Os crientes dos académicos na toca da serpente

Por umBhalane said...

Caro Sr. Nthorro
Por favor não esquenta não, por causa dos Srs. Académicos.
Valem o que valem. Só.
Porém, há sempre um porém, não devemos facilitar, depreciar, desvalorizar,..., os Srs. Académicos, e suas manifestações/expressões (repare que não digo OPINIÕES).
Temos que contextualizar, apenas.
Qual é o valor das expressões desses Académicos, o seu alvo, os objectivos das falas, das "suas" ideias/ecos (supostamente livres) - e aqui, precisamente neste ponto - LIBERDADE DE EXPRESSÃO DO PENSAMENTO/IDEIAS - graças à heróica luta do Povo Moçambicano, congregado em torno da RENAMO - lembram, ou já esqueceram de "barriga cheia"?
Graças à RENAMO - histórico e irrefutável. Ponto final. De vez.
Porque dantes, nos tempos, gloriosos, só eram "livres" para expressar as ideias do patrão - a frelimo - e mesmo assim recatavam-se, tinham medo.
Não fossem tropeçar inadvertidamente, ou por mera “incompetência” para a “revolução”, que os desprezava/desprezou profundamente.
No mínimo tolerava-os displicentemente, com custo e nojo, à mistura.
Sabemos, TODOS. Cansamos de saber, Dado adquirido, consolidado. Ponto final.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…

Porque, mal que pergunte!, onde estavam, e o que fizeram, o que disseram, exprimiram, divulgaram, lutaram,...,os Srs. Académicos quando a frelimo em 1974,1975,1976,1977,e por aí fora...queimava vivos, assassinava líderes políticos não-frelimos (esquecendo os ajustes de contas internos), e milhares e milhares de cidadãos anónimos, por fuzilamento, torturas, prisões arbitrárias, deportações, campos de concentração, asfixia em prisões superlotadas, marginalização social, exclusão,...cansei...
ONDE ESTAVAM??? esses Srs. Académicos!!! - quando o Povo mais precisou deles.
Abstiveram-se, no mínimo.
Disfarçaram-se de tartarugas, escondendo-se na couraça do conhecimento, na sua pomposa academicidade, na sua redoma/campânula de vidro.
E nas mordomias, no bem bom da “Polana”.
Pois,…mas o problema foi esse mesmo.
O vidro é, geralmente, transparente.
O Povo conseguiu ver onde estavam esses Srs. Académicos, quando MAIS precisou deles, da sua voz (supostamente autorizada, alicerçada por supostos valores, e consubstanciada em conhecimento) – pagos por esse mesmo Povo.
Não querendo ser injusto, estou a falar na/da generalidade. Como é bom de ver.
Malgrado tudo isto, é bom ter em atenção os Académicos – têm o seu “público”, mormente externo – influenciam quaisquer coisas.
E também um “público” citadino/urbano.
Porque Sr. Nthorro, se for a Kangane, Muíde, Baoaze, Muto, Jalale,…quer dizer ao Moçambique profundo, o dos Xingondos absolutamente pobres, e também dos relativamente pobres, …, nunca ninguém lhes ouviu de falar.
Mas, também, se for em Luabo, Mocuba, Marromeu, Inhaminga,…quer dizer, ao Moçambique semiprofundo, também não, na generalidade geral.
Talvez “um” só saiba desses Srs. Académicos.
Agora, lá no ninho da serpente, da jibóia, Ntsato – MAPUTO - tem a sua clientela certa.
É lá que estão as embaixadas, os ditos cooperantes, os capturados à chegada para elaboração das dissertações/teses/estudos, que comem a “palha” que os N’gunis lhes dão, lá no bem-bom, etc, etc, etc,…, duma certa fauna, e depois escrevem/publicam coisas mirabolantes.
O ninho da serpente é muito importante – daí o valor dos Srs. Académicos.
Daí, também, o valor do PODER.
PODER.
Este é o cerne da questão, o fulcro, o ponto essencial, nevrálgico, que tudo, ou quase tudo, é passível de resolver.
Mas que a frelimo não conseguiu – DESCONSEGUIU.
E a RENAMO já sabe/compreendeu/percebeu/viu/descobriu/achou…à própria custa, e dos Xingondos também, sobretudo, e de que maneira.
Porque, Caro Sr. Nthorro, no dia em que a balança do PODER, começar a inclinar para a RENAMO/Xingondos, ou outro, os pronunciamentos desses Srs. Académicos, vão-se inclinar da mesma maneira, até se colarem ao novo dono.
Já falei que a RENAMO deve “capturar” Académicos, e mesmo que não lhes deseje, deve “ouvir”.
Só “ouvir”.
Para “começar”.
Há muitas mais coisas para escrever, mas…
A LUTA É CONTÍNUA