sábado, 10 de novembro de 2012

Visão e estratégias da Nação

Em: http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2004/04/index.html 

AGENDA 2025

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26/04/2004

Mistérios da arquitectura da Beira

Arquitectura

Francisco de Castro relembra o Grande Hotel da Beira, em Moçambique

Depois de muitos anos de dúvidas e pesquisa, eis que o «mistério» do Grande Hotel da Beira, em Moçambique, está resolvido. Durante décadas nos interrogávamos sobre como tinha sido possível ali edificar tamanho colosso, quem o desenhara e edificara, e quando fora realmente construído; e ainda porque fechara pouco depois de inaugurar. O arquitecto Francisco de Castro contactou-nos, e com total naturalidade, como participante activo neste já longínquo processo tudo esclareceu.
Apresentemos em primeiro lugar este autor, o qual, como muitos outros arquitectos, é quase desconhecido do nosso público. Nascido em Lisboa em 1923, fez o curso de Arquitectura entre 1939 e 1952, ano em que concluiu a sua tese, a qual versou sobre um Clube Náutico para Pedrouços - elegante solução moderna, evocando a dinâmica arquitectura brasileira da época (mereceu a classificação de 19 valores e foi publicado na renovada revista «Arquitectura»). Sendo activo desportista, e velejador, foi-lhe fácil a escolha de tema e programa.

Francisco de Castro também tirocinou brevemente com António Lino (1941) e com Pardal Monteiro (1943), e foi colega de outros autores como Nuno Craveiro Lopes e Henrique Albino, aprendendo a prática da profissão, já no final do curso, com as obras do arquitecto António Gomes Egea (em 1949; outro nome caído no esquecimento) e no «atelier» de Ruy Athoguia e Formosinho Sanchez (em 1951, participando no projecto do Bairro das Estacas, em Alvalade).
Foi então que Francisco de Castro teve a sua oportunidade, à semelhança de muitos jovens formados de então que queriam iniciar a carreira libertos do pesado constrangimento do portugalzinho ibérico, apertado na Nação salazarista. O engenheiro António Arantes e Oliveira (irmão do futuro ministro), director da Companhia de Moçambique na Beira, contratou-o, em 1953, para concluir o gigantesco hotel, já em obra na segunda cidade da colónia. José Porto, o arquitecto do projecto-base (1883-1965, de quem se fez uma exposição em Vilar de Mouros, terra natal, em 2003), tinha-se desligado do processo, regressando a Portugal, e uma obra mastodôntica com 12.000 m2, orçada em dezenas de milhar de contos, estava à deriva, sem projectos de pormenorização, sem acompanhamento por arquitecto.

A concepção da obra era de facto grandiosa, quiçá megalómana: O projecto de urbanização daquela cidade, também por José Porto, previa o funcionamento no conjunto hoteleiro, sito em vasta esplanada à borda do Índico, e de uma piscina olímpica - note-se que todo o objectivo inicial do empreendimento seria a inclusão de um casino, coisa que Salazar nunca viria a autorizar (ao que parece, por pressão dos governos da África do Sul, que queriam evitar a concorrência futura com os casinos da Suazilândia e da Rodésia) e que ditou o futuro infortúnio financeiro do empreendimento.
Em 1953, subavaliada a obra (orçada de início em 35.000 contos), queria-se inaugurar no ano seguinte; só se concluiu mais tarde, em fins de 1955, com um custo realisticamente proposto por Castro, de cerca de 90.000 contos, e com 125 quartos, em vez dos inviáveis 90 de início. Mas não deixou de primar pelo luxo e pela qualidade máxima de equipamentos e design interior, de autoria de Francisco de Castro, que tudo cuidadosamente acompanhou até à inauguração (cozinhas e lavandarias com equipamento alemão; ar condicionado na «boite»; portas de elevadores «Securit», inovadoras; mobiliário em madeira, em parte de Lisboa, em parte de um fabricante alemão local).
Dois anos depois, por via de uma gestão e de uma direcção incapazes, e também sem o afluxo de público esperado para a actividade de jogo nunca consentida, fecharia as portas - enquanto o Hotel Embaixador, no centro da cidade, obra também por F. Castro, abria em 1956-57. Foi porém local de muitos eventos complementares da «boa sociedade» beirense, ainda por muitos anos: nos amplos salões, onde se festejaram casamentos; na enorme piscina, mantida como espaço municipal; e nos bares e dancings, onde a «beira nocturna» foliava.
Preso pela atracção africana, Francisco de Castro radicou-se numa Beira em pleno crescimento, onde desenvolveu a sua actividade até 1961, quando regressou a Lisboa para tomar conta do atelier do tio, o arquitecto António Lino, então falecido. Castro foi nesse tempo professor de Desenho no recente Liceu da Beira, criado pela influência de Jorge Jardim - um personagem mítico da colónia, com quem privou. A Carlos Ivo, único arquitecto que na época vivia na Beira, vieram então juntar-se entre outros, Paulo de Melo Sampaio e João Garizo do Carmo, com os quais F. Castro trabalhou nalguns projectos conjuntos. Mencionem-se ainda como outros autores de significado, intervenientes na cidade e na região, José João Malato, Julião Azevedo e Carlos Veiga Camelo.
A lista das principais obras de F. Castro já foi inventariada por António Albuquerque (em Arquitectura Moderna em Moçambique 1949-1974, tese de licenciatura em Coimbra, 1998), mas dentre elas podemos destacar alguns edifícios de habitação e comércio («Cocorosis», na Praça do Município, 1952-54; «Megaza», de 9 pisos, em 1958), o Hotel Embaixador, de 1956-58, diversas moradias, além de projectos não edificados, para o «Diário de Moçambique» (1954) e para o Cine-Teatro Eduardo Brazão (1955). Castro ganhou ainda o prémio municipal «Dr. Araújo de Lacerda» de 1954 e de 1958 (este atribuído em 1961), respectivamente com moradias para Francisco Queriol e para Eduardo Ferreira (esta curiosamente de gosto «Português Suave»). Tratava-se de uma espécie de Prémio Valmor à escala da Beira, que foi atribuído anualmente durante os anos 1950-60.
Note-se que a gestão municipal da Beira, na segunda metade dos anos 50, era a vários títulos exemplar: na área central da cidade, apenas os arquitectos podiam assinar projectos (seguindo-se áreas onde já assinavam engenheiros, e depois, na periferia, agentes técnicos e desenhadores); os processos camarários respectivos incluíam nas telas finais os recibos de pagamento dos técnicos (escrupulosamente seguindo as tabelas do MOP) e era obrigatória uma minuciosa descrição dos trabalhos e materiais a utilizar; finalmente, um «Conselho de Estética», renovado de 6 em 6 meses, formado por arquitectos e engenheiros, tudo supervisionava.
A obra mais importante de Francisco de Castro foi projectada em colaboração com Paulo de Melo Sampaio e João Garizo do Carmo: a notável estação de caminhos-de-ferro da Beira (1958-60, inaugurada em 1966), ganha em concurso (uma iniciativa notável lançada com o empenho do arquitecto camarário Bernardino Ramalhete). Sampaio desenhou o bloco rectangular de escritórios, Garizo a parte dos cais e Castro o elegante corpo curvilíneo, de ampla transparência, da entrada (as atribuições exactas da obra, outro «mistério» só agora clarificado pelo único autor vivo). Castro foi ainda autor de inúmeros projectos em África, como os anteplanos de urbanização de Vila Cabral-Lichinga e de Tete, bem como da agência do BNU nesta cidade.
Mesmo depois de regressado a Lisboa, Francisco de Castro manteve-se sempre ligado a África, que visitava quase anualmente. Neste tempo projectou o agência do Banco Nacional Ultramarino em Quelimane, desde 1961, inaugurado tardiamente, em fins de 1973, e a Fábrica de Tabaco de Benguela, em Angola, de 1972. O BNU constitui ainda hoje, intacto, um elegante volume prismático, de ricos materiais, decorado com peças por João Ayres (pintor) e Francisco Relógio (muralista). A propósito da luxuosa sede bancária, Castro referiu-nos ainda um edifício vizinho que muito o impressionou: o notável Grande Hotel de Quelimane, contemporâneo e desenhado por Arménio Losa, impecavelmente executado por firmas do Porto; mencionou também a estação ferroviária, por Mário Couto Jorge, outro autor portuense como Losa, e a qualificada aerogare da cidade, pelo arquitecto Octávio Rego Costa, já falecido.
Em Lisboa, Francisco de Castro prosseguiu a sua actividade, sobretudo ligada à construção de edifícios bancários e de sedes de empresas: foi assessor da obra da sede do BESCL na Avenida da Liberdade (projecto de uma empresa inglesa, Building Design Partnership), projectou as sedes da Cimianto (com o arquitecto Leonardo de Castro Freire), da Cimpor, etc. - e um interessante imóvel na Rua das Picoas (com o arquitecto Sousa Dias), a Casa de Repouso do Patriarcado. Mas é sobretudo o seu assinalável ciclo de trabalhos em Moçambique que aqui desejamos e procuramos dar a conhecer.
TEXTO DE JOSÉ MANUEL FERNANDES
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Sérgio Vieira “ginga” por matar

Jornal Zambeze – 04.04.2004
Por Yá-qub Sibindy*
No jornal “Domingo” de 04 de Abril de 2004, página 8, na coluna "Carta a muitos amigos", Sérgio Vieira fala como um mestre hipócrita, de "Reconciliação com os compatriotas instrumentalizados pelos saudosistas do colonialismo e os radicais do racismo rodesiano e sul-africano” Temos imensas dúvidas se a propalada reconciliação a FREL IMO também a fez com os familiares e parentes das vítimas dos fuzilamentos e deportados protagonizados pelo regime. A reconciliação não faz esquecer que a FRELIMO fuzilou cidadãos inocentes, deportou para as densas matas do Niassa e Cabo Delgado cidadãos cujas razões são ainda desconhecidas.
Quando Sérgio Vieira, publicamente e em sede do Parlamento, declarou que “Fuzilámos os reacionários e traidores da Pátria", deveria o PGR ter requerido a sua suspensão da AR e submetê-lo à investigação. Em nenhum momento Sérgio Vieira e seus colegas carniceiros substituíram os tribunais e muito menos ainda deliberar quem é reacionário ou revolucionário, poupar a vida ou passar a certidão de óbito a cidadãos, pelo facto de não concordarem com a Frelimo. A PGR não deveria aguardar por queixas dos familiares destes para se fazer justiça.
A sobrevivência deste bando de assassinos deve-se ao facto de a Frelimo ainda continuar a controlar todos os poderes do Estado, apesar de uma separação fictícia. Sérgio Vieira não tem provas de que o Dr Eduardo Mondlane foi assassinado por Urias Simango Silvério Nongo e noutras aparições mete Samuel Dhlakama no barulho. Durante a luta de libertação nacional a Frelimo tinha estatutos e programa e não se sabe porquê um grupo de pessoas tem que decidir pela vida dos demais, à margem dos órgãos. Documentos oficiais existentes provam que Urias Simango foi vítima de uma cabala de assassinos infiltrados na Frelimo.
Urias Simango opunha-se que as armas de libertação servissem para matar combatentes e por isso arranjou-lhe vários inimigos de entre os “revolucionários" que tentavam assaltar o poder, após a morte de Eduardo Mondlane. É absurdo classificar de reaccionário alguém que pensa de tal modo. Não está claro quem se opunha à libertação da pátria. Sérgio Vieira usa sofismas para manipular a historia pretendendo ser advogado dos criminosos.
Se a Frelimo tivesse poupado a vida de Urias Simango e seus companheiros do martírio, hoje poderiam ser grandes parceiros do desenvolvimento democrático, económico, sócio-político do nosso País, tal como Nelson Mandela, poupado pelo apartheid, o tem sido para a RSA e o mundo. Temos dificuldades em dizer quem foi mais cruel, se o regime do apartheid ou os bandos revolucionários da Frelimo.
As matanças de inocentes continuaram mesmo depois de 1975
A cultura de matanças e assassinatos continuou na Frelimo mesmo depois da proclamação da Independência Nacional, em 1975. EM Moçambique havia um Estado constituído com todas as suas instituições implantadas em território nacional, deveria, por esta razão, guiar-se na base das leis e não perseguir métodos terroristas, que até aos nossos dias prosseguem sob outras formas de crime organizado que Sérgio Vieira chama de “evolução de um corpo social”.
Os juízes que são coagidos a julgar as farsas do crime organizado na BO acabam entendendo que são usados por malfeitores e dizem que os mandantes estão fora a passear a sua classe de corruptos, protegidos pelo poder do Estado. Sérgio Vieira não compreende que o seu partido já não é de “vanguarda dos operários e camponeses". Fala para as pessoas como se ainda fosse o "manda-chuvas" do SNASP, considera os outros como insignificantes que nada têm a dizer sobre o País. Ainda não entendeu que Moçambique já não é "propriedade" da Frelimo
Não fosse desconhecido teria sido morto pela SNASP
Dou-me por feliz por ter sido “um ilustre desconhecido”. Gostaria de lembrar a Sérgio Vieira que se não fossemos “um ilustre desconhecido”, não teríamos sobrevivido ao SNASP que empreendia buscas para apanhar cidadãos com opiniões diferentes ou contrárias sobre a história do País e seu Povo ou que discordavam da ideologia comunista, teria sido “pescado” e nossa família teria tomado conhecimento do facto pelos jornais anunciando a nossa “fuga” da cadeia, apelando aos GDs, GVs, Milícias Populares, Células do Partido para nos “capturarem”, tal como acontecia com vários outros moçambicanos.
Os familiares das vítimas ainda aguardam por um esclarecimento do que se passou com os seus parentes. Sérgio Vieira deve ter ficado aliviado quando Afonso Dhlakama desmentiu que não levaria os dirigentes da Frelimo ao julgamento quando fosse eleito Presidente da República. Seria “renovação na continuidade” se Afonso Dhlakama, na qualidade de chefe de Estado, impedisse que cidadãos demandem a justiça sobre os seus familiares mortos pelo regime. Sérgio Vieira não perde por esperar, o vendaval que virá partir-lhe a coluna vertebral.
Armando Guebuza, então chefe da bancada da Frelimo, não emitiu nenhuma declaração publica a distanciar-se do deputado Sérgio Vieira quando declarou que “nós matamos os reacionários e traidores”. Estamos a conviver com criminosos confessos, que não perderam tempo para tirar vida a seus compatriotas e camaradas de armas. Seria um grande erro político se nas próximas eleições o eleitorado voltar a dar voto de confiança de confiança a assassinos que ainda se não arrependeram dos seus males, por mais que o povo tente esquecer, votam à carga, vangloriando-se dos crimes hediondos que cometeram como se tivessem degolado animais.
Frelimo reclama verdade absoluta para si
Não queremos ser julgados pelas gerações vindouras quando questionarem a nossa seriedade em não termos sabido distinguir assassinos dos revolucionários, governantes honestos de bandos de malfeitores, ladrões de votos de democratas, delapidadores do bem público e “mainatos” de capitais de "empresários de sucesso". Arrogantes e incompetentes de prometedores do futuro melhor e mudanças, manipuladores da justiça. O que estamos escrevendo ficará na memória colectiva e não afundado no fundo do mar como os arquivos da Frelimo que foram mergulhados no Oceano Índico, em Dar-Es-Salam, pelos criminosos e manipuladores da história de Moçambique com objectivos de reclamar para si a verdade absoluta dos factos.
*Candidato à Presidência da República

A ESTRATÉGIA OCULTA DE JOAQUIM CHISSANO

Jornal Zambeze, coluna «Diagnosticando Moçambique» – por Yá-qub Sibindy*
26.02.2004
As fábricas, universidade, hospitais eram geridos a partir de conhecimentos científicos adquiridos nas zonas libertadas, Nachingweia e nas famosas experiências dos dez anos de guerra contra o colonialismo português. Aconselharam a Samora Machel a tomar decisões que chamaram de «salto qualitativo», quer dizer, da economia colonial devia saltar para economia socialista. O socialismo científico é a consequência da evolução da economia capitalista. Como um grupo sério e fiel ao seu chefe aconselha-o a tomar tais decisões tão absurdas e descabidas?
Depois da morte de Samora Machel, quase todos os membros do bureau político da Frelimo da era comunista e velhos colegas de Samora, assaltaram os bancos, espoliaram as empresas do Estado, tomando-as para si e seus parentes, implantando no País um capitalismo selvagem onde apenas eles aparecem como empresários de sucesso, formando-se à custa da influência do poder político que detêm, assim nasce uma classe de ricos com muito dinheiro de um lado e de outro está o povo que vive na mais absoluta miséria.
Esses ricos nascem das gritantes fraudes económicas como é o caso do ex-BCM e que indivíduos bem determinados, ligados ao poder, simularam roubo e o estado, apressadamente, o repõe e mais tarde aparecem engalanados com um novo banco-BIM e seus executores em vez de serem penalizados, foram, escandalosamente promovidos! Conhecemos os devedores do Banco Austral que com o dinheiro retirado em forma de dívida construíram mansões, compraram carros de luxo, fizeram empresas e a tentativa de cobrança custou a vida a António Siba-Siba Macuácua.
Porém, os mesmos espoliadores do erário público declaram, publicamente, que se enriqueceram à base de uma criação de patos e de boca cheia vangloriam-se da sua imaginação e apelam aos pobres para não terem medo de ficarem ricos e seguir-lhes o exemplo da criação das aves para também se tornarem ricos como eles hoje o são. Se a teoria da criação de patos fosse verdadeira a maior parte dos moçambicanos será rica e ninguém estaria hoje a viver debaixo da linha limite da pobreza absoluta e nem precisaríamos do famigerado programa PARPA, que não passa de uma mentira e diversão dos pobres.
O grupo de Chissano aconselhou Samora Machel a adoptar o socialismo, a criar aldeias comunais, a instituir lojas do povo, forçar as pessoas a trabalharem em machambas do povo, a introduzir guias de marcha para as pessoas poderem se movimentar, a sonhar com a construção da suposta cidade de Unango. Foram eles mesmos que conceberam e levaram a acabo a famigerada «operação produção» que desterrou muitos cidadãos deste país.
A grande parte dos desterrados nunca mais voltou para os seus lugares de origem, tendo acabado nas bocas dos leões e outros animais ferozes. Outros ainda sucumbiram de fome nas extensas matas do Niassa, Cabo delgado e Nampula. O cérebro desta macabra operação, Armando Guebuza, hoje apresenta-se às suas vítimas como candidato a presidente da República, pedindo-lhes votos e prometendo-lhes um futuro melhor que ele próprio pontapeou, esmagou, desprezou e escangalhou.
Em Dezembro de 1975, rebentou a primeira tentativa de golpe do estado contra a Samora Machel, partindo do quartel de Boane, devido ao desprezo que vinham praticando em relação aos combatentes da luta de libertação nacional, chamando-os javalis.
Alberto Chipande, então ministro da Defesa, traiu os revoltosos, pois que após esses terem tomado os paióis, simulou também ser revoltoso, apelando a tréguas para permitir aproximar-se, acompanhado de forças fiéis a Samora Machel, fim de desferirem um golpe fatal contra ao regime. Isso dito em língua makonde, inspirou confiança nos revoltosos. Aproximou-se junto deles, desarmando, capturando-os e conduzidos à prisão onde continuam sem julgamento. Muitos deles de lá desapareceram para sempre sem nunca terem sido julgados por nenhum tribunal instituído.
Francisco Langa, então chefe do departamento de transportes no Ministério de defesa Nacional e membro do CC da Frelimo, foi vítimas de falsas acusações e de torturas psicológicas, acabando por suicidar-se por meio de uma pistola, na sua própria residência.
Fernandes Baptista, com patente de coronel e chefe da direcção de reconhecimento no estado Maior General das Forças Armadas, agente de segurança pessoal do presidente Samora Machel desde longa data, foi acusado, secretamente, pelos extremistas de ser um indivíduo perigoso para a nação. Foi preso juntamente com o coronel Jossias Rensamo Dhlakama, chefe da direcção dos auto blindados, acusado, em comício popular, de instruir motoristas militares para acidentarem carros civis. Ambos desapareceram para sempre, sem deixar nenhum rasto nas cadeias da Frelimo.
Hoje, Armando Guebuza, pede aos familiares das suas vítimas que votem nele antes de a Frelimo indicar onde os seus entes foram enterrados para poderem realizar um funeral condigno, dentro do espírito de reconciliação nacional de que tanto andam a falar.
O signatário deste artigo foi chefe do departamento de contabilidade do Ministério da Defesa nacional, com outros chefes que o antecederam forma presos e desafectados do exército, acusados de corrupção sem provas em juízo. Foi conduzido para Sitatonga II a fim de ser fuzilado durante os combates.
A nível externo, o grupo de Chissano traçou uma estratégia que consistia em expulsar os agentes económicos e colonos que poderiam garantir a estabilidade económica, desencadeando a famigerada operação 24/20 a fim de provocar fome e consequentemente descontentamento popular.
Em 1977, Samora já governava o país com a mão de ferro. Não havia comida suficiente no mercado e tentava suavizar as longas bichas como se fosse a «organização dum povo disciplinado». Por um lado, a guerrilha da Renamo não escolhia seus alvos, queimava carros civis confundindo-os com blindados das FPLM, queimava palhotas da população, confundindo-as com casernas do exercito; mulheres, crianças, velhos, eram emboscados e mortos, confundidos com a tropa da Frelimo.
Este tipo de guerra provocou muitos deslocados que foram para as cidades e vilas à procura de abrigo. A estratégia em jogo era provocar o descontentamento, despopularizar a figura de Samora Machel, e sentenciá-lo como o maior culpado pela falta de produtos para o abastecimento das populações e acelerar a sua queda do poder – a velha teoria de separar o peixe da água.
Logo após a independência, assistiu-se a expulsão massiva daqueles colonos que batiam com o pé no chão jurando que amais abandonariam Moçambique, durante o governo de transição, queriam permanecer em Moçambique tal como os portugueses o fizeram na história do Brasil. A expulsão dos colonos visava reforçar o movimento da guerrilha anti-Samora Machel na Rodésia do Sul e Portugal assim como no resto dos países que deram retaguarda à Renamo.
Diziam a Samora que os ex-colonos eram perigosos para a política da economia socialista e de revolução, assim, Samora imbuído de espirito de confiança com os seus camaradas exarava despachos desastrosos favoráveis as desígnio dos seus opositores internos.
* Candidato à Presidência da República (Moçambique)

1 comentário:

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