segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

DLAKAMA NAS MATAS, SEGUINDO MAUS CONSELHOS




“Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se assenta na roda dos escarnecedores” Salmos 1:1
Reza uma sentença breve da língua Txi Txopi que: “Mano a ku hiwa ni ako nawe”. Traduzido para português, significa que: “escute os conselhos dos outros, mas use sempre o teu bom senso”. Por outras palavras equivale a dizer que, por mais sábio que o nosso conselheiro possa parecer-nos, devemos tomar cuidado antes de decidirmos. Devemos pensar nas consequências. Não devemos precipitar-nos. Não devemos vincular automaticamente o seu parecer, só porque ele é expedito. Imaginemos um conselheiro que nos convença que não temos direito de sermos felizes, de sermos honestos, de sermos éticos, de sermos bons. Esse conselheiro é a todos títulos muito MAU. Existem dirigentes, vítimas desse tipo de conselheiros maus, que vivem infelizes porque pensam pela cabeça dos outros, vão para onde os outros mandam, e obedecem a pessoas de quem deveriam afastar-se. Temos um exemplo flagrante conhecido por todos os leitores da Bíblia do grande conselheiro do Rei David, o senhor Aitofel, ou Aquitofel, (II Samuel 15:31), cujos conselhos pareciam vir directamente de Deus.  Mais tarde, aquele conselheiro, antes íntimo, tornou-se traidor e juntou-se a Absalão, filho do Rei David, num golpe contra o Rei. Recordei-me do ditado “Txopi” e da passagem Bíblica por causa da última aparição do vitalício Líder da RENAMO, Afonso Dlakama cujas imagens mostraram-nos: um Dlakama envelhecido, pálido, magro, debilitado, titubeante (movimentos da fala lentos), com o timbre da voz a experimentar dificuldades de atravessar a laringe para ser devidamente articulada pelos lábios e pela língua, obrigando-o a arrastar as palavras. Com as calças a caírem-lhe por estarem amarradas em vez de apertadas com o cinto, (ku phamba di buluku), não reconhecemos nas imagens o habitual Dlakama com uma barriguinha saliente, rei das massas, bailarino arrastador das multidões e prestidigitador. Vimos sim, um Dlakama paciente (doente), em busca de saúde ao pé de um Ndoma/Thempele, Consultório de um trapaceiro e mau conselheiro Médico Tradicional (N´ganga), no meio duma floresta, afirmando que aquele era o único lugar onde se sentia verdadeiramente seguro(!?) Afinal, pode-se estar num lugar seguro quando a morte bater-nos a porta? Porque a nossa vista (pelo menos a minha) não nos enganou, as últimas imagens do Líder vitalício (Wa Muyaya) da RENAMO, foi de uma pessoa doentia a necessitar urgentemente de cuidados de saúde, apesar de continuar a sonhar sempre com as mortes: “Aqui em Gorongosa há muitos desmobilizados de guerra e membros da Frelimo. Não nos custa nada ir à casa dos mesmos e eliminá-los fisicamente”. Palavras de Dlakama aos Jornalistas que o entrevistaram. Só um sanguinário é que mesmo estando nas condições físicas em que se encontra, ainda pensa em tirar a vida a gente inocente. A natural curiosidade dos jornalistas continuou a questioná-lo sobre a sua sucessão, mantendo-se ele no renitente lugar de Líder Vitalício que só a morte o pode substituir: “Não posso indicar ninguém, porque não se trata de poder tradicional. O meu pai, o régulo Mangunde, está a preparar um dos meus irmãos para lhe substituir. Eu fui eleito e o próximo presidente também deverá ser eleito de acordo com os estatutos do partido”. Dlakama tem de ter muito cuidado com os maus conselheiros, que lhe sugerem andar mais de Duzentos quilómetros a pé afastando-o da “civilização” Moçambicana para casar-se com as matas de Gorongosa. Porquê, para quê e até quando? Um ancião doentio como ele mais do que nunca necessita do calor familiar, (mulher, filhos e um lar). Porquê não estão com ele? Não estará alguém (um Conselheiro) interessado em “Txingar” a família do Líder?


Jacob Zumae ANC
humilhados pela arrogância
No tempo em que o Presidente Samora Machel governava eu estava na escola. Vivi cerca de 10 anos em centros internatos desde o nível da Quinta Classeem Massingaaté terminar o curso medio de Jornalismo em Maputo.  Também vivi um pouco nos quartéis da Maxixe, Maputo e Nampula. Nos centros internatos onde vivi não havia televisão, jornal e nem rádio para assistir, ler e escutar.
Comprei o meu primeiro rádio Xirico preto com salário de professor-aluno quando estava na Nona Classe, na Escola Secundaria Emília Dausse, na cidade de Inhambane.
Com pequena capacidade financeira, comprava semanalmente exemplares da Revista Tempo e coleccionava os que tinham discursos do Presidente Samora Machel. Até hoje tenho alguns em casa.
Era e ainda sou fanático do estilo de liderança e transparência de Samora Machel, Presidente que governou 11 anos e morreu pobre, porque o povo que tanto amava era e continua pobre.
A viva Graça confirmou numa das minhas entrevistas que se Samora fosse vivo até hoje ela não teria casa condigna, porque o povo ainda não tem casas condignas.
Um dia o Presidente Samora disse que alguns ministros do seu governo estavam corrompidos pelo conforto do poder e repetiu opoder corrompe.
Jacob Zuma viveu muitos anos em Moçambique no tempo do Presidente Samora.
Nelson Mandela falou da corrupção e da arrogância do poder na África do Sul livre do Apartheid.
Não me lembro quando terá falado disso,mas foi depois das primeiras eleições gerais multirraciais de 1994. Disse que estava satisfeito com os resultados que o ANC obtivera. Não teve maioria absoluta.
Para Mandela, ganhar maioria absoluta transformaria o ANC num partido arrogante e sem respeito com o povo, porque o poder corrompe.
Jacob Zuma, líder populista de esquerda, foi eleito Presidente do ANC em Dezembro de 2007.
Cerca de nove meses depois, corrompido pelo poder, afastouThaboMbeki do cargo de Chefe do Estado, quando faltavam 8 meses para terminar o segundo e ultimo mandato de Presidente da África do Sul.
Em 2009 foi eleito Presidente da República acumulando com a liderança do ANC, organização política mais antiga do continente africano.
Com arrogância e orgulho,Zumafoi somando escândalos financeiros e sexuais antigos e novos.
O Tribunal Constitucional deu sinal de que o Presidente Zuma fez tudo para ter cartão vermelho, faltando respeito a uma das instituições criadas pelaseçcão nove da Constituição que jurou respeitar e fazer respeitar.
Durante dois anos, Jacob Zuma e alguns dos seus delfins do ANC ignoraram, negaram e desprezaram arrogante e orgulhosamente o apelo para  Zuma pagar do seu bolso a construção de capoeira, curral para gado bovino, piscina, anfiteatro e outros anexos secundários do seu castelo de Nkandla avaliados em 246 milhões de randes.
Os “miúdos” de ‘Dhlakama’ levaram-lhe ao Tribunal Constitucional e tudo indica que vão ganhar a causa humilhando o idoso Jacob Zuma e o histórico ANC. (X)

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