A Renamo, principal partido de oposição, considerou, esta quarta-feira, "infelizes" as declarações do chefe de Estado, Filipe Nyusi, de que não se deve perder tempo a pensar em dividir o país, aludindo ao projecto de criação de províncias autónomas."Consideramos infeliz o discurso de Filipe Jacinto Nyusi, lamentamos que ele se tenha emocionado e acusado a Renamo de pretender dividir o país", afirmou o porta-voz da Renamo, António Muchanga, em conferência de imprensa.
Muchanga afirmou que "quem dividiu o país foi Jacinto Nyusi, quando aconselhou o presidente da Renamo [Afonso Dhlakama] a depositar o projecto das províncias autónomas na Assembleia da República".
O porta-voz da Renamo, que é também deputado na Assembleia da República, afirmou que o Projecto do Quadro Institucional das Autarquias Provinciais poderá ser debatido pelo parlamento no final deste mês, encontrando-se actualmente a ser apreciado pelas comissões parlamentares.
O projecto prevê que a Renamo governe em seis províncias do centro e norte do país, como forma de acabar com a tensão gerada pela recusa do movimento em aceitar os resultados das eleições gerais de 15 de Outubro.
Vários juristas e altos quadros da Frelimo consideram o projecto da Renamo inconstitucional, antevendo que o documento seja chumbado pela Assembleia da República, onde o partido no poder tem uma maioria absoluta de 144 deputados em 250 assentos.
Falando num comício no distrito de Magude, província de Maputo, sul do país, no âmbito da Presidência Aberta que realiza à região, o chefe de Estado afirmou que a sociedade não deve perder tempo a discutir a divisão do país, mas concentrar os seus esforços no desenvolvimento.
"O povo quer comida. O povo quer medicamentos. O povo quer água. O povo quer energia. É nisto que temos que investir o tempo para trabalharmos para o nosso povo e tirar o povo da miséria. É isso que nós devemos fazer. Agora, perder tempo sentado e reunir todos os dias como dividir Moçambique não deve ser agenda dos moçambicanos", disse o chefe de Estado.
Lusa – 22.04.2015
Sem comentários:
Enviar um comentário