sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Ministério Público angolano instaurou processo-crime a líder e responsáveis da IURD no país

 
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A Procuradoria-Geral da República de Angola instaurou um processo-crime contra o líder e responsáveis da Igreja Universal do Reino de Deus, na sequência da morte de 16 pessoas por asfixia e esmagamento, a 31 de dezembro passado em Luanda.
Em comunicado de imprensa, a PGR refere que o processo-crime foi aberto depois de ter sido concluído um inquérito, instaurado a 02 de janeiro pelo presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
No documento é referido que o processo decorre sob a alçada da Direção Nacional de Investigação e Ação Penal (DNIAP) da PGR. As atividades da IURD foram suspensas por um período de 60 dias, segundo as conclusões da Comissão de Inquérito (CI) nomeada pela Presidência da República.
A agência Lusa tem repetidamente tentado obter da IURD em Angola um comentário sobre a suspensão decidida pelas autoridades angolanas e agora sobre este processo-crime da PGR mas, até agora, nenhum dirigente daquela confissão se mostrou disponível para falar.
Em causa está uma cerimónia, denominada "Vigília do Dia do Fim", que concentrou dezenas de milhares de pessoas que ultrapassaram, em muito, a lotação autorizada do Estádio da Cidadela.
A CI concluiu ainda que as mortes se deveram à superlotação no interior e exterior do Estádio da Cidadela, causada por "publicidade enganosa".
Dias antes da cerimónia, a IURD espalhou por Luanda publicidade ao evento, que designou de "Dia do Fim", na qual convidava todos a "dar um fim a todos os problemas", designadamente "doença, miséria, desemprego, feitiçaria, inveja, problemas na família, separação e dívidas".
Para a CI, esta publicidade criou, no seio dos fiéis, "uma enorme expectativa de verem resolvidos os seus problemas" e, socorrendo-se da legislação em vigor, classifica a difusão do evento como "criminosa e enganosa".
O facto da IURD não ter suspendido a cerimónia, mesmo depois de ter conhecimento da existência de vítimas mortais é outra das matérias que foi contestada pela CI.
Paralelamente ao anúncio da suspensão de atividades da IURD, a CI anunciou a proibição de quaisquer ações por parte de outras seis igrejas evangélicas, por não estarem legalizadas em Angola.
As seis confissões proibidas de levarem a cabo qualquer tipo de atividade são as Igrejas Mundial do Poder de Deus, Mundial do Reino de Deus, Mundial Internacional, Mundial da Promessa de Deus, Mundial Renovada e Igreja Evangélica Pentecostal Nova Jerusalém.
(RM/Lusa)

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