sábado, 13 de fevereiro de 2016

Ministro angolano vê mão estrangeira atrás dos activistas

Ministério Público pede condenação de Kalupeteca, Defesa a absolvição

Defesa diz que Ministério Público não provou as acusações de homicídio qualificado, desobediência à ordem e porte ilegal de armas.
José Julino Kalupeteca, Tribunal Provincial de Huambo
José Julino Kalupeteca, Tribunal Provincial de Huambo
Redacção VOA
O Ministério Público do Huambo pediu nesta sexta-feira a condenação de José Julino Kalupeteca e nove seguidores da seita A Luz do Mundo por homicídio qualificado de nove polícias a 16 de Abril de 2015, desobodiência à ordem e posse ilegal de armas.
Nas alegações finais, o procurador Francisco Henriques disse que os seguidores de Kalupeteka prepararam machados, facas, mocas para atacar os "inimigos da seita ou mundanos" e que não tiveram piedade deles.
"Mataram e atacaram, e os feridos ficaram com marcas e traumas para toda a vida", reforçou o representante do Ministério Público.
David Mendes (no centro) com equipa de advogados de defesa, Tribunal Provincial do Huambo, Angola
David Mendes (no centro) com equipa de advogados de defesa, Tribunal Provincial do Huambo, Angola
O advogado de defesa David Mendes, da Associação Mãos Livres, pediu a absolvição de Kalupeteka e seus seguidores, alegando que o Ministério Público não provou qualquer acusação.
"A sociedade tem de saber a verdade e a verdade foi provada aqui dentro", disse David Mendes, que desmontou, segundo ele, as acusações.
"As pessoas que foram prender Kalupeteca estavam mascaradas, esta é a verdade", disse Mendes, reiterando não ter ficado provado que o líder da seita terá desobedecido, resistido às autoridades ou orientado os seus seguidores a criarem postos de vigilância para, posteriormente, agredirem os agentes da Polícia Nacional.
O julgamento continua na segunda-feira com os quesitos finais.
José Julino Kalupeta é acusado de co-autoria material de nove crimes de homicídio qualificado consumado, crimes de homicídio qualificado frustrado e ainda de crimes de desobediência, resistência e posse ilegal de arma de fogo.Ângelo Veiga Tavares diz que há tentativas para colocar no poder "governos dóceis".
Activistas no tribunal. Luanda, Angola. Nov 16, 2015
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Redacção VOA
O ministro do Interior de Angola acusa os 17 activistas em julgamento em Luanda de querer colocar no poder "governos dóceis", por influência externa.
"Há tentativas de ter no poder governos dóceis e, nalguns casos, são utilizadas algumas pessoas, sobretudo jovens, na tentativa de verem implementado em Angola aquilo que se vê nos outros países", disse Ângelo Veiga Tavares, a jornalistas à saída de um encontro com o Presidente Filipe Nyusi em Maputo.
Tavares sustentou que o processo teve o seu curso normal, do ponto de vista da sua instrução e na fase judicial, e garantiu, no entanto, que "quando a lei é violada as pessoas que o fazem devem sentir o peso da lei e das autoridades".
O ministro do Interior angolano encontra-se em Maputo desde quinta-feira em visita oficial.

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