Shamim ―Chippy‖ Shaik, antigo director de procurement e aquisições do Ministério da Defesa da África do Sul, durante a controvérsia do negócios de armas – conhecido por ―Arms Deals‖ – que levou a cadeia o seu irmão Shabir Shaik, antigo assessor financeiro do Presidente Jacob Zuma, é o actual gerente da mina da tântalo que está no epicentro de uma polémica na província da Zambézia que se saldou na morte de quatro civis. Shaik, que já teve o seu nome associado ao plágio de uma tese de doutoramento, é o gerente da mina Tântalum Mineração, na localidade de Muiane, distrito do Gilé, província da Zambézia, onde se registaram, no dia 12 deste mês, tumultos entre populares e a polícia. Na ocasião, quatro pessoas teriam sido mortas pela polícia. Os populares protestavam contra a morte de um garimpeiro e decidiram ―vingar-se‖ queimando equipamentos da mina de tântalo que é dirigida por Chippy Shaik. Na quinta-feira, segundo apuramos, teria sido despachada para Gilé uma forte unidade das Unidade de Intervenção Rápida (UIR), para supostamente conter os ânimos. Polícia cria comissão de inquérito A Polícia da República de Moçambique (PRM) acaba de criar uma comissão de inquérito para investigar as causas que culminaram com a invasão popular à mina de Muiane, no distrito de Gilé, na província da Zambézia, que ocorreu na semana finda, onde foram vandalizadas infra-estruturas, equipamentos e produtos avaliados em dez milhões de dólares norte-americanos, segundo denunciou a mineradora.
A PRM disse que a constituição da comissão visa apurar a veracidade dos factos, de forma a serem responsabilizados os autores. ―O inquérito aberto, neste momento, é para apurar as reais circunstâncias que criaram aqueles tumultos que desembocaram em danos avultados para a mineradora que esta a operar legalmente naquele distrito‖, disse no briefing semanal Inácio Dina, porta-voz da polícia no Comando-geral da PRM. Refira-se que a população local, em jeito de retaliação, queimou escavadeiras e outras máquinas e o gerente sul-africano e os trabalhadores fugiram da mina. Chippy Shaik, culpou a polícia por ―não proteger a mina‖. Quem é Chippy Shaik? Chippy Shaik, é irmão de Shabir Shaik e durante muitos anos chefiou o programa de aquisição de armas do departamento de Defesa sul-africano. Chippy terá sido inflexível a deixar aquele departamento em 2003. Shaik negou qualquer conflito de interesses com a empresa de seu irmão de Schabir a African Defence Systems (ADS). A ADS foi ―premiada‖ com o contrato de fornecimento de sistemas de combate para fragatas. Richard Young, director-gerente da empresa C212 que perdeu o concurso para a empresa do irmão de Chippy , acusou Shaik de desempenhar um papel ―impróprio na selecção dos empreiteiros‖ para as fragatas de combate porque Schabir tinha um interesse direto, como director e accionista em ambas as ADS e Thomson-CSF (África do Sul ). “Eu solicitei, posteriormente um parecer jurídico sobre esta questão, que confirmou que eu não tinha nenhum conflito de interesses no processo de aquisição”- teria dito Chippy Shaik a comissão de inquérito.
Shaik também disse que ele não tinha autoridade para aprovar ou reprovar qualquer um dos programas de aquisição. O nome de Chippy esteve envolto numa alegação de que Shaik tinha plagiado mais de dois terços da sua tese de doutoramento em engenharia mecânica em 2003 na antiga Universidade de Natal em colaboração com um grupo de acadêmicos de renome mundial. O Confidencial sabe que com passado tenebroso na África do Sul, virem dirigir empreendimentos no país e promete, nas próximas edições trazer um outro caso. In Confidencial
DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 20.11.2015
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