Em uma carta aberta publicada pela mídia sul-africana, um ativista político pede a demissão do presidente Jacob Zuma.
O autor da carta é Ahmed Kathrada, muçulmano sunita de 86 anos, que é membro do Congresso Nacional Africano (ANC, partido de Nelson Mandela), afirma "ter estado em agonia durante um período antes de escrever esta carta".
Na sua carta, Kathrada pergunta "diretamente, se não com arrogância": "na frente das críticas persistentemente espalhadas, condenação e exigências, será pedir demais ter esperança de que você escolha a via correta que está ganhando destaque e considere se demitir?".
E ressalta, já em forma de solicitação: "Hoje em dia, eu apelo ao nosso Presidente para se submeter à vontade do povo e se demitir".
Na primeira metade da carta, Kathrada (conhecido também pelo diminutivo de Kathy) lista o seu histórico nas fileiras do ANC, do Congresso Índio Sul-Africano e da Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação ou simplesmente MK, braço armado do ANC).
Mais cedo, na quinta-feira desta semana, o Tribunal Constitucional reconheceu o presidente Zuma culpado de violar a Constituição por usar verbas públicas para fins pessoais, ou seja, a reforma na sua residência privada na vila de Nkandla.
A reforma, segundo a agência AFP, inclui a construção de uma piscina, cobertura para curral de vacas, galinheiro e um anfiteatro.
Em um discurso televisado depois, Zuma disse que ele iria respeitar o veredito do tribunal, que o deixa devolver o dinheiro.
© AP PHOTO/ DENIS FARRELL
Em 9 de fevereiro de 2016, membros da organização não governamental Economic Freedom Fighters protestaram contra a reforma em Nkandla. O cartaz mostrado na foto diz: "Pague o dinheiro de volta, grande frango!"
A hashtag #Nkandla está ganhando destaque no Twitter.
"Nós superaremos, nós superaremos, nós superaremos um dia", diz uma usuária.
Outro usuário cita um representante do ANC dizendo que "O dinheiro que eles dizem que foi usado irregularmente não foi usado pelo presidente".
Já esta usuária se refere à carta de Kathrada e usa a hashtag que tem alusão a um possível impeachment.
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