30.10.2012, 15:50
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EPA
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A Rússia exige a devolução dos equipamentos confiscados pela Turquia num avião sírio que levantou voo em 10 de outubro em Moscou, seguindo para Damasco. No céu por cima de Ancara, dois caças obrigaram a aeronave a aterrar.
A Rússia exige a devulução de 12 caixas com equipamentos para
estações de radar. Contudo, fontes diplomáticas não excluem que a carga ficará
na Turquia, explicando que o piloto sírio exigiu um recibo durante a apreensão
das embalagens, mas não o recebeu.
As conversações têm por tarefa principal garantir a devolução dos
equipamentos ao fabricante, comunicaram as fontes próximas das estruturas russas
da cooperação militar-técnica. Nas suas palavras, este acontecimento não pode
ser qualificado senão uma apreensão forçada.
Inicialmente, Ancara declarou que o avião sírio teria transportado
munições. Mais tarde, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) russo comunicou
que a Turquia não põe em dúvida o caráter legal da carga. Há dias, o ministro
das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, declarou que a Rússia espera da Turquia
um reconhecimento público de que a aeronave não tinha a bordo armas e
munições.
A reação da parte turca à exigência da Rússia é ligada à atitude
da Turquia para com os acontecimentos na Síria, considera Alexander
Sotnitchenko, analista do Centro de Estudo do Médio Oriente Contemporâneo de São
Petersburgo. Nas suas palavras, ainda há um mês, a Turquia tentava participar
ativamente da guerra civil na Síria ao lado da oposição. Mas a situação muda,
considera o perito:
“O governo da Turquia está disposto a renunciar a esta intenção. O
diálogo sobre a atitude para com o conflito sírio agravou-se na imprensa. Pela
primeira vez após um ano ou um ano e meio, o governo pensa em vias de
afastamento de sua posição dura. Tal situação permite supor que Ancara dê provas
de bom senso e combine com a Rússia a coordenação de ações em relação à Síria.
Neste caso, naturalmente, a situação em torno da carga também será regularizada.
Isso é sobretudo importante para a Turquia, porque a Rússia é seu segundo
parceiro econômico e o país depende muito de petróleo e gás russos”.
Paralelamente às conversações sobre a devolução da carga, o
Serviço de Segurança da Rússia verifica fatos de fuga de informações sobre o
envio de equipamentos à Síria. Segundo comunicou uma fonte em estruturas
estatais, pode-se afirmar com grande certeza que as entidades russas não estão
envolvidas na divulgação de respetivas informações. Pelo visto, representantes
da parte síria são culpados pela fuga. O politólogo Stanislav Tarassov expressou
outra versão:
“Há razões para supor que o governo turco não tenha decidido
simplesmente agravar as relações com Moscou. Pelo visto, os turcos entraram em
um impasse sob a pressão dos americanos. A informação especial, enviada de
Moscou de que o avião iria transportar alegadamente uma carga militar, teve fins
provocadores, mas ela obrigou Ancara a atuar. Ao mesmo tempo, a Turquia ficou
embaraçada ou não conseguiu pôr em ação o mecanismo de consultas russo-turcas,
que deveria fazer. O problema em torno do avião implica as relações bilaterais,
mas dentro de um tempo será resolvido”.
Segundo a tonalidade da imprensa turca, afirma Tarassov, é pouco
provável este tema seja encerrado antes da visita do presidente da Rússia,
Vladimir Putin, a Ancara. Conforme comunicou há dias seu secretário de imprensa,
Dmitri Peskov, a visita adiada de Vladimir Putin à Turquia pode decorrer já em 3
de dezembro.
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