Sunday, September 8, 2013

O Ateismo de Samora

  • Sabe, Dom Jaime, eu vou à Itália. Saio daqui no dia 13 e estou lá no dia 14. Vou visitar o povo e o governo italianos. Mas não vou visitar o Papa. Não vou ao Vaticano. Tenho o escritório cheio de cartas que me aconselham a ir falar com o Papa. Falar o quê? Alguns italianos estão aqui, foram enviados para me convencer a ir ter com o Papa. Dizem que seria bom ir ter com o Papa, dada a compreensão e a aproximação da Igreja e do Estado em Moçambique. Se eu for ao Vaticano, como e onde me vai receber o Papa? Na Igreja? Na Biblioteca? Vou beijar o anel? Como vai ser isto? Não vou falar com o Papa .

    Samora Machel, aquando da Oitava Sessão da Assembleia Popular, de 6 a 9 de Outubro de 1981
  • Like · · Unfollow Post · 7 September at 17:44 near Maputo
    • Lindo A. Mondlane principios..jejejjeejej
    • José Francisco Narciso Essa foi uma das equivocações de Samira Machel, de se decolar antireligioso, e sobre tudo a Igreja Católica. De ser mas beligerante em contra da Igreja Católica, mas que os Soviticos e Comunistas Chinos juntos. Agora o seu Partido se deu conta de tão equivocados que foram a respeito. As religiões faz parte da sociedade civil e a Igreja Católica muito mas!!!
    • Luis Nhachote Já nesse altura tinha sido EXTRAJUDICIALMENTE EXECUTADOS os outros moçambicanos , leia-se " REACIONARIOS" por ordens de Machel
    • Antonio A. S. Kawaria Vale a pena conhecer a história.
    • Muhamad Yassine Desta vez o post foi um tiro no proprio pe kkkk
    • Eusébio A. P. Gwembe Apesar de D. Jaime ter considerado este discurso como de um ateu, eu penso que Samora queria evitar a internacionalização do conflito.
    • Vasco Ernesto Muando Como era exercida a religião nesta altura? Que faziam D. Jaime, D. Maria, etc?
    • Edwin Hounnou SamoraMachel nao so ateu mas e sobretudo antireligioso.
    • Germano Milagre Queria evitar a internacionalizacao Eusébio A. P. Gwembe ??? hehehehehehehe por favor ... combateram aqui vietnamitas e norte-coreanos bem como zimbabweanos do lado do governo e a renamo tinha apoios da africa do sul, eua entre outros ... como evitaro que ja estava internacionalizado ? Eu acho piada a maneira de construirem a historia utilizada pela frelimo ...
    • Eusébio A. P. Gwembe Germano, em Historia o tempo e o espaco sao elementos essenciais para a analise. Sem enquadramento dos factos no seu contexto nao passa de ima simples emocao. Quando é que cada um dos paises que evoca chegou ao pais em apoio ao regime? Ao menos sobre a Renamo o apoio externo nunca faltou desde a genese.
    • José de Matos A realidade é que o apoio externo a Frelimo nunca faltou, Eusébio A. P. Gwembe, nao ha como rodear a questao!
    • Eusébio A. P. Gwembe Esta recusa visava garantir o diálogo interno não internacionalizar o conflito porque «eu não estou a aproximar-me do Papa, mas sim dos bispos moçambicanos. Os nossos problemas devem ser resolvidos aqui». Só a 17 de Dezembro de 1982, em Maputo, o Estado reconhece a importância da Igreja na sociedade moçambicana e na aproximação das partes em conflito. No ano seguinte autorizou os Bispos moçambicanos a efectuarem a sua primeira visita “ad sacra limina apostolorum” e a convidarem o Papa a visitar Moçambique, visita que efectuou em 1988. Portanto, não concordo muito com a versão de Edwin Hounnou segundoa qual ele era anti-religioso. A religião não se limita apenasa Igreja católica. Samora tinha suas razões de aversão para com esta igreja devido as injustiças sofridas no passado, enquanto aluno, injustiças promovidas pelos padres.
    • Eusébio A. P. Gwembe José de Matos, quer dizer que já em 1981 havia tropas zimbabwenas na pátria amada?
    • José de Matos Internacionalistas do lado da Frelimo havia muito antes de 1981, Eusébio A. P. Gwembe!
    • Eusébio A. P. Gwembe A Frelimo era estado, Ze.
    • Germano Milagre O apoio militar de que falo chegou so depois do inicio da guerra dos 16 anos ( nao devemos contar com o apoio sovietico ou portugues para a formacao do exercito Mocambicano depois da independencia pois isso e outra conversa ) mas a Renamo teve instrutores rodesianos mas lutou sempre sozinha apesar do apoio logistico e material de fora... Eu continuo a afirmar que a extensao do apoio popular dos Mocambicanos foi o que viabilizou a Renamo ... os rodesianos simplesmente se aproveitaram desse facto para empurrar a renamo para outro patamar ... nao fosse a ditadura q se vivia em Mocambique, o ostracismo a que devotaram os lideres tradicionais, as operacoes producao e quejandos a Renamo nunca teria sido nem metade do que foi ... muito do que a Renamo foi na guerra foi por propria culpa da Frelimo que implantou um regime de ditadura comunista ! Mas a Frelimo teve apoio externo material desde a luta pela libertacao e depois continuou sempre ...Mas isso e um desvio ... o assunto em causa era a tua justificacao para a atitude do Samora ... arranja outra pois essa nao tem justificacao nenhuma. A segunda expliacao tua ja pode ter mais logida... embora tambem devamos por a atitude dos padres no contexto das epocas ... eu tive primos internados no D. Bosco que passaram por coisas que hoje nos parecem completamente absurdas mas na altura achava-se que aquilo e que era educacao e o certo e que alguns desses alunos que foram na epoca "humilhados" com cenas de violencia inacreditaveis mais tarde ficaram amississimos dos padres que tanto os castigaram durante o liceu ... Samora nao teve tratamento diferente, teve sim uma analise diferente do porque daquilo que eles faziam ... mas posso ate entender essa tua justificacao ... alias para mim um dos maiores defeitos de Samora como presidente era precisamente devido as suas atitudes perante as suas proprias experiencias ... um presidente deve-se elevar no sentido do interessa nacional e nao prejudicar o país pela sua experiência pessoal ou interesses pessoais ... Samora nunca me pareceu ser levado por interesses pessoais ( ao contrário dos seus sucessores ) mas agia muito na base de percepções pessoais muitas vezes irreflectidamente ( há quem gostava disso e chamava espontaneidade - eu pessoalmente acho que num presidente da republica não poder ser assim ).
    • Germano Milagre Nao eram Zimbabweanos ...esses vieram bem mais tarde e ja estava a situacao caotica ... 1o foram sovieticos e alemaes da RDA, depois vietnamitas e depois norte-coreanos ... e so depois ja na 2a metade da decada 80 e que tambem vieram Zimbabweanos sobretudo para o corredor da Beira ...
    • Germano Milagre E no falo do periodo anterior a independencia pois nao e para aui chamado. Entao Eusebio como a Frelimo era ( e ainda é ) estado podia utilizar tropas estrangeiros para chacinar Mocambicanos ? hehehehehehe as vezes deixas escapar umas lascas para nos oh amigo Eusebio
    • José Francisco Narciso A Renamo não é que tinha apoio dos Sul Africanos racistas é que o movimento era deles e criado por eles com a ajuda dos Jorge Jardim & com. Com intenções diferentes, o Boeres para impedir a progressão do ANC e os outros por ódio e rancor por a nossa Independência. Que o nosso Samora Machel teve essa equivocação contra a religião e sobre tudo a Igreja Católica, eu como Católico praticante me sabe mal. Mas essa foi objeção. Eu estive nas Forças Armadas de 1980 à 1984, e eu nunca vi um Vietnamita nem Chino nem siqueira um Soviético em alguma manobra de combate contra os guerrilheiros treinados e equipados, por Magnus Malan & co.
    • Edwin Hounnou A Historia veio a demonstrar que Samora e seus amigos estavam contra a corrente do jogo.
    • Germano Milagre Jose Francisco Narciso olha eu ate te posso dar locais aonde essas tropas estiveram estacionadas ... um deles adianto-te ja que foi em Manhangane cerca de 20 kms de Catuane a sul de Maputo ... se nunca te cruzastes com eles isso dava p outro debate. Mas q ca estiveram estiveram ... queres saber tambem em q predio estavam estacionados os elementos da Stasi em Maputo para treinar os elementos da Snasp e dar apoio logistico ? Tambem te posso indicar ... nesses tempos viviamos uma ditadura q so permitia publicacao do q lhes convinha q o povo soubesse ... quanto aos zimbabweanos isso tornou-se publico e era reportado na altura pela imprensa no Zimbabwe com numeros de efectivos e tudo. Nao adianta meter a cabeca debaixo da areia e negar o q se passou .. nao vamos a lado nenhum assim.
    • José Francisco Narciso Eu nego porque no Comando Provincial de Sofala onde eu estive afetado, em excepção de alguns especialistas Soviéticos e alguns Cubanos, não tinha alguma Força estrangeira mas. A parte no que refere aos Zimbabweanos, em Sofala tivemos algumas unidades em mediados de 1984, no ano em que tivemos uma manobra conjunta no ataque a Casa Banana, donde o Dhlakama perdeu os Óculos na sua fuga. Moçambique como Estado Independente tinha pleno direito de defesa contra a agreção externa dos Sul Africanos, orientados por Dhlakama.
    • Germano Milagre Eheheh Jose defenitivamente pareces a frelimo de Samora a falar ... tens queda pra esse teatro com todo o respeito pela tua vocacao propagandistica ... so ves o q queres ver e o resto passa-te ao lado
    • José Francisco Narciso Eu não faço propaganda de ninguém, somente a pura realidade.
    • José de Matos Hehehe, Germano Milagre, estas a ver, nao é? Umas gargalhadas nocturnas fazem sempre bem, nao é?
    • Joao Cabrita José Francisco Narciso, na Operação Cabana (1982-1983) que abrangeu Inhambane, Gaza, Manica e Sofala, houve intervenção do Zimbabwe. Nos postos de comando avançados da Operação Cabana estavam assessores soviéticos. Com a expansão da guerra para a Província da Zambézia houve participação cubana. Tal como confirma o Major das FPLM-FAM, Joaquim Manjate na tese de doutoramento (Análise Estratégica da Liderança na Guerra em Moçambique - Unidade de Esforço na Batalha da Zambézia, 1986/192), houve intervenção das TPDF (Tanzânia), para além do ZNA. Aparte a tese da instrumentalização, 'desestabilização', etc. deve-se recohecer que a Renamo estava enraizada no interior do país, o que se verificou a partir de 1979 e durou até ao fim da guerra. Nenhum outro movimento de guerrilha em toda a África Austral pode reclamar esse enraizamento.
    • Joao Cabrita José Francisco Narciso, para além de forças regulares (ZNA/TPDF e do Malawi depois do acordo firmado por Chissano-Banda) entraram forças irregulares no coflito e que tomaram parte em combates em Gaza e Cabo Delgado. Refiro-me às forças que o Reino Unido enviou para Moçambique sob a capa de segurança da Lomaco. Mas os comadantes eram das Forças Especiais britânicas (SAS), como revela Jake Harper Ronald (Sunday, Bloody Sunday: A Soldier's War in Northern Ireland, Rhodesia, Mozambique and Iraq).
    • Joao Cabrita José Francisco Narciso, a Renamo teve instrutores e pessoal médico rodesianos e sul-africanos destacados nos 'hospitais' de campanha (durante a fase da Rodésia e África do Sul, neste caso até à assinatura do Acordo de Nkomati). Mas não houve intervenção de contingentes estrangeiros em missão de combate no terreno, ao lado da Renamo.
    • Antonio A. S. Kawaria Já que Joao Cabrita falou de Joaquim Manjate, logo me lembrei da entrevista que esclarece o que muitos negam aqui:

      - Na análise académica que faz percebe que em algum momento terá havido uma fragmentação da Unidade de Esforço. O que terá levado que se
      perdesse boa parte do território, a nível da província da Zambézia, durante a guerra civil, em favor da Renamo?

      - Posso afirmar categoricamente que nunca houve fragmentação. Houve, provavelmente, a compreensão diferenciada de qual era a ameaça. Chamavámos-lhes politicamente de bandidos armados, mas a Renamo era uma organização. Pode ter uma génetica de bandido armado, mas, quando nós colocamos as teorias clássicas, que têm très pressupostos, que uma organização é um ser orgânico: ela nasceu, cresceu e transformou-se. É um ser económico. Logo, estava à procura de resultados. Tem um desenho organizacional. Sim, ela teve uma estrutura orgânica e tem objectivos concretos por alcançar. Então, a evolução da Renamo não foi compreendida claramente até ela chegar a ocupar quase 80 por cento do território na província da Zambézia como revela o mapa no livro. Nós sempre tínhamos essa capacidade de revirar a situação quando descobríssemos ela já está péssima. E a questão que se coloca é: porquê esperar que a situação se agravasse para depois revirar. É isso.'

      Notícia (19.04.2013)
    • Joao Cabrita Eusébio A. P. Gwembe, em 1982, Samora Machel talvez não pensasse em internacionalizar o conflito, mas em 1986 a situação era diferente e os dados apontam para uma intenção nesse sentido.

      O agravamento da guerra, em particular a situação na Zambézia em
      que quase todas as capitais de distrito estavam nas mãos da Renamo (o Major Manjate no livro refere que 80% da província estava sob controlo da Renamo), levou Machel a considerar a internacionalização.

      Convém ler a carta dos «Antigos Combatentes» que circulou em Maputo dias depois da morte de Machel, em que as FPLM-FAM alertam não estar dispostas a participar nessa internacionalização. O acordo Chissano-Banda logo a seguir foi sintomático.

      Os documentos encontrados nos destroços no Tupolev revelam pormenores para pôr em marcha essa internacionalização com apoio do ZNA. Os cubanos teriam um papel a desempenhar.
    • Joao Cabrita Concordo com o Antonio A. S. Kawaria.

      O livro do Maj. Manjate é um trabalho sério, como já tive oportunidade de mencionar numa recensão que publiquei algures.

      Para mim foi uma experiência simultaneamente surpreendente e refrescante ler a forma impar
      cial e objectiva como um oficial das Forças Armadas de Moçambique, treinado em Cuba, e cuja missão foi cumprida durante o regime de partido único, tratou da situação militar na Zambézia.

      A obra do Maj. Manjate foi como que uma lufada de ar puro que rarefez o odor espesso e opaco que caracteriza uma grande parte dos estudos de autores estrangeiros, citados neste espaço, que não primam pela equidistância, objectividade e imparcialidade.
    • José Francisco Narciso Moçambique é um Estado soberano, e que tem pleno direito de auto defesa contra todas forças que intenta desestabilizar o nosso País.
      O que eu comentei anteriormente, foi o que eu passei durante o tempo que estive cumprindo com a Pátria. Você compatriot
      a João Cabrita, me dizes que vocês tinham médicos BOERS, como os tratavam se eles no seu País não queriam contacto com os negros? É de aí donde se nota, que para eles lhes interessava demasiado a desestabilização de Moçambique, mas a sua segregação racial praticado naquele País vizinho. Moçambique como Estado soberano, repito, se reserva todo direito de se defender de maneira que achar oportuno, incluindo a recorrer a Força Estrangeira, se assim achar oportuno.
    • Joao Cabrita José Francisco Narciso, lamento sinceramante ter ferido a sua sensibilidade de pessoa que professa o pensamento comum.
    • Lindo A. Mondlane o pensamento comun?..quem discrepa, professa o pensamento comun?..jejejejejej...vao saindo cogumelos...confirma uma vez mais a minha teoria..os do lado da direita..sao inverso e na mesma proporçao, ou mais dos do ládo de esquerda...a intolerancia é o ponto de encontro
    • José de Matos Arlindo, sabes mesmo o que é pensamento comum? E indignaçao selectiva?
    • José Francisco Narciso Mas porque esse empenho de interrogação se alguém sabe tal coisa? As observações ou comentário de cada um, são segundo a consciência de cada qual, ou não?
    • Lindo A. Mondlane neste caso se refere ao pensamento proximo ao governo...ha que entender essas coisas José de Matos, entendo que a imparcialidade, é uma tarefa nao apta para cardiacos, mas enquanto for luta de ideis, nao tem porq haver feridos..cada um tem as suas convicçoes, e ha que respeitar, e o poder estabelecido se é legitimo, é mais uma razao para apoiar, enquanto nao recorrer a violencia gratuita, mas se a violencia gratuita contra inocentes vem do lado contrario ao poder..mais razao ainda para estar do lago da legalidade...
    • Eusébio A. P. Gwembe Joao Cabrita, em 19 de Outubro de 1986, morre Samora Machel, num acidente de aviação em território sul-africano. As causas do acidente ainda são matéria de discussão, havendo duas hipóteses: atentado/assassinato ou acidente. Sucedeu-lhe Joaquim Alberto Chissano, em 6 de Novembro de 1986, numa altura em que a guerra se alastrava cada vez mais. Defendeu a paz por via do diálogo, contrariando o desejo de alguns generais que pretendiam alcança-la por uma solução militar. Entretanto, os generais mostravam-se confiantes que com mais dinheiro no orçamento para a Defesa e Segurança poderiam recuperar as áreas perdidas. Como prova, em Dezembro de 1986, iniciaram com o processo de recuperação das vilas tomadas pela Renamo na Zambézia: Chinde caiu no mesmo mês, Luabo, em Janeiro de 1987, Morrumbala em 26 de Abril e Gilé em 16 de Junho de 1988, o que forçou a Renamo a optar pelas emboscadas contra as colunas militares, emboscadas que criaram uma insegurança na movimentação de pessoas e bens. A crescente certeza de que o país ficaria dividido levou as FPLM a criarem o Posto de Comando Avançado do Estado-Maior-General em Quelimane, chefiado pelos generais Hama Thai e Lagos Lidimo, com as funções de comunicações e contrainsurreição. Mesmo assim, a Renamo intensificou os combates como forma de pressão ao regime que se viu obrigado a ir para a mesa de negociações quando grande parte do território estava ocupado pela guerrilha, e nas cidades havia grande número de infiltrados, incluindo na capital. Inúmeros generais do exército reconhecem este facto. Alcido Chivite, uma destacada figura da Frelimo diz que "há uma particularidade muito esquisita, porque muita gente não entende como Chissano apareceu à frente. Para mim ele foi enviado por Deus para vir salvar a Frelimo da derrota e o Povo moçambicano da Guerra. Ele conseguiu converter a derrota em vitória porque em termos práticos, a Frelimo militarmente tinha Perdido a Guerra com a Renamo ".
    • Eusébio A. P. Gwembe Dito isto, Joao Cabrita, não acha que a actual pressão que a Renamo faz é inspirada nos sucessos que obteve nos últimos anos do conflito, ou seja, que vale a pena voltar ao seu modus operandi com o qual obteve algum sucesso?
    • José de Matos Verifiquei que nao sabes, Lindo A. Mondlane! Ate agora so andas aqui as voltinhas com a capa da imparcialidade! A imparcialidade nao é tarefa nenhuma, é uma questao de seriedade, quem é imparcial nunca pode ser selectivo na indignaçao, ate agora so estas a ver um lado!
      Eusébio A. P. Gwembe, concordas com isto?
      -" Posso afirmar categoricamente que nunca houve fragmentação. Houve, provavelmente, a compreensão diferenciada de qual era a ameaça. Chamavámos-lhes politicamente de bandidos armados, mas a Renamo era uma organização. Pode ter uma génetica de bandido armado, mas, quando nós colocamos as teorias clássicas, que têm très pressupostos, que uma organização é um ser orgânico: ela nasceu, cresceu e transformou-se. É um ser económico. Logo, estava à procura de resultados. Tem um desenho organizacional. Sim, ela teve uma estrutura orgânica e tem objectivos concretos por alcançar. Então, a evolução da Renamo não foi compreendida claramente até ela chegar a ocupar quase 80 por cento do território na província da Zambézia como revela o mapa no livro. Nós sempre tínhamos essa capacidade de revirar a situação quando descobríssemos ela já está péssima. E a questão que se coloca é: porquê esperar que a situação se agravasse para depois revirar. É isso.'

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