Partidos da oposição ainda não são alternativa
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- Publicado em segunda, 29 outubro 2012
O académico Lourenço do Rosário, reitor de A Politécnica, revelou numa palestra subordinada ao tema “Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP) — Percurso e Desafios para Moçambique”, havida sexta-feira na Universidade Pedagógica, delegação da Beira, que os partidos da oposição moçambicanos não são ainda alternativa de governação do país.
Este pronunciamento foi feito a propósito do tema “percurso e desafios para Moçambique”, quando o palestrante falava aos estudantes e docentes presentes da necessidade do exercício da cidadania através da pressão e crítica ao Executivo para uma boa governação.
Lourenço do Rosário afirmou que, do ponto de vista de linguagem, clareza nacional e organização, as formações políticas moçambicanas, à excepção da Frelimo, no poder, não possuem uma plataforma visionária que possa convencer a população a mudar de partido na direcção do país.
“Os discursos dos partidos da oposição em Moçambique são apenas de ataque e de queixas. Não são discursos visionários” — referiu o palestrante, destacando, por exemplo, que o presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, “que apareceu em público com um discurso intelectualista e urbano”, era suposto que capitalizasse a injustiça feita pela Comissão Nacional de Eleições ao seu partido, mas este acabou não conseguindo nas eleições gerais passadas “bater” o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
“Isso significa, portanto, que o eleitorado moçambicano ainda não acredita no Daviz Simango. Temos que ver questões concretas e objectivas de governação. Provavelmente Daviz Simango possa no futuro ser alternativa de governação do país, mas em termos organizacionais os partidos da oposição que temos em Moçambique precisam de crescer mais” — referiu o académico, indicando que a Renamo, que poderia constituir alternativa, “enfrenta problemas internos de liderança”, enquanto outras forças políticas “nascem e desaparecem posteriormente”.
Lourenço do Rosário realçou que, enquanto os partidos da oposição não representam opção credível para a governação do país, a Frelimo “vai se reestruturando e ganhando nova coesão”, uma prática que, conforme afirmou, vem sendo efectuada desde a luta armada de libertação de Moçambique.
A uma pergunta sobre as saídas para este fenómeno, ele respondeu que os moçambicanos devem exercitar-se no campo da promoção do espírito de cidadania, através do ganho de consciência de que as suas opiniões podem fazer com que os governantes mudem de posição.
Afirmou que a importância da opinião pública em relação às noções de boa governação faz parte dos grandes desafios do MARP, as quais têm por finalidade promover o crescimento do país.
“Quando a opinião pública é forte, pode pressionar sem medo. O Governo não mete medo a ninguém, temos que falar com o Governo, ao invés de ficarmos com medo” — salientou Lourenço do Rosário, para quem a boa governação não significa apenas implantação de um Governo, mas sim o contributo da avaliação das autoridades por parte de todos os cidadãos organizados em famílias, comunidades, agremiações civis, os quais indicam sugestões e solicitam contas em relação às realizações.
Um exemplo de ausência de medo em relação ao Governo, de acordo com o orador, foi a contundência que caracterizou a elaboração do relatório do MARP, razão pela qual “o documento foi mal visto pelas autoridades moçambicanas”.
O relatório, segundo Lourenço do Rosário, que preside ao Mecanismo Africano de Revisão de Pares em Moçambique, aponta muitas feridas, como a partidarização do Governo, o enriquecimento ilícito por parte dos membros deste, a corrupção generalizada, entre outras anomalias que atentam contra a boa governação do país.
“Muitas vezes, algumas figuras ligadas ao Governo, como ministros, e outras figuras do partido no poder não entendem as críticas feitas sobre as nossas fraquezas como contribuição para o melhoramento da nossa governação. Acharam que estávamos a produzir um documento para alimentar o inimigo no ataque à realidade moçambicana” — indicou o palestrante.
Este pronunciamento foi feito a propósito do tema “percurso e desafios para Moçambique”, quando o palestrante falava aos estudantes e docentes presentes da necessidade do exercício da cidadania através da pressão e crítica ao Executivo para uma boa governação.
Lourenço do Rosário afirmou que, do ponto de vista de linguagem, clareza nacional e organização, as formações políticas moçambicanas, à excepção da Frelimo, no poder, não possuem uma plataforma visionária que possa convencer a população a mudar de partido na direcção do país.
“Os discursos dos partidos da oposição em Moçambique são apenas de ataque e de queixas. Não são discursos visionários” — referiu o palestrante, destacando, por exemplo, que o presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, “que apareceu em público com um discurso intelectualista e urbano”, era suposto que capitalizasse a injustiça feita pela Comissão Nacional de Eleições ao seu partido, mas este acabou não conseguindo nas eleições gerais passadas “bater” o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
“Isso significa, portanto, que o eleitorado moçambicano ainda não acredita no Daviz Simango. Temos que ver questões concretas e objectivas de governação. Provavelmente Daviz Simango possa no futuro ser alternativa de governação do país, mas em termos organizacionais os partidos da oposição que temos em Moçambique precisam de crescer mais” — referiu o académico, indicando que a Renamo, que poderia constituir alternativa, “enfrenta problemas internos de liderança”, enquanto outras forças políticas “nascem e desaparecem posteriormente”.
Lourenço do Rosário realçou que, enquanto os partidos da oposição não representam opção credível para a governação do país, a Frelimo “vai se reestruturando e ganhando nova coesão”, uma prática que, conforme afirmou, vem sendo efectuada desde a luta armada de libertação de Moçambique.
A uma pergunta sobre as saídas para este fenómeno, ele respondeu que os moçambicanos devem exercitar-se no campo da promoção do espírito de cidadania, através do ganho de consciência de que as suas opiniões podem fazer com que os governantes mudem de posição.
Afirmou que a importância da opinião pública em relação às noções de boa governação faz parte dos grandes desafios do MARP, as quais têm por finalidade promover o crescimento do país.
“Quando a opinião pública é forte, pode pressionar sem medo. O Governo não mete medo a ninguém, temos que falar com o Governo, ao invés de ficarmos com medo” — salientou Lourenço do Rosário, para quem a boa governação não significa apenas implantação de um Governo, mas sim o contributo da avaliação das autoridades por parte de todos os cidadãos organizados em famílias, comunidades, agremiações civis, os quais indicam sugestões e solicitam contas em relação às realizações.
Um exemplo de ausência de medo em relação ao Governo, de acordo com o orador, foi a contundência que caracterizou a elaboração do relatório do MARP, razão pela qual “o documento foi mal visto pelas autoridades moçambicanas”.
O relatório, segundo Lourenço do Rosário, que preside ao Mecanismo Africano de Revisão de Pares em Moçambique, aponta muitas feridas, como a partidarização do Governo, o enriquecimento ilícito por parte dos membros deste, a corrupção generalizada, entre outras anomalias que atentam contra a boa governação do país.
“Muitas vezes, algumas figuras ligadas ao Governo, como ministros, e outras figuras do partido no poder não entendem as críticas feitas sobre as nossas fraquezas como contribuição para o melhoramento da nossa governação. Acharam que estávamos a produzir um documento para alimentar o inimigo no ataque à realidade moçambicana” — indicou o palestrante.
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