A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, repudiou hoje a "ameaça de retorno à violência" e reiterou a disponibilidade para o diálogo face às afirmações da Renamo de estar preparada para a guerra.
Mais de 20 anos após o fim da guerra civil moçambicana, o país volta a reviver as memórias do conflito, após a morte de quatro membros da polícia e o ferimento de outros 10, em confrontos com antigos guerrilheiros da Renamo (Resistência Nacional de Moçambique), principal partido da oposição.
Nos confrontos terá morrido também um elemento da Renamo, mas o partido desmentiu esta informação.
Os confrontos terão sido provocados pela tentativa da polícia de desalojar ex-guerrilheiros da Renamo da sede do partido em Muxúngué, província de Sofala, centro de Moçambique.
A "reunião" dos ex-combatentes da Renamo, nas palavras do partido, mas "aquartelamento", de acordo com a polícia, é parte do reagrupamento que o movimento está a fazer no âmbito da sua ameaça de boicotar as próximas eleições gerais e autárquicas, alegando que serão fraudulentas.
Em declarações, hoje, à Lusa, o porta-voz da Frelimo, Damião José, afirmou que o seu partido "repudia a ameaça de retorno à violência", manifestando-se aberto ao diálogo.
"Num quadro de funcionamento de instituições democráticas, não há lugar à guerra. Repudiamos e condenamos veementemente discursos de ameaça de retorno à violência", afirmou o porta-voz da Frelimo.
Para o partido no poder, assinalou o porta-voz, em democracia os diferendos políticos devem ser resolvidos através do diálogo, para permitir que o país se concentre nos objetivos de desenvolvimento de criação de prosperidade para todos.
Antes da atual crise entre o Governo da Frelimo e a Renamo, as duas partes realizaram uma série de conversações para ultrapassar os litígios em torno das exigências do principal partido da oposição, mas a força de Afonso Dhlakama retirou-se do processo.
PMA // VM
Lusa – 05.04.2013
NOTA:
Agora? Porquê não antes?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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