terça-feira, 24 de novembro de 2015

Sobre prevenir melhor que remediar

Sobre prevenir melhor que remediar

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Nas últimas semanas consciente de que a vitória se organiza prevenir é melhor que remediar, o Presidente Nyusi visitou diversas províncias e mandou levar a cabo acções de ensaio de socorro em caso de inundações e outras calamidades.
Pensar nas secas e inundações faz parte do habitual ao longo dos anos e até se criou o Instituto de Gestão das Calamidades Naturais INGC- para fazer face a estas e outras situações, por vezes até um ou outro abalo sísmico.
Para estas calamidades em suma habituais, mais um qualquer vendaval, furacão de um ou outro modo estamos organizados e capazes de intervir, socorrer, apoiar as vítimas.
Bastará isso?
Depois das negociatas que liquidaram os eucaliptos na baixa e chupavam os excessos de água, após a liquidação do circuito Repinga, não existe o perigo de ruírem as barreiras atrás dos vários JAT e as construções que se seguem?
Bairros construídos em pântanos como o Triunfo ou Casa Jovem não ameaçam a saúde e vida das pessoas, não abrem o caminho à cólera? Não se prevê algo de idêntico ao longo da Circular?
Quando se fecha o caminho para as águas subterrâneas por onde passarão elas?
Que perigos advêm para saúde pública das valas imundas da Rua Cândido Mondlane (Dona Alice), Joaquim Chissano e agora da dita Rua da Linha?
Que calamidades estão a preparar as ganâncias de algumas edilidades e respectivos subordinados e apaniguados, sócios menores e maiores?
Diariamente todos tomam conhecimento das mortandades nas nossas ruas e estradas. Ora bem, o que se faz para reduzir e tentar liquidar fazerem-se milhares de mortos e feridos, prejuízos materiais consideráveis neste país que nem produz um parafuso?
Quantas rotundas e cruzamentos beneficiam de sinais visíveis, dia e noite, bandas sonoras? Olhem para a Praça da OMM em Maputo ou a Marginal da capital? Trata-se porventura de uma situação nova?
Nenhum edil, deputado da cidade ou do país, nenhum dirigente partidário que esteja ou não no poder observa, intervém e denuncia e age para se por fim à indecência? Vivem na Lua ou numa das luas de Plutão?
Quando chove e pela noite a polícia desaparece das nossas ruas. Coitados, ninguém lhes dá capas de chuva. Muito raro controlarem os chapas que fazem ultrapassagens ultra perigosas, sem luzes, péssimos pneus e travões, condutores sem carta profissional para transportarem pessoas. Seguros dos ditos chapas my love? Mito!
Queremos ou não e com acções concretas por termo à mortandade nas ruas e estradas? Queremos discursos e lamentações ou que as autoridades competentes actuem?
Por toda a parte estão-se a destruir as florestas moçambicanas, para exportar toros e jamais madeira processado com valores acrescentados para a economia nacional e o emprego dos moçambicanos.
Não se replantam as áreas em que se abateram árvores, diz a lei que há obrigatoriedade em fazê-lo, mas que autoridade liga a esse detalhe, sobretudo quando por baixo ou por cima da mesa régulo e administrador de posto algo beneficiam. O que dizer das queimadas?
Em todos os países vizinhos quando ocorre uma queimada o chefe tradicional e a administração estatal local respondem pelo facto, sofrem sanções, demissões, punições.
Aqui vivemos no paraíso das queimadas e ninguém liga. Mais árvore, menos árvore para quê aborrecermo-nos?
Avisam-nos que a barragem de Kariba na fronteira entre o Zimbabué e a Zâmbia está em perigo de ruir em virtude de fragilidades nas suas bases.
Sabemos que financeira, técnica e cientificamente esses dois países vizinhos não possuem a capacidade para reparar o mal.
Imaginem as águas da albufeira de Kariba chegarem de rompante ao Zumbo, doze horas depois dizem-nos.
Depois irão abalar as estruturas da barragem de Cahora Bassa. Resistirão? Precaver o que significa, que medidas deverão tomar-se, como nos organizarmos? Deixar andar, aguardar que Deus nos acuda, fecharmos os olhos ao perigo? Sugiro:
1.             Ao longo do percurso moçambicano até Cahora Bassa, nos distritos de Zumbo, Magoé, Cahora Bassa, e na sequência Marávia, Marara, Tete, Moatize e Mutarara cavarem-se canais derivativos que até e em tempos normais permitem irrigar as planícies circunvizinhas ao rio que dispõem de terras férteis e sofrem de secas, sobretudo na margem Sul.
2.             Criarem-se sistemas de alerta permanente dia e noite para organizar a saída das gentes, do gado e dos bens.
3.             Doze horas entre Kariba Zumbo Magoé permitem algum espaço de tempo para salvarmos milhões de pessoas se estivermos organizados e soubermos para onde deverão deslocar-se.
4.             As montanhas circunvizinhas da Albufeira de Cahora Bassa podem servir de refúgio temporário.
5.             Obviamente que na catástrofe desaparecerão a cidade de Tete e as vilas de Moatize, Doa, Mutarara e Sena para não mencionar a jusante. Para onde evacuar as pessoas? Que meios?
6.             Aguentarão a serra da Caroeira e as montanhas na zona de Massangano e perto deLupata, os planaltos de Zobué Songo o ímpeto das águas e o afluxo das gentes?
Moçambique não pode permanecer indiferente ao perigo. Conjuntamente com a Zâmbia e Zimbabué deve agir e desde já junto da comunidade internacional pedindo socorro contra a possível catástrofe.
Trata-se de Kariba até ao Oceano Índico de salvar milhões de vidas. Só em Moçambique atingiram-se as Províncias de Tete, Zambézia, Manica e Sofala. Muitos biliões de dólares americanos de prejuízos podemos dizer valores incalculáveis! Precisamos de SOCORRO e rápido. Organizar os transportes para se evacuarem as gentes e quanto possível os animais.
Não basta querer proteger-se os tubarões na costa de Inhambane. Salvar as gentes mostra-se o mais fundamental. Há que agir e desde já. Trabalhar com todas organizações internacionais, países amigos, cientistas, técnicos de barragens e organizadores de canais de escoamento das águas.
P.S. Na Tanzânia quer no Lago Niassa (cujo nome unilateralmente Banda alterou) quer no lago e na plataforma continental há petróleo e gás. Os acordos entre os impérios britânico e alemão, no Século XIX, fazem que a mamã tanzaniana que lave a roupa no lago ou aí busque água viole as fronteiras. Tal como os malawianos as violam nas ilhas enclavadas sitas na parte moçambicana do lago.
Bem se esforçou uma comunicação social estrangeira e a local que lhe faz eco, em prever a derrota do CCM e do Presidente Magufuli. Ganharam os nossos amigos de sempre e ainda bem, pese o cheiro do petróleo e gás, Parabéns.
SV

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