos ou vemos ou ouvimos estas notícias horrendas. Basta circular pelo país. Mais um pesadelo para quem se desloca pacificamente e transporta gente e mercadorias.
Chapas e my love que estacionam numa curva, fazem ultrapassagens perigosas, param por cima de lombas e passagens de peões, raros com luzes, pisca-pisca, pneus em bom estado, nunca sujeitos à inspecção e apenas um ou outro com carta profissional para transportarem pessoas.
A polícia tende a demonstrar indiferença, basta-lhe o refresco!
Alguns transportadores querem circular pela madrugada e noite, agravando os riscos para as pessoas e as cargas. Não descansaram o suficiente, por vezes até andaram a consumir álcool enquanto descansavam ou conduziam, já vi com os meus olhos condutores de chapas atirarem para a rua garrafas ou latas de cerveja que bebiam enquanto conduziam.
Tentaram em Inhambane um arremesso de greve, como se diminuíssem os riscos. Talvez ganhem mais assim, mas como fica então a segurança das pessoas e dos bens? Fazer lucros à custa de vidas humanas justifica o negócio? Não estamos perante uma outra forma de ganguesterismo?
Em paralelo os ébrios, especialmente pelos fins-de-semana, galgam passeios, rotundas, destroem postes de iluminação e por mais sinais que existam só querem demonstrar a capacidade de ganharem prémios de fórmula Um pelas ruas das urbes.
Matam, ferem, provocam danos graves nas suas viaturas, nas de terceiros inocentes e nas obras ao longo das ruas, avenidas. Quem paga?
Pois nós com os nossos impostos e sacrifícios, raros os bêbados, chapas e my love com seguros decentes contra terceiros, os danos provocados às vítimas.
Os proprietários dos ditos semi-colectivos nunca pagam com os ossos na cadeia as mortes e ferimentos.
Todos, menos eles, vamos anualmente à inspecção para que a nossa viatura circule. Quer a polícia tudo verificar, do livrete à carta de condução, a bagageira, as nossas bolsas e até bolsos. Estará isso bem?
Chapas e my love parecem dispensados dessa obrigação e quando a polícia pretende ver a prova da inspecção do nosso carro, tenho o desejo de perguntar se apenas fazem isso connosco, ou também com chapas e my love. Duas leis? Uma para o cidadão comum e outra para quem goza de impunidade?
Várias vezes que constitui erro crasso confundir protocolo e segurança.
O juiz Silica para disfarçarem o seu assassinato, porque julgava um caso dito quente, mataram-no e puseram um saco com dinheiro no carro para camuflarem o crime.
Agora a vez dum Procurador com um caso escaldante, um bandido extraditado da Itália por onde passeava.
Ninguém, nenhuma polícia protegeu o Juiz e o Procurador. Mas para qualquer Conselheiro do Supremo, do Constitucional e do Administrativo não faltas motos, sirenes, segurança nos locais de trabalho e residência.
Não existe nenhum sistema de extintores, alarmes de fogo, reacções automáticas de extintores a um incêndio em qualquer registo e notariado, arriscando o cidadão que o papel entre rapidamente em combustão, ficando um autêntico pária, sem registo de nascimento, casamento, óbito dos seus pais, avós, parentes, registo de propriedade da sua casa, automóvel, etc.
Gastam-se contudo muitos fartos milhões para erguer novos ministérios! Já agora porque desapareceu o antigo Ministério da Agricultura e quanto nos custará o novo?
Repito o protocolo e a segurança não se confundem. Há que assegurar a protecção de quem necessita realmente, no local de trabalho, residência e isto inclui familiares porque os bandidos podem raptar e até matarem a família de quem investiga, indicia e julga criminosos de alto vulto.
Há dias descia eu a Lenine. A polícia controlava a passagem em frente do Tribunal Supremo. Ocorrera um acidente com uma viatura que transportava reclusos. A polícia não controlou e os travões falharam. Ninguém morreu ou ficou ferido, nenhum recluso fugiu, mas no chamado facebook que se deveria chamar boatobook surgiram as notícias e informações mais alarmantes.
P.S. D. Jaime calou-se quando D. Sebastião Resende ou D. Manuel Vieira Pinto denunciaram os crimes do colonialismo, os Padres de Burgos e o Reverendo Hastings denunciaram Wyriamu. Ajudou para o AGP mas reservou mais críticas ao Estado que aos terroristas. Merece respeito mas deveria recordar-se que só a independência lhe deu o direito de falar. Descanse em Paz e louvo a sua memória.
SV
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