Frelimo condena ataques da Renamo
A COMISSÃO Política da Frelimo condenou quarta-feira última, em Maputo, a acção contínua de desestabilização política protagonizada pela Renamo e pelo seu líder, Afonso Dhlakama, que resulta na perda de vidas humanas, destruição de infra-estruturas públicas e privadas, económicas e sociais, inviabilizando a normal circulação de pessoas e bens em alguns pontos do território nacional.
Num comunicado enviado à nossa Redacção, a Comissão Política reitera a saudação ao Presidente da República e presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, pelo convite oficial endereçado ao líder da Renamo, Afonso Dhlakama, bem como pela criação de um grupo de trabalho para a materialização de um diálogo ao mais alto nível tendo em vista o alcance de uma paz efectiva e duradoira no país.
Exemplo dessa intenção pacifista, segundo refere a nota, são as audiências concedidas pelo PR a Mário Raffaelli, mediador-chefe do Acordo Geral de Paz, assinado em Roma em 1992, entre o Governo e a Renamo, aos representantes do Bloco da Oposição Construtiva, que sustentam a abertura ao diálogo.
“A Comissão Política encoraja o Presidente a continuar com a sua postura de abertura ao diálogo, sem pré-condições, assente no respeito pela ordem jurídica vigente no país”, refere a nota, exortando ainda o povo moçambicano a se manter calmo e vigilante face aos desafios que esta situação político-militar coloca à agenda nacional de combate à pobreza rumo ao progresso.
No seu comunicado o órgão máximo da Frelimo saúda ainda as Forças de Defesa e Segurança e a Polícia da República de Moçambique pelo seu empenho na prevenção e combate ao crime, protecção da população bem como pela manutenção da lei, ordem e segurança públicas e ainda pela defesa da integridade territorial.
Enalteceu ainda o empenho que o Governo tem demonstrado na mobilização de recursos para satisfação do bem-estar da população, em apoio ao desenvolvimento social e económico, com vista o aumento da produção e da produtividade em todos os sectores.
Na reunião da Comissão Política da Frelimo, que tinha como objectivo analisar a situação política, económica e social actual do país, este órgão saudou a comunidade cristã pela celebração da Páscoa e pelas mensagens de apelo à paz, consolidação da unidade nacional, concórdia e convivência harmoniosa, factores fundamentais para a elevação da consciência colectiva de destino comum e de crescente dedicação de todos no desenvolvimento do país.
Numa outra abordagem, o órgão máximo da Frelimo encoraja o Governo a prosseguir com acções visando prevenir a ocorrência de acidentes de viação, que nos últimos tempos têm causado muitas vítimas mortais e avultados danos materiais, e se solidariza com os afectados e as famílias enlutadas.
Na sua última sessão a Comissão Política da Frelimo foi ainda informada sobre os preparativos da V Sessão Ordinária do Comité Central, a decorrer de 13 a 16 de Abril corrente, e sobre o decurso da III Sessão da Assembleia da República, e saúda a toda a bancada parlamentar pelo seu trabalho, em honra do mandato que o povo conferiu.
NOTÍCIAS – 01.04.2016
Homens da Renamo aterrorizam Funhalouro
HOMENS armados da Renamo escondidos na base em Malamule, distrito de Funhalouro, são acusados de dificultar o movimento normal de pessoas e bens na localidade de Tsenane, ao mandar parar e revistar todas viaturas que circulam na região para diversos fins.
De acordo com o chefe da localidade de Tsenane, Salvador Mazive, desde meados de Fevereiro passado os homens armados da Renamo, subdivididos em pequenos grupos de 10 a 20 elementos, tomam emboscada nas ruas, ordenando a paragem de todas viaturas para uma revista minuciosa aos seus ocupantes, além de uma série de perguntas feitas aos seus ocupantes.
Como consequência desta situação, os residentes de Tsenane, na sua maioria, passam noites no mato por medo de sequestros seguidos de maus tratos, tal como aconteceu com o chefe da localidade, que em finais do ano passado foi brutalmente torturado depois de cair na emboscada dos homens de Afonso Dhlakama.
Salvador Mazive explicou que além da restrição dos movimento da população naquela localidade as instituições estatais, escolas e unidades sanitárias funcionam a meio gás, uma vez que alguns profissionais destas áreas vitais pernoitam na sede do distrito e o regresso aos postos de serviço écondicionado à existência de transportadores que aceitam enfrentar a fiscalização desses homens.
O chefe da localidade explicou que os militares da Renamo quando mandam parar viaturas querem polícias e professores, uma investigação que leva mais de uma hora, passando a pente fino os bens dos viajantes, entre outros comportamento que metem medo a todos que pretendem chegar às regiões de Vondo, Malamule, Ribye, Matlale assim como para o distrito de Chigubo, na província de Gaza.
Acrescentou que outros transportadores são obrigados a levá-los a zonas que pretendem chegar, tal como aconteceu com um comprador de madeira ido da cidade de Inhambane, que só não foi à província de Gaza, tal como aqueles queriam, porque não tinha combustível suficiente na viatura”, explicou Mazive.
Esta situação não só cria medo e pânico no seio da população como também encarece a vida na comunidade, já que os preços dos produtos da primeira necessidade são bastante altos, pelo facto de os poucos comerciantes que mantêm suas bancas abertas se aproveitarem do conflito político-militar para praticar a especulação de preços.
INTENSIFICAR A VIGILÂNCIA
Para o governador de Inhambane, que desde segunda-feira trabalhou nos distritos de Mabote e Funhalouro, regiões afectadas pelo conflito político-militar, a população deve intensificar as acções de vigilância, colaborando com as autoridades para o controlo da ordem e segurança públicas.
Para o efeito, Daniel Chapo disse que para travar a progressão de acções criminosas desses homens que pululam com armas de fogo nas comunidades énecessário evitar que as famílias aceitem acolher hóspedes portadores de sses artefactos de guerra sem autorização.
“Não aceitem receber hóspedes com armas de fogo sem autorização, porque além de ser crime para essa pessoa os donos dessa casa também serão chamados a responder pela sua cumplicidade. Por isso vamos prestar muita atenção a todos movimentos estranhos nos nossos locais de residência. Tudo aquilo que acharmos anormal vamos partilhar essa situação com os líderes comunitários e esses por sua vez poderão saber como trabalhar a informação em coordenação com a Polícia”, pediu o governador.
Chapo esclareceu que uma das causas directas da subida dos preços dos produtos da primeira necessidade são os ataques da Renamo nas estradas, porque, segundo suas palavras, muitos transportadores temem entrar nas zonas onde existem homens armados levando produtos porque não querem ver seus carros queimados, e os poucos que ainda aventuram aumentam os preços, daí que há toda necessidade de se consolidar a unidade entre os residentes, intensificando as acções de vigilância para neutralizar todas as manobras dos criminosos.
“Os inimigos que nos atacam hoje são os mesmos que sempre estiveram contra a nossa independência nacional, e hoje não querem ver Funhalouro, Mabote e toda a província de Inhambane a se desenvolverem; não querem ver bancos aqui, boas estradas e outras infra-estruturas. Se queremos o progresso vamos denunciar os criminosos. Não podemos esconder esses homens nas nossas casas. Vamos dizer não à guerra e sim ao desenvolvimento da província, em particular, e do país, em geral”, alertou o governador de Inhambane.
NOTÍCIAS – 01.04.2016
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