segunda-feira, 6 de abril de 2015

AS TROPAS DA RENAMO PODERÃO ACABAR ENTRANDO NA PROVÍNCIA DE MAPUTO



Moçambique | Projecto Autarquias Províncias da Renamo
FUGINDO À PERSEGUIÇÃO DAS ‘FDS’, AS TROPAS DA 
RENAMO PODERÃO ACABAR ENTRANDO NA PROVÍNCIA DE MAPUTO
- Afonso Dhlakama em entrevista não editada, em discurso directo


----- >> “(...) então o Dhlakama já não é o líder da Renamo, Dhlakama agora é o líder do povo de Moçambique", idem

----- >> "Eu não vou sentar com um jurista mandatado pela Frelimo (...)", idem

Beira (Magazine CRV) -- No final do concorrido comício popular que Afonso Dhlakama dirigiu nesta cidade - Sábado último - os jornalistas presentes "o investigaram" - como ele próprio acabou confessando - sobre os recentes acontecimentos militares, amplamente reportados, ocorridos na província de Gaza e sobre a questão de momento: o Projecto da Autarquias Províncias.

Sem queremos desvirtuar, adulterar ou emitir nossas opiniões à cerca do conteúdo, posições e pensamentos do líder da Renamo expressos nessa Conferencia de Imprensa, apresentamos-lhe a entrevista na integra, numa transcrição à letra:

Pergunta (P): Alega-se que o Projecto das Autarquias Provinciais tem algumas anomalias...?

Resposta, Afonso Dhlakama (R-AD): “Esqueça lá... se tem anomalias, nós não vamos dizer que não. Que indiquem o Artigo que está a ferir a Constituição. Que esses juristas também tenham a capacidade de fazer a redacção para colocarmos... se o professor cortar porque falou mal português, ele faz a correcção, então não vale a pena... que indiquem e digam que tinham que fazer assim... agora, se é uma questão politica vamos mandar passear e vamos governar...”

P: Faz fé de que o Projecto seja Aprovado?

R-AD: “...Vai ser aprovado, você mesmo acabou de me perguntar que alguns juristas levantam questões, ninguém nega... por exemplo, não sou jurista, eu participei na elaboração, dei dicas politicamente e juridicamente. Mas eu não sou advogado, não fiz direito, eu fiz ciências politicas... Agora, eu continuo a dizer, se um jurista da praça disser de boa fé que à um artigo x que está no Anteprojecto, que está a ferir a lei x da Constituição, ele (assim como teve a capacidade de dizer que fere) que tenha a capacidade de fazer redacção, corrigir, vou lhe agradecer.

O que não podemos permitir é como G40, aqueles jornalistas lá em Maputo que trabalham a favor da Frelimo que começam até a elogiar o Nyusi antes de começar trabalhar que é bom presidente quando ainda não saiu do gabinete! Isto é perder tempo, poderá fazer com que motive as pessoas para tomarmos outra posição e governarmos à força porque tenho o poder.

O que é o poder? Veja lá, se eu dizer essa gente aqui, marcharmos agora para irmos tirar aquela macua Helena Taípo, ela vai correr... vão mandar Intervenção Rápida disparar e vão acabar todas balas... se disparar, eu só vou mandar três comandos da Renamo para massacrar tudo...

Portanto, por isso jornalistas, não podem dizer o Dhlakama está a ameaçar da guerra, não quero a guerra, a idade que eu tenho já não permite falar da guerra, politicamente sim.

Agora, a população não sabe de esperar, sobretudo jovem, por isso, quando falei em dois três messes” (NR: de espera, resolução) “começaram aí a murmurar, mas eu admito é democracia. Mas em politica sei dominar, é quando eu disse, mesmo que fosse no Obama, na América, no Mandela a situação é esta, e logo começaram a bater as palmas, porque sou bom em politica.

Daí que eu também quero aproveitar, já que estão me fazer... estão me assim... parece me investigar, eu tenho a máxima certeza que o Nyusi precisa de ajuda do Dhlakama, ele. Quem pode lhe salvar agora não são os da Frelimo, é o próprio Dhlakama, porque se eu quisesse fazer confusão, a partir de Janeiro nem teria tomado posse, mas porque deixei, tomou posse.

Por isso eu quero aceitar que mesmo quando falou com os embaixadores Americano... ele a pedir o apoio, a paz, tudo tudo todo mundo a dizer pode apoiar, de certeza a União Europeia também disse que o governo precisa entender as preocupações do Dhlakama... não do Dhlakama... o Dhlakama tornou-se porta voz... como disse aquele da Frelimo, aquele escurinho forte, o Sitói, não sei se ouviu, aquele docente chegou a dizer a Frelimo não pode se preocupar com Dhlakama, as enchentes que seguem o Dhlakama... o Dhlakama tornou-se um escape dum carro que mesmo da Frelimo descontente todos vê o Dhlalkama como o único, o único que é corajoso, que diz o que sente, então o Dhlakama já não é o líder da Renamo, é o líder do povo de Moçambique, e inclusive você como jovem jornalista sou o seu líder...”

P: Vai aceitar as falhas , vai ouvir a eles...?

R-AD: “Mas você está perceber português?”

P: Mas se eles disseram, vai sentar com eles e ouvir?

R-AD: “Eu não vou sentar com um jurista mandatado pela frelimo, porque estes todos estavam aqui” (NR: a população presente no comício) “não são menos que um enviado da Frelimo”.

P: Sobre os recentes acontecimentos de Gaza...?

R-AD: “...Ainda não tenho certeza, não tenho boa informação, mas esta manhã falei com nosso Brigadeiro, disse que naquela zona de Maquenze, quase 80 Km de Guijá, os dois grupos da Frelimo que saíram de Maputo foram bombardear as nossas forças.

Felizmente todos obuses caíram fora, o nosso Brigadeiro pediu para reagir... aconteceu antes de ontem 14:00 h” (NR: Quinta-feira, 2) “mas eu disse não, ainda hoje as 14:00 h” (NR: Sábado, 4) “voltaram a bombardear, são provocações, mas terei canais próprios para fazer chegar ao Nyusi para mandar parar com isto antes que eu diga aos nossos comandos que sim, reajam. Como eu disse, não estamos interessados porque basta reagirmos vamos destruir tudo, não queremos fazer isto, não eh?”

P: Os jornalistas insistem mais sobre o assunto, e...

R-AD: “A Renamo não atacou, a Renamo foi bombardeada, felizmente as bombas antes de ontem na zona de Guijá, 80 Km... (...) ...os que bombardearam saíram de Maputo, foram nos postos Administrativos de Nalaze, no distrito de Guijá e foram bombardear a base dos militares da Renamo.

Sorte os obuses não entraram na base, usaram portanto metralhadoras, morteiro 60 mm, até dispararam armas ligeiras, eu estou em contacto com o Brigadeiro que está lá, está bem...

Portanto, os nossos saíram do sitio para uns 10... por razões de segurança... portanto... mas os militares saíram de Maputo e hoje ainda” (NR: Sábado, 4) “ao meio dia esses militares voltaram usar o morteiro de calibre 82, caíram, portanto a 300 metros da base, o comandante nosso estava muito nervoso, queria autorização para que pudesse perseguir e destruir tudo.

Voltei a dizer que não, não, não pode fazer... então, eu hoje à noite” (NR: Sábado, 4) “ou amanhã vou usar canais próprios para fazer chegar ao presidente Nyusi para que ele pode mandar parar antes que os comandos da Renamo comece a desobedecer-me...

...portanto, confirmo que houve, tratou-se de bombardeamentos feitos pela tropa da Frelimo contra a base da Renamo no distrito de Guijá, na província de Gaza”.

P: Isso compromete aquilo que foi o acordo de 5 de Setembro?

R-AD: “Sim, compromete, até porque eu quero dizer por que é que as nossas forças já estão em Guijá!?

Estão... quem foi militar sabe... estão cada dia desviando as perseguições das tropas da Frelimo. As tropas da Frelimo chegam perto a 10 km, a 20 km, os nossos com receio de serem surpreendidos e serem obrigados a terem que responder militarmente, têm que esquivar ou para esquerda ou para direita ou para o Norte ou para o Sul.

Neste caso, a táctica das topas da Renamo, não estão a esquivar para direcção Norte, estão a esquivar para a direcção Sul e acabarão por entrar na província de Maputo.

Mas isto deriva portanto a perseguição que as tropas da Frelimo estão a fazer. Aquilo que estão a fazer mesmo em Santungira, Nhamethepo, aqui em Muxúngué... fixaram novas posições quando isto foi proibido com aquele acordo de 5 de Setembro de ano passado... já repartamos EMOCHIM, todo o mundo sabe disso”. (Magazine CRV)

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