13-Feb-2005
Não há Audis blindados que abalem a calma do presidente. O petróleo roubado a Cabinda dá para tudo.
O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, mantém-se impávido e sereno. Nada (parece) o afecta. O Governo comprou viaturas de marca Audi A8 blindadas, que terão custado 800 mil dólares (620 mil euros) cada uma; elementos do seu Executivo tentam (ou será que conseguiram?) comprar jornalistas portugueses; Luanda assinou com a Chevron Texaco um mega contrato petrolífero para os poços do território ocupado de Cabinda. Tudo normal. Tão normal como o povo que morre à fome em todo
o país...
Por Manuel Gilberto
Eduardo dos Santos continua de pedra e cal, agora ainda mais com o apoio da Administração norte-americana. Apoio comprovado quando Washington negoceia com Luanda o que não devia negociar (o petróleo de Cabinda não é de Angola) ou, ainda, quando apoia a recandidatura do presidente.
Quando está em causa, entre outras variantes, o petróleo, quem melhor poderia colaborar com a ditadura de Bush do que a ditadura de Eduardo dos Santos?
O embaixador americano em Luanda, Cristopher Dell, jurou que Bush nunca sugeriu a recandidatura de Eduardo dos Santos. Ninguém acredita.
Aliás, em relação aos EUA são cada vez mais os que não acreditam em nada, sejam iraquianos, somalis ou angolanos.
Seja como for, os dados oficiais referem que mais de 60 por cento da população angolana é afectada pela pobreza.
As difíceis condições económicas e sociais dos angolanos reflectem-se em estatísticas, como as que referem que apenas 38 por cento da população tem acesso a água potável e somente 44 por cento dispõe de saneamento básico.
As estatísticas dizem ainda que apenas um quarto da população angolana tem acesso a serviços de saúde, que, na maior parte dos casos, são de fraca qualidade.
Segundo os dados oficiais, 12 por cento dos hospitais, 11 por cento dos centros de saúde e 85 por cento dos postos de saúde existentes no país apresentam problemas ao nível das instalações, da falta de pessoal e de carência de medicamentos.
A taxa de mortalidade infantil é a terceira mais alta do mundo, com 250 mortes por cada 1.000 crianças que nascem, o que significa que um quarto das crianças angolanas não completa cinco anos de vida.
Por outro lado, apesar dos esforços feitos pelas autoridades para sensibilizar a população, o número de casos de SIDA não pára de aumentar, estimando-se que cinco por cento da população esteja infectada.
As preocupações na área da Saúde incluem também o combate à malária, à doença do sono e à tuberculose, que provocam dezenas de milhares de mortos anualmente.
Os números dizem ainda que a taxa de analfabetos é bastante elevada, especialmente entre as mulheres, uma situação é agravada pelo grande número de crianças e jovens que todos os anos ficam fora do sistema de
ensino.
Este ano lectivo, aumentou significativamente o número de crianças e jovens que frequentam a escola, que são mais de três milhões, mas um milhão de jovens continua fora das escolas angolanas.
Eduardo dos Santos continua de pedra e cal, agora ainda mais com o apoio da Administração norte-americana. Apoio comprovado quando Washington negoceia com Luanda o que não devia negociar (o petróleo de Cabinda não é de Angola) ou, ainda, quando apoia a recandidatura do presidente.
Quando está em causa, entre outras variantes, o petróleo, quem melhor poderia colaborar com a ditadura de Bush do que a ditadura de Eduardo dos Santos?
O embaixador americano em Luanda, Cristopher Dell, jurou que Bush nunca sugeriu a recandidatura de Eduardo dos Santos. Ninguém acredita.
Aliás, em relação aos EUA são cada vez mais os que não acreditam em nada, sejam iraquianos, somalis ou angolanos.
Seja como for, os dados oficiais referem que mais de 60 por cento da população angolana é afectada pela pobreza.
As difíceis condições económicas e sociais dos angolanos reflectem-se em estatísticas, como as que referem que apenas 38 por cento da população tem acesso a água potável e somente 44 por cento dispõe de saneamento básico.
As estatísticas dizem ainda que apenas um quarto da população angolana tem acesso a serviços de saúde, que, na maior parte dos casos, são de fraca qualidade.
Segundo os dados oficiais, 12 por cento dos hospitais, 11 por cento dos centros de saúde e 85 por cento dos postos de saúde existentes no país apresentam problemas ao nível das instalações, da falta de pessoal e de carência de medicamentos.
A taxa de mortalidade infantil é a terceira mais alta do mundo, com 250 mortes por cada 1.000 crianças que nascem, o que significa que um quarto das crianças angolanas não completa cinco anos de vida.
Por outro lado, apesar dos esforços feitos pelas autoridades para sensibilizar a população, o número de casos de SIDA não pára de aumentar, estimando-se que cinco por cento da população esteja infectada.
As preocupações na área da Saúde incluem também o combate à malária, à doença do sono e à tuberculose, que provocam dezenas de milhares de mortos anualmente.
Os números dizem ainda que a taxa de analfabetos é bastante elevada, especialmente entre as mulheres, uma situação é agravada pelo grande número de crianças e jovens que todos os anos ficam fora do sistema de
ensino.
Este ano lectivo, aumentou significativamente o número de crianças e jovens que frequentam a escola, que são mais de três milhões, mas um milhão de jovens continua fora das escolas angolanas.
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