Sem margem para grandes dúvidas, as mortes nas
estradas por acidentes de viação são, hoje, um problema nacional. Todos
os anos, centenas de pessoas perdem a vida, ficam feridas, muitas
inutilizadas para o trabalho, em consequência de acidentes de viação. Logo, são muitas as famílias atingidas por este flagelo. Que não escolhe sexo nem idade. São homens, mulheres, crianças, jovens e velhos. Uma situação que também preocupa o governo. Daí a tomada de medidas, pelo Conselho de Ministros, para tentar inverter a situação. Sob o título Buscam-se medidas para travar o drama, o jornal “Notícias” da passada quarta-feira (primeira página), não deixa margem para dúvidas: Setecentas e quarenta e três pessoas morreram vítimas de acidentes de viação no primeiro semestre deste ano como resultado de 1470 sinistros contabilizados. Para minimizar os sinistros e o seu impacto negativo, está em curso um conjunto de medidas que incluem a introdução de computadores de bolso (PDA’s) com os quais é possível conferir a situação dos automobilistas e viaturas a partir de qualquer ponto do país. Esta é uma das decisões saídas da sessão do Conselho de Ministros realizada ontem, em Maputo. Sobre os dados da sinistralidade nas nossas estradas, o matutino escreve que Em relação ao mesmo período do ano passado, em que foram registados 1555 sinistros, registou-se uma redução no número de acidentes mas, em contrapartida, houve cinco vítimas mortais a mais assim, como maior número de casos de danos materiais. Esta situação, segundo o porta-voz do Conselho de Ministros da referida sessão, constitui preocupação, daí estarem em curso medidas visando reduzir os acidentes que têm como causas recorrentes o excesso de velocidade e a não observância das regras de trânsito. Lembrou que a maior parte dos casos registados envolveu transportes de passageiros e de carga. Poderíamos ir bem mais além. Por as causas dos acidentes de viação poderem ser muitas mais do que aquelas que são normalmente apontadas. O que parece ser do conhecimento do Executivo que tem estado a monitorar para que os condutores que saem das escolas de condução estejam melhor capacitados. Para o efeito, as escolas são classificadas em função do seu desempenho. Sem dúvida, uma decisão a todos os títulos oportuna. E com a qual não concorda ou quem decide atirar o grave problema da sinistralidade para trás das costas. Como parece ser o caso do presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo. Que agora até se faz transportar pelas artérias do seu regulado em viatura de luxo e com batedores. Bem sentado, confortavelmente sentado no banco de trás.Com óculos escuros e a receber e enviar mensagens electrónicas. Sem levantar a cabeça, sem olhar para a esquerda nem para a direita. De facto, a realidade incomoda. E a realidade todos nós podemos ver. Conhecer. Conhecemos. É o lixo, é a imundice, é o caos e a ilegalidade dos transportes públicos. Com óculos escuros, o problema pode parecer menos grave. Mas não deixa de existir. Como costuma dizer-se, o pior cego é aquele que não quer ver.
Apenas algumas questões, poucas, que me parecem pertinentes. Dado que o Conselho Municipal parece ter abdicado das suas obrigações, dos seus deveres de gestor da coisa municipal, talvez seja o momento de o Conselho de Ministros intervir. Para acabar com o caos. E para colocar ordem e disciplina onde ela deve e tem de existir. Custa compreender e aceitar como os chamados “Chapas” de caixa aberta circulam como circulam. Por onde e quando querem. Transportando pessoas, seres humanos, em condições mais degradantes do que é transportado gado. Também não se percebe muito bem, o motivo pelo qual, a mim, ou a qualquer outro cidadão, é exigido o comprovativo da inspecção da viatura. Constantemente. Mas e muito e bem. Só ficaria muito mais tranquilo se ficasse a saber que este procedimento era uniforme. Igual para todos. Não está a ser assim. Há por aí muita ilegalidade autorizada. Muita ilegalidade que se tornou legal. O que é uma pena. Mas que prova que ainda há muita casa por varrer. Que é preciso varrer a casa.
inutilizadas para o trabalho, em consequência de acidentes de viação. Logo, são muitas as famílias atingidas por este flagelo. Que não escolhe sexo nem idade. São homens, mulheres, crianças, jovens e velhos. Uma situação que também preocupa o governo. Daí a tomada de medidas, pelo Conselho de Ministros, para tentar inverter a situação. Sob o título Buscam-se medidas para travar o drama, o jornal “Notícias” da passada quarta-feira (primeira página), não deixa margem para dúvidas: Setecentas e quarenta e três pessoas morreram vítimas de acidentes de viação no primeiro semestre deste ano como resultado de 1470 sinistros contabilizados. Para minimizar os sinistros e o seu impacto negativo, está em curso um conjunto de medidas que incluem a introdução de computadores de bolso (PDA’s) com os quais é possível conferir a situação dos automobilistas e viaturas a partir de qualquer ponto do país. Esta é uma das decisões saídas da sessão do Conselho de Ministros realizada ontem, em Maputo. Sobre os dados da sinistralidade nas nossas estradas, o matutino escreve que Em relação ao mesmo período do ano passado, em que foram registados 1555 sinistros, registou-se uma redução no número de acidentes mas, em contrapartida, houve cinco vítimas mortais a mais assim, como maior número de casos de danos materiais. Esta situação, segundo o porta-voz do Conselho de Ministros da referida sessão, constitui preocupação, daí estarem em curso medidas visando reduzir os acidentes que têm como causas recorrentes o excesso de velocidade e a não observância das regras de trânsito. Lembrou que a maior parte dos casos registados envolveu transportes de passageiros e de carga. Poderíamos ir bem mais além. Por as causas dos acidentes de viação poderem ser muitas mais do que aquelas que são normalmente apontadas. O que parece ser do conhecimento do Executivo que tem estado a monitorar para que os condutores que saem das escolas de condução estejam melhor capacitados. Para o efeito, as escolas são classificadas em função do seu desempenho. Sem dúvida, uma decisão a todos os títulos oportuna. E com a qual não concorda ou quem decide atirar o grave problema da sinistralidade para trás das costas. Como parece ser o caso do presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo. Que agora até se faz transportar pelas artérias do seu regulado em viatura de luxo e com batedores. Bem sentado, confortavelmente sentado no banco de trás.Com óculos escuros e a receber e enviar mensagens electrónicas. Sem levantar a cabeça, sem olhar para a esquerda nem para a direita. De facto, a realidade incomoda. E a realidade todos nós podemos ver. Conhecer. Conhecemos. É o lixo, é a imundice, é o caos e a ilegalidade dos transportes públicos. Com óculos escuros, o problema pode parecer menos grave. Mas não deixa de existir. Como costuma dizer-se, o pior cego é aquele que não quer ver.
Apenas algumas questões, poucas, que me parecem pertinentes. Dado que o Conselho Municipal parece ter abdicado das suas obrigações, dos seus deveres de gestor da coisa municipal, talvez seja o momento de o Conselho de Ministros intervir. Para acabar com o caos. E para colocar ordem e disciplina onde ela deve e tem de existir. Custa compreender e aceitar como os chamados “Chapas” de caixa aberta circulam como circulam. Por onde e quando querem. Transportando pessoas, seres humanos, em condições mais degradantes do que é transportado gado. Também não se percebe muito bem, o motivo pelo qual, a mim, ou a qualquer outro cidadão, é exigido o comprovativo da inspecção da viatura. Constantemente. Mas e muito e bem. Só ficaria muito mais tranquilo se ficasse a saber que este procedimento era uniforme. Igual para todos. Não está a ser assim. Há por aí muita ilegalidade autorizada. Muita ilegalidade que se tornou legal. O que é uma pena. Mas que prova que ainda há muita casa por varrer. Que é preciso varrer a casa.
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