Tuesday, November 5, 2013

Renamo não tem capacidade nem vontade de voltar à guerra civil

Livre Pensador
Contra-ponto.

"...Renamo não tem capacidade nem vontade de voltar à guerra civil

REFERE ANALISTA DE UMA COMPANHIA ESPECIALIZADA NA RECOLHA DE INFORMAÇÃO MILITAR

Dhlakama quer a Renamo no Governo e a integração nas forças armadas e, consequentemente, assentos em empresas com contratos lucrativos em estradas ou minas. Não tem capacidade nem vontade de voltar à guerra civil, quer é acesso aos negócios − Robert Besseling, analista para Africa Exclusive Analysis, uma companhia especializada em recolher informação e fazer previsões sobre riscos políticos e violência por todo o mundo.

O regresso a uma guerra civil em Moçambique é improvável porque a Renamo não possui capacidade militar para enfrentar o Exército, mas existe o risco de mais ataques, afirmaram dois analistas. Robert Besseling, analista para Africa Exclusive Analysis, uma companhia especializada em recolher informação e fazer previsões sobre riscos políticos e violência por todo o mundo, afirma que a Renamo está mal armada. “São entre 400 e 600homens, veteranos e novos, mas estão mal armados, com velhas Kalashnikov AK-47 e alguns lança-granadas e talvez alguns morteiros”, afirmou. Elizabete Azevedo-Harman, investigadora no britânico Instituto Real de Relações Internacionais, tem por referência os 150 a 200 homens que um colega viu numa visita ao presidente Afonso Dhlakama no quartel-geral da Gongorosa há uns meses, antes de a base ser tomada pelas forças armadas moçambi­canas.

“A Renamo diz que tem mil [soldados], mas esse número não está prova­do”, vincou esta investiga­dora, que recordou que o acordo de paz autorizava a liderança a manter guardas armados.

Os ataques no início do ano a esquadras da Polícia terão reforçado o arsenal do grupo, mas é o conhecimen­to da geografia das duas regiões centrais do país, Sofala e Manica, que é o ac­tivo mais forte da Renamo, dizem os dois analistas.

“Não são precisos mui­tos homens para criar instabilidade”, salienta Eli­zabete Azevedo-Harman.

Mesmo sem capacidade para desencadear uma guerra civil, a Renamo poderá alimentar o conflito armado através de ataques de “guerrilha, que pode ser muito perturbadora nestas duas regiões centrais de Moçambique”. “As forças da oposição só têm capacidade para causar instabilidade atacando transportes rodoviários de passageiros ou mercadorias”, refere Robert Besseling, que admite que o conflito se prolongue por mais alguns meses. Porém, não acredita que nenhuma das partes tenha interesse em que a situação piore, e prevê o regresso às negociações, cujo sucesso depende das cedências da Frelimo, no poder, às exigências da oposição. “Dhlakama quer a Renamo no Governo e a integração nas forças armadas e, consequentemente, assentos em empresas com contratos lucrativos em estradas ou minas. Não tem capacidade nem vontade de voltar à guerra civil, quer é acesso aos negócios”, resume.Moçambique vive a sua pior tensão política e militar desde a assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992, devido a confrontos entre as forças de defesa e segurança e antigos guerrilheiros da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal partido da oposição, por causa de diferendos entre o movimento e o Governo sobre a lei eleitoral..."

In "CORREIO DA MANHÃ – 04.11.2013"

Mais um estrangeiro analista de risco a emitir sua opiniao. Nao e por acaso que o ritmo das negociacoes de paz se faz nos termos que se conhecem. E o que da ter um "governo" sombra de Consultores Estrangeiros...
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  • Tony Ciprix Confusao de espiritos, esta epoca! Oxalá que não tenha mesmo vontade de voltar a guerra. Capacidade é outro assunto!
  • Livre Pensador "o sucesso depende das cedências da Frelimo, no poder, às exigências da oposição. “Dhlakama quer a Renamo no Governo e a integração nas forças armadas e, consequentemente, assentos em empresas com contratos lucrativos em estradas ou minas. Não tem capacidade nem vontade de voltar à guerra civil, quer é acesso aos negócios”. Acreditem, nao fui eu quem lhe disse. Télio Chamuço?
  • Télio Chamuço Pensador, já tínhamos, num interessante debate, abordado esta temática nos mesmos termos em que citas o "analista". Portanto, não é segredo. Voltámos, pelos vistos, à estaca zero. E teremos problemas sérios. Eu, honestamente, porque estou farto dessa cambada de preguiçosos que não trabalha e que apenas pretende untar-se com os recursos públicos (existem em ambos os lados), nem me importaria que dividissem as mais valias do país, desde que o "meu" povo vivesse em paz. Mas reafirmo o que dizia doutra vez: não é justo, pois o povo sai prejudicado e esses recursos ou o produto/resultado desses recursos não lhes chega à boca. À mim repugna-me que um moçambicano morra de fome (literalmente) porque o que lhe devia chegar à boca para comer, é desviado para o bolso dum corrupto. É por isso que as reivindicações da Renamo são absolutamente insustentáveis, intoleráveis e, por isso, inaceitáveis. E percebo porquê o Governo não aceita. Mas, por outro lado, também censuro que alguns membros do Governo instalem o nepotismo, clientelismo e redes obscenas de tráfico de influências . Não há santos aqui (de ambos os pólos). Eu, este ou aquele pode não sofrer na pele. Mas o povo no geral sofre porque não usufrui do que é dele por direito (e não por favor) e ainda morre por nào ter durante semanas um prato de comida. É um dilema. A ter que escolher, prefiro que os corruptos e sanguessugas do erário público façam a festa, dividam o que não lhes pertence, e deixem o meu povo em paz e na paz.

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