sexta-feira, 18 de março de 2016

Novo escândalo abala presidência de Zuma na África do Sul


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Destaques - África
Escrito por Agências  em 17 Março 2016
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A África do Sul está mergulhada numa nova tempestade política maciça, depois de revelações do vice-ministro Mcebisi Jonas de que a influente família Gupta lhe ofereceu o posto de ministro das Finanças antes da demissão, em Dezembro passado, do seu titular Nhlanla Nene, uma decisão que perturbou fortemente os mercados.
As alegações chocantes de Jonas ameaçam agora fazer explodir a presidência de Jacob Zuma a respeito dos apelos crescentes para que seja novamente convocado pelo Congresso Nacional Africano (ANC), o partido no poder.
Jonas assegura ter rejeitado a oferta da família Gupta porque "isso ridiculariza a nossa democracia duramente adquirida" e "ninguém, excepto o Presidente, nomeia os ministros".
"Hesitei em falar publicamente deste caso até agora, mas acho que já não é possível calar-me. A minha primeira preocupação é que este assunto possa desviar a atenção dos desafios urgentes e reais que o nosso país enfrenta", explicou.
O Partido do Congresso para o Povo (PCP, oposição) anunciou esta quinta-feira que vai apresentar uma queixa por traição e corrupção contra Zuma e a família Gupta, sediada em Joanesburgo e que foi durante muito tempo acusada de ingerência nos assuntos do Estado.
Por seu turno, o Partido Comunista sul-africano (SACP) apelou para a criação de uma comissão de inquérito judicial "e uma investigação de amplo espectro sobre o fenómeno e um relatório sobre as actividades das empresas públicas".
Enquanto isso, a Aliança Democrática, o partido da oposição oficial, ameaçou formular acusações criminais contra os Guptas, que são estrangeiros.
Além disso, Jonas confirmou que foi ameaçado por um importante empresário pouco antes de fazer as suas revelações explosivas quarta-feira, indicando ter recebido um SMS a dizer "um conselho: não faças de ti um mártir".
Zuma será obrigado a pronunciar-se sobre este caso diante do Parlamento esta quinta-feira ao passo que o Comité Executivo do partido no poder vai reunir-se no fim de semana para discutir sobre este novo escândalo.

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