Monday, November 11, 2013

Estamos em Guerra!

Estamos em Guerra!

Várias figuras do governo já vieram ao público afirmar que não estamos em guerra, que a situação militar que se vive no centro do país é uma situação normal e que não devemos ficar alarmados. Mesmo o presidente da República, Armando Guebuza, ao longo da sua “Presidência Aberta” nas províncias de Sofala e Manica tentou passar uma imagem de tranquilidade, mas repisando os seus apelos a preservação da paz.

Mas a paz não se define pelas palavras e sim por aquilo que acontece no terreno, na prática. E na prática decorre uma verdadeira campanha militar, um conflito armado entre as forças governamentais e as forças da Renamo que se prolonga há já algumas semanas desde a invasão à base da Renamo em Satunjira pelas forças governamentais. Embora as duas partes em conflito não di...
gam abertamente, nós estamos em Guerra!

Uma guerra é definida como sendo uma disputa armada entre dois grupos ou países. Neste contexto, adicionamos termo civil a um conflito armado entre facções, grupos ou partidos de um mesmo povo. O conflito entre a Frelimo e a Renamo trata-se de uma guerra civil por opor dois partidos políticos que fazem parte de um mesmo povo. Em outras palavras, é guerra civil porque moçambicanos vão tirando a vida de moçambicanos.

O grande erro que está a se cometer neste cenário todo é o facto de não se assumir que estamos em Guerra. Negamos o facto de estarem a se registar baixas militares em ambas as partes e que os civis inocentes são as principais vítimas desta situação. Quando as pessoas são obrigadas a abandonar as suas residências por causa dos sons das armas, das artilharias, das bazucas, das AKM’s, elas tornam-se refugiadas. As populações de Gorongosa estão fugir do conflito armado para as regiões mais seguras. Temos receio de chamar pelo próprio nome, mas estas pessoas são refugiados de guerra. Admitir que estamos em guerra somente quando a situação for a ganhar contornos proporcionais, como a morte de centenas e milhares de pessoas seria um erro trágico. Seria um erro grave porque só aí é que iremos pensar em negociar, em dialogar quando inúmeras pessoas tiverem perdido as vidas, quando tivermos provocado refugiados em massa e destruído muito das nossas infraestruturas, a nossa economia e tudo que construímos ao longo dos anos de paz.

Parece não termos tirado uma lição da guerra civil dos 16 anos! Temos que deixar a arrogância de lado e aceitar negociar. Negociar com vista a encontrar uma solução pacífica para questões que nos apoquentam, para não termos que sentar a mesa quando perdemos o pouco que construímos com muito suor. Uma coisa os nossos políticos devem saber: na guerra ninguém sai vencedor. Todos nós, todas as partes envolvidas directamente, saímos derrotados independentemente de quem sobrevive.
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  • Antonio A. S. Kawaria É sim guerra. Isto não tem outro nome. Se fosse apenas uma questão de ordem pública só envolveria à polícia e nunca ao exército. Oragnizacões como a cruz vermelha devem agir de formas a minimizar o sofrimento dos refugiados.
  • Isaias Nyamunda Quem vive no Centro do País sabe que estamos guerra pois esta a sentir na carne e na pele
  • Antonio A. S. Kawaria segundo o meu ponto de vista, o que faz com que a guerra aparentemente abranda neste momento é: 1) O repúdio popular. Se as manifestacões de 31 de Outubro fossem pró-guerra, neste momento todas as províncias estariam em combate. Recordem-se naquela semana Nampula e mesmo Cabo Delgado já vivia em guerra. 2) O governo de Guebuza está a perder até os seus aliados interno. Foi interessante escutar hoje João Massango e Sibindy. 3) Como näo conseguiram adiar as eleicões autarquícas vão esperar. As eleicões serão para eles uma sondagem sobre o apoio que têm. Como vêem Chipande não aguentou esperar e revelou

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