O Presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, tinha acabado de abandonar um comício da sua campanha de recandidatura à presidência na cidade de Gombe, quando o local foi sacudido pela explosão de um carro armadilhado. Um fotógrafo da Agência Reuters viu o carro em chamas após o atentado, a cerca de 200 metros do estádio de Gombe. Há pelo menos um morto e 18 feridos, alguns em estado grave.
O atentado não foi reivindicado mas as suspeitas recam sobre os extremistas da guerrilha islamita Boko Haram, que pretende formar um estado sob a lei da sharia, no norte da Nigéria e que já atacou Gombe várias vezes. A contínua ameaça do Boko Haram contra as comunidades cristãs e animistas, que fez nos últimos seis anos milhares de mortos e centenas de reféns em 2014, sobretudo mulheres e jovens, está a ameaçar a unidade da Nigéria e a afetar directamente a campanha eleitoral das presidenciais marcadas para o próximo dia 14.
O Boko Haram está aproveitar a campanha para agravar ainda mais a instabilidade politica na Nigéria, uma das maiores economias de Africa e o seu maior produtor de petróleo.
Domingo, a guerrilha atacou uma mesquita de Gombe, perto de um mercado, matando cinco pessoas e ferindo oito.
O exército nigeriano repeliu por seu lado o segundo ataque em oito dias dos islamitas contra Maidiguri, a cidade do norte da Nigéria onde o Boko Haram pretende instalar o seu Governo. Anunciou ainda segunda-feira a reconquista de Gamboru e de trÊs outras localidades dominadas pelo Boko Haram.
O grupo está a tornar-se uma ameaça também para os vizinhosda Nigéria, Chad e Camarões. Ambos os países têm combatido com sucesso a presença da guerrilha nos seus territórios, infligindo pesadas perdas à guerrilha.
Campanha renhida e violenta
Campanha renhida e violenta
O actual Presidente, o cristão Goodluck Jonathan, concorre à reeleição entre críticas ferozes à sua incapacidade para deter a atividade islamita no norte. O seu rival, o ex-Presidente, militar e muçulmano Muhammadu Buhari, é o favorito nas sondagens, devido ao seu passado militar e as promessas de atacar e repelir a milícia islamita. As eleições prometem ser as mais renhidas no país desde o seu regresso à democracia participativa, em 1999.
Apoiantes do APC (Congresso de Todos os Progressistas) que apoia Buhari e do PDC (Partido Democrático do Povo), de Jonathan, já se enfrentaram em batalhas campais, que fizeram vários mortos. O Tribunal Penal Internacional já pediu contenção a ambas as partes.
Ainda esta segunda-feira, três outras bombas explodiram em rápida sucessão em três tribunais de Rivers, o centro de produção petrolífero da Nigéria. Um porta-voz da polícia local Ahmad Mohammad, afirmou que se desconhece a identidade dos atacantes. "O comissário da polícia lamenta profundamente estes ataques sem sentido contra os templos da Justiça de Rivers", afirmou Mohammad.
"Temos de perceber que a violência nunca será uma solução para os nossos problemas", acrescentou.
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