Sede Nacional da Renamo
Av. Ahmed Sekou Touré nº 657;
Email: boletimaperdiz@gmail.co.mz
Queremos acreditar que neste momento vivemos num
país dividido, com um governo ditatorial, déspota e um
Povo em aparente silêncio cúmplice perante tudo que
nos tem sido imposto.Para ter a certeza do que aqui nos
referimos, não precisa muito esforço para vermos que
à entrada do rio Save no sentido Centro Sul as tropas
da Frelimo exigem aos passageiros guias de marcha,
passaportes e bilhetes de identidade; que o regime insiste
em marginalizar o diálogo; não controla o custo de vida,
atenta os cidadãos com penas de fuzilamento à luz do dia
enquanto o Povo mantêm-se num silêncio absoluto. A
semana que está prestes a findar ficou marcada por dois
desprezíveis acontecimentos que ocorreram na capital
do país como marcas indeléveis da intolerância deste
pseudo-governo.
A reprovação pela Frelimo do projecto de revisão
constitucional que tinha sido submetido pela Bancada da
Renamo na Assembleia da República e o atentado contra
o activista político, Carlos Jeque, são os acontecimentos a
que nos referimos e trouxeram à ribalta o comportamento
de intolerância da Frelimo.A proposta da Renamo como
é do conhecimento de todos visava encontrar uma
plataforma para se ultrapassar a actual crise política
em que o país está mergulhado. Em relação ao Carlos
Jeque, importa-nos referir que ele apoiou o presidente
Afonso Dhlakama na sua candidatura à Presidência da
República em 2014, uma posição que assumiu depois de
ter devolvido o cartão de membro da Frelimo.
No primeiro caso, embora tivesse sido veiculado
de que o grupo da Frelimo na Comissão dos Direitos
Humanos, Assuntos Constitucionais na Assembleia da
República tinha se antecipado a chumbar a proposta, a
Renamo e Povo esperavam ver com que maturidade e
interesse o documento seria discutido e se bom senso iria
aparecer pela primeira vez no debate parlamentar em
Moçambique.
Tínhamos advertido que qualquer tentativa de reprovar
o documento como forma de humilhar o proponente não
deixaria nenhuma margem de dúvidas de que o diálogo
que Nyusi tanto defende querer manter com a Renamo
não passava de uma treta e manobra de diversão.
Esses acontecimentos, bem como os anteriores,
nomeadamente as emboscadas contra o líder da
Renamo, os assassinatos aos demais membros deste
partido em todo o País, a falta de progressos no Centro
de Conferências Joaquim Chissano, as frequentes
fraudes eleitorais, a recusa à integração dos homens
da Renamo nas forças de defesa e segurança, entre
outros, demonstram claramente que o regime da
Frelimo responde com repressão, com arrogância, com
assassinatos e com a recusa ao diálogo às vozes que
clamam pela democracia, justiça social e seus direitos
fundamentais. Essas perseguições e assassinatos
constituem exemplos desta arrogância do regime. É
face a esta mesma intolerância, o rapto dos direitos dos
cidadãos e a recusa de diálogo que a Renamo encontra
como última alternativa à continuação da sua luta.
Não ficamos espantados com os dois acontecimentos,
tal como não ficamos espantados com o comportamento
de uma Frelimo que sempre actuou com dois pesos e
duas medidas.
Tudo que a Frelimo tem estado a fazer pode ser
interpretado como um empenho para silenciar o povo
que clama pelos seus direitos. Como anteriormente
dissemos neste espaço o Povo é chamado a não ficar num
silêncio cúmplice perante as atrocidades e desprezo que
esta Frelimo tem contra todos.
O tamanho da arrogância da Frelimo demonstra que
não existe mais nenhum contrato social entre este partido
e o povo que ele à força quer governar, mesmo que não
o tenha eleito .
Entre continuar a compactuar e levar uma luta justa
para o fim de uma ditadura camuflada, a Renamo opta
pela segunda via. Não podemos continuar a tolerar que
um grupo de sanguinários, aldrabões e charlatães nos
oprima e nos humilhe confiando na força das armas.
Um governo sem legitimidade não merece continuar a
ser tolerado. Por isso, a Renamo entende que é tempo
de fazermos qualquer coisa para, como disse no passado
dia 30 de Novembro o Presidente Afonso Dhlakama aos
jovens reunidos em Maputo, pormos fora de acção esse
bando de assassinos e arrogantes que sustentam todo o
mal que graça o país.
Apelamos mais uma vez aos homens e mulheres de boa
vontade para se juntarem à Renamo nos novos desafios
que estão à porta, lembrando que em breve tal como
anunciou a própria Frelimo será decretada a subida do
preço dos transportes semi-colectivos de passageiros.
JOGOS DE LINGUAGEM, OU AUSÊNCIA DE PATRIOTISMO?
Descentralização, é reconhecidamente,
uma necessidade nacional.
Por excesso de centralização o país
não consegue estar em Paz, nem
enquadrar devidamente os seus cidadãos.
Vivemos encalhados numa
situação em que a maior parte dos
eleitores se sente traída e excluída
do usufruto dos direitos de ser Mo-
çambicano não se sentindo por consequência
identificado com o seu
governo. Na maior parte do territó-
rio Moçambicano os cidadãos não
se sentem representados pelos seus
governantes locais e por isso lhes
olham com rancor e chegam mesmo
a desprezar o próprio Presidente da
República e consequentemente as
suas orientações.
O excesso de centralização coloca
Moçambique numa espécie de neurose
política, que cria alucinações,
ilusões, convulsões que chegam a
confrontações militares já que o
país mantém dois exércitos porque
a RENAMO não aceita comportar-se
como vencida quando de facto foi e
continua a ser a vencedora e o Governo
recusa a implementar a solução
da integração das forças da RENAMO
conforme preconizado em Roma. O
Governo é corajoso para procurar
a mesa das conversações e assinar
acordos quando se vê sufocado e
envergonhado no campo de batalha,
mas não tem coragem para cumprir
esses acordos após a paragem das
acções armadas que o afligiam.
Todas estas acções desgovernantes
que o governo da Frelimo pratica,
ficariam fragilizadas se fosse estabelecida
uma correspondência entre o
voto de cada localidade ou província,
sem deixar de manter o respeito pelo
resultado do voto geral. Isto não é interesse
de um Partido, mas necessidade
da Democracia, e interesse de
Moçambique, pois todos estamos
necessitados de Paz, de Liberdade,
de Tranquilidade e Segurança real.
Os homens catanas, os combates
e ataques militares, os raptos e assassinatos
de albinos, os cortes de
energia, as muitas
manobras de corrupção, a falta
de um bom sistema nacional de
educação, as inúmeras, impensáveis
e incontáveis violações dos direitos
humanos, são apenas alguns dos
indicadores que comprovam que o
nosso sistema de governação não é
o apropriado para que consigamos
fazer de nós, o País Grandioso e a
Pátria Nobre que vimos sonhando
desde os tempos de Mondlane.
Discutir a descentralização como
um interesse próprio de um partido
ou contrário a outro partido, é um
erro e leva a conclusões, decisões
e soluções erradas. O Presidente
da República, está perdendo
uma grande oportunidade para
demonstrar que de facto tem um
coração grande com amor a todos
os Moçambicanos, incluindo os
que estão sofrendo por causa do
excesso de centralização que leva
a que as populações residentes
nas regiões onde o seu partido
não conseguiu arrecadar a maioria
dos votos vivam irritadas, infelizes,
e mesmo sejam discriminadas,
perseguidas, porque gostam de
um partido que não é o do chefe
do seu quarteirão, secretário do
seu bairro, administrador do Posto
ou do distrito onde vive. Filipe
Nyusi provaria a veracidade do
seu interesse de tratar a todos
os Moçambicanos pró igual com
amor igual se recomendasse
para o debate parlamentar sobre
a descentralização, a mesma
ponderação que recomendou
em relação às incursões militares
apelidadas de desarmamento
compulsivo. O Amor do Presidente
pelo seu Povo, não se mostra
quando ele está aflito por ver
o exército governamental a ser
derrotado pelas forças da RENAMO.
No Parlamento, onde não existem
armas e felizmente por isso não
se provocam mortes, também é
necessário o Amor do Presidente.
Sem o sufoco e a dor das mortes,
com o espírito de Justiça, com
a vontade de bem governar,
preocupação de ver sempre
todos os Moçambicanos felizes,
é necessária a intervenção do
presidente, já que acumula funções
da República com a liderança do
seu Partido, poderia usar esta
dupla e muita polémica qualidade
de ser ao mesmo tempo o Pai de
toda a Nação e também o Pai do
Partido comunista opressor de todo
o Povo. É preciso apaziguar, unir e
harmonizar os moçambicanos e
isto pressupõe Justiça. Em
plena Democracia, não é
justo que uma província
tenha que trabalhar com
um Governador que
representa quem ela não
elegeu. Se a Província de
Gaza elegeu FRELIMO,
pois ela tem que ter um
Governador da FRELIMO.
E isto deve acontecer
agora que o presidente
é da FRELIMO e deverá
continuar a acontecer
quando o Presidente
for da RENAMO. É
descentralização, versus
respeito pelo poder
local. Quando falta,
então está faltando
Justiça Governativa.
Pode-se querer paz com
injustiça? Ou podese
querer progresso e
desenvolvimento sem Paz?
Os deputados da
Assembleia da República,
todos os duzentos e
cinquenta deputados
acrescentados de
seus respectivos suplentes e
preferencialmente reforçados
pelos seus simpatizantes, incluindo
o Presidente Nyusi e nós aqui
da Perdiz que também temos
nossas simpatias e com orgulhos
disso, devem empenhar-se em
materializar a descentralização
porque ela é sinónimo de Paz.
Não fomos às urnas para
sermos jogados para a Guerra.
Por favor, descentralização,
descentralização, descentralização.
Presidente, aceite sim trabalhar
com Governador da RENAMO,
Administrador da RENAMO, onde a
RENAMO Ganhou.
SILÊNCIO CRIMINOSO
Todos somos responsáveis
pela Paz, todos somos culpados
pela guerra, pois quem
cala injustiças, consente o
crime e a violência. Nós, sociedade
moçambicana, temos
vindo a assistir passivamente
a todos os desmandos
dos nossos políticos, a come-
çar pelas falcatruas eleitorais
que implicam o roubo de votos
e enchimento artificial de
urnas a continuar pelos assassinatos
e prisões políticos,
e ainda os tribunais internacionais
não têm nenhum
abaixo-assinado de cidadãos
honestos a pedir a impugna-
ção do Governo ou de qualquer
partido político, pois
somos demasiado passivos e
mansos para reagir às injusti-
ças que enfermam nossa sociedade
e nos vitimam a nós.
Siba-Siba, homens catana,
Carlos Cardoso EMATUM,
cerco ao líder… o que precisamos
mais para nos revoltarmos?
Paciência passiva
não é virtude. Para ser virtude,
a paciência tem de ser
activa e interventiva. Assinar
petições, denunciar situa-
ções, efectuar campanhas de
esclarecimento e conscientização,
proclamar a justiça e
a verdade por todos os quadrantes,
permanente e incansavelmente.
Estamos a tornar-nos culpados
em virtude da nossa passividade
e do nosso consentimento.
Estamos a consentir
nossa própria escravatura.
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