Nampula, Zambézia e Cabo-delgado são províncias que amiúde nos brindam com notícias apologéticas ao poder da "ignorância". Refiro-me as manifestações e cenas de vandalização que, às vezes, redundam em mortes. O poder de desinformação nestas três províncias é surpreendentemente enorme.
Recentemente, em plena cidade de Quelimane um grupo de cidadãos vandalizou o centro de tratamento de cólera, porque, segundo eles, lá se extraiam órgãos humanos. E não faltaram "testemunhas" zangados, que "viram" a extração destes órgãos. Até a directora da saúde não escapou à fúria popular!
Estudos sobre este fenómeno não faltam. Carlos Serra, meu professor (e de muitos outros, claro) publicou em Cólera e Catarse (2003), algumas constatações interessantes.
No seu prefácio, Joseph Hanlon escreveu: "Este estudo é importante porque escutando a população local sobre o que realmente pensa, demonstra em detalhe o clima de falta de confiança e carência". (Confira o resumo emhttp://goo.gl/IjeESn ).
As minhas perguntas
Porque estes cenários persistem?
E porque estas províncias essencialmente, incluindo as cidades, que se pressupunham que fossem mais tolerantes a campanhas (inclusive de pulverização intradomiciálira)
Será que é possível acabar com a onda de desinformação e permitir que brigadas de saúde trabalhem normalmente?
Porque ao contrário de brigadas de saneamento do meio ou saúde, as brigadas de recenseamento populacional ou eleitoral não são violentados?
Porque este episódios resultam amiúde em mortes evitáveis, estou preocupado.
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