Não pode haver uma alternância de poder, quando não existe uma alternativa política. Esta deve ser uma lição obrigatória para a Renamo, em particular para a sua chefe da bancada parlamentar, que em vez de buscar a paz e conciliação, compatível com o lugar que ocupa no hemicíclo, a sua postura e o seu discurso continuam belicistas e fora da lei.
Na Renamo não parece existir mudança de paradigma tanto na narrativa como de atitude. As continuas buscas de alternativa ensaiadas à custa da baioneta, criaram vícios e graves promiscuidades, mas não se vislumbra uma alternância de poder, porque um quadro alternativo cultiva-se com gestos de moderação política, trabalho de campo e colhe-se com flores cordiais de diálogo. Actualmente respira-se a idéia de uma contenção, no recurso ao uso de armas para fins políticos. Afinal é sempre correcta a premissa de que não pode haver democracia sem ordem nem justiça.Efectivamente afigurava-se urgente, a educação como um activo central, a uma participação civica responsável no processo politico. Esse papel por incumbência cabe aos partidos politicos, universidades e a sociedade civil. A pedagogia politica exige dos agentes políticos, políticas de ruptura, com a insanidade de buscas de alternativas à base da violência..
Sempre o disse, o poder em democracia conquista-se pelos votos, e não pelas armas. A Renamo ou muda ou será domesticada, e segundo Salvador M`tumuke ministro de defesa, o processo de desarmamento deve continuar,... E de facto continua, testemunhado pelo voluntarismo de alguns membros da organização, que semanalmente atravessam fronteiras que os separam da razão, para se entregarem às FADM, com as respectivas armas. Somos moçambicanos, não devendo existir uma linha política e ideológica divisória nesta matéria, sendo dever do cidadão apoiar a postura do governo. Filipe Nyusi não é militar de carreira, mas tendo sido ministro de defesa, sabe do que é feito um militar, e os moçambicanos são patriotas, e num instante podemos envergar o uniforme militar, para defender a soberania ao lado das FADM, sempre que o desafio acontece. Só espero que Dlhakama e quem quer que seja, tenham entendido a mensagem.
Em África um governo excessivamente tolerante, em alguns sectores da sociedade, pode ser visto como sinal de fragilidade,e em alguns sectores provoca um clima de ausência de autoridade, podendo estimular a impunidade e o crime;ora uma actuação firme e decidida, mata à nascença as raízes do mal. Nada de ditaduras, mas fortalecer a autoridade.Vivemos numa sociedade politicamente plural, sejamos realistas:O manifesto de violência quer seja verbal ou armada exibidos da Renamo em relação ao cidadão, e ao estado de direito democrático, não teriam a impunidade que tiveram de governos na Europa ou América. O líder da oposição seria réu de um juiz cruel, ollhado com desdém e condenado de unanimidade das vozes, dos cidadãos independente das variantes quadrantes políticas.
A meu ver a ameaça contra o estado de direito democrático, fica desta forma silenciada, por o governo estar muito mais empenhado nos propósitos de garantir a paz e a segurança,mas sem cedência constitucional, nem a preço algum. No fundo para o executivo de Filipe Nyusi, Moçambique deve custe o que custar, continuar na senda do desenvolvimento, e consequentemente tudo deve andar nos eixos. Talvez por isso o próprio presidente, com o seu pragmatismo tenha dado contornos novos, à questão do diálogo político, assumindo pessoalmente as despesas e o capital politico.O desarme da segurança pessoal de Dlhakama, em momento algum,pode ser visto como humilhação , e sim como início de uma nova era, de abordagem de assuntos, de interesse nacional.
Não vou discutir ou perder tempo, a falar aqui das eleições passados com um vencedor inquestionável,cuja legitimidade foi reconhecida de todos os observadores nacionais e internacionais.Ora fazer das eleições passadas um cavalo de batalha política, confirma que a Renamo esteve sempre vazia de idéias, e tem andado desesperada,e de cabeça perdida. Efectivamente quando se tira a arma, a Renamo fica sem saber o que fazer, nem qual o próximo passo.Sobre o diálogo é necessário que haja cultura de diálogo político.Dlhakama disse recentemente, que o seu inimigo não é o estado de direito democrático, mas o partido Frelimo.
Tudo quanto sei em politica não existem inimigos, e o partido Frelimo é o partido da governação.O que caracteriza os partidos democratas, é o compromisso com as regras, sempre no respeito do código da ética.A via escolhida de diabolizar os orgãos de soberania como tentáculos do partido da governação,ou ir contra o veredicto popular, como tem sido prática da Renamo em cinco eleições, funcionam como peças redutoras, num xadrez político,em que pode ser visto como tentativa de banalizar o acto político, assim como desgastar a imagem dos actores políticos, e o regime democrático.Mas qual seria o propósito em sabotar a democracia?No meu entender seria para legitimar uma causa que não se esgota numa democracia parlamentar , mas no desejo incontido de potencial tomada do poder pela força.Mas tomar o poder com recurso à força em Moçambique é um delirio esquizofrénico e dos grandes....
Os ódios figadais não levam a lugar algum, mas transferem do ónus da crise a Afonso Dlahama, ao mesmo tempo que ajudam a perceber porque até ao momento, a Renamo tenha sido reluctante em desarmar voluntáriamente as suas forças residuais.E importante para a Renamo se calhar por imperativo nacional , haver uma nova direcção desideologizada e moderada, capaz de reformular o obejctivo politico da organização, dotando-a de uma postura adequada à conjuntura política actual.É que se os actores forem os mesmos, as políticas emanadas serão as mesmas.E apesar dos 88 deputados, alguns destes incluíndo a líder parlamentar aplaudem a violência, numa demonstração de falta de cultura democrática.De quaquer maneira para crescermos harmonizados, devemos fortalecer as instituições que gerem o acto eleitoral, professionalizando o sector, como acontece em países desenvolvidos.
Quando o lider da Renamo fala de democracia, é para lhe dar legitimidade que ele próprio não acredita,contudo ele e o seu partido auferem salários, e todas as comodidades do estado.Por estar do lado da razão, da lei e do povo que o elegeu ,o governo deve sempre dialogar, mas ser inflexível, na defesa dos interesses do povo e defesa da Constituição da república.E o povo moçambicano deve valorizar a consolidação e manutenção da paz, mesmo sabendo que dificílmente podemo exigir uma cultura democrática, a quem não tem, e ate aqui recusa receber lições...
Unidade Nacional, Paz e Progresso
Inacio Natividade
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