LÍDER comunitário da localidade de Bebedo, distrito de Nhamatanda, em Sofala, Cipriano Sineque, e o seu filho, António Cipriano, de 22 anos de idade, foram baleados sexta-feira à noite em sua residência por supostos homens da Renamo.
Cipriano Sineque foi ferido com gravidade na zona da clavícula, enquanto o filho contraiu ferimentos no pé direito. Os dois estão a receber tratamentos no Hospital Central da Beira (HCB).
Em declarações ao “Notícias” no leito do HCB, as vítimas contaram que o ataque dos homens armados, num total de seis, empunhando armas de fogo do tipo AK47, aconteceu por volta das 22.00 horas daquela sexta-feira quando as vítimas tentaram fugir, após os atacantes forçarem-nos a abrir a porta da casa em que se encontravam a dormir com a família.
Momentos antes de ser evacuado para a sala de cirurgia para a retirada da bala que, possivelmente, se alojou no seu corpo, Cipriano Sineque revelou que os homens armados começaram por ameaçar incendiar a casa, alegando que os seus ocupantes estavam a demorar abrir a porta.
António Cipriano, o filho do líder comunitário, acrescentou que se ele e o seu progenitor não tivessem fugido, todos iriam possivelmente morrer carbonizados, porque os homens armados já tinham começado a atear fogo.
“Bateram à porta com a intenção de assassinar o meu pai, mas porque estávamos a atrasar sair, começaram a incendiar a casa. Foi quando o meu pai decidiu sair para salvar os outros membros da família, sobretudo crianças. Eles dispararam e o meu pai foi o primeiro a ser atingido. Os atacantes levaram um pato e dinheiro e desapareceram, pensando que ele estava morto”, explicou.
O chefe da localidade de Bebedo, Bernabé Matassone Ndapitaia, que acompanhava as vítimas no HCB, disse que ao perseguir os régulos e líderes comunitários, a Renamo pretende fragilizar estas autoridades tradicionais, pois na sua área de jurisdição é o quarto caso que acontece.
“Todos os líderes comunitários daquela área já não dormem nas suas casas por terem medo de serem perseguidos pelos homens da Renamo. Eles (homens da Renamo) já fizeram uma lista das suas vítimas. O medo espalhou-se na zona. As pessoas até já estão com medo de ir para as suas machambas”, ajuntou.
NOTÍCIAS – 08.02.2016
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