sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Será a Geórgia aceite na OTAN?: Voz da Rússia

9.11.2012, 14:13
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Assembleia Parlamentar da OTAN República Tcheca Praga
© Colagem: Voz da Rússia

A 58ª sessão da Assembleia Parlamentar da OTAN abre em 9 de novembro em Praga. A capital da República Tcheca vai reunir cerca de 350 parlamentares de todos os 28 estados-membros da aliança. Observadores não esperam quaisquer surpresas ou decisões inovadoras desta sessão.

A menos que o discurso de Mikheil Saakashvili introduza alguma diversidade no trabalho da Assembleia – o presidente da Geórgia será um dos oradores na sessão plenária final.
A Assembleia da OTAN, que recebeu seu nome atual em 1998, é uma instituição internacional parlamentar desde 1955. Seus objetivos principais declarados são o reforço da cooperação e da compreensão mútua entre os países-membros da OTAN e o estabelecimento de um “canal de comunicação” oficial entre os parlamentos nacionais e os órgãos de administração da aliança.
Desta vez, a agenda da Assembleia tem muitas questões para discutir. Segundo relatado, os participantes vão discutir as lições da “revolução árabe”, o papel da OTAN na luta contra a pirataria, e até mesmo a cooperação econômica entre o Oriente e o Ocidente, e a crise do euro.
A delegação russa participa em todas atividades da assembleia desde 1994 – embora sem direito de voto decisivo. A Rússia que, como se sabe, não é um membro da aliança, considera as sessões como a de Praga como um dos aspectos da parceria entre Moscou e Bruxelas. A principal ferramenta desta cooperação é, com certeza, o Conselho OTAN-Rússia. Quanto à Assembleia Parlamentar da aliança, o lugar desta instituição na arena política ainda é incerto, nota a diretora do Centro de Segurança Europeia, Tatiana Parkhalina:
"A Assembleia Parlamentar da OTAN é uma organização pública composta de parlamentares de cada país. Em princípio, não é sequer um órgão consultivo, mas um fórum de discussão. E ela não tem um papel decisivo na tomada de decisões na OTAN – embora seus deputados sejam pessoas respeitadas dos países-membros da aliança."
A sessão plenária final contará com a participação do presidente da Assembleia Parlamentar da OTAN Karl Lamers, do secretário-geral da aliança, Anders Fogh Rasmussen, e do presidente da APCE, Jean-Claude Mignon. Parece um tanto estranho o convite feito ao presidente da Geórgia para participar na sessão final, considerando que o novo governo georgiano chamou Mikheil Saakashvili de instigador da guerra na Ossétia do Sul em 2008. No entanto, o próprio Saakashvili tem a certeza de que, com as últimas eleições, a Geórgia “mais uma vez provou sua aderência à democracia” – e, portanto, nunca esteve tão perto de aderir à OTAN. Mas o líder georgiano esquece que, mesmo formalmente, a aliança não pode aceitar Tbilissi. De acordo com seus regulamentos, países com conflitos territoriais não resolvidos não podem fazer parte da aliança, lembra o presidente do Fundo de apoio a reformas militares, Pavel Zolotariov:
"A Geórgia com os seus problemas não interessa a ninguém. Os membros da OTAN vão fingir que cumprem suas promessas e compromissos para com a Geórgia, mas não mais que isso."
No entanto, algumas promessas podem muito bem vir a ser cumpridas. Existe um acordo assinado por Washington e Tbilissi. Segundo este, os EUA pretendem ajudar a Geórgia no fortalecimento da defesa do país: desenvolvendo os sistemas de defesa aérea, reforçando a Marinha e a Guarda Costeira e criando novas instalações e um forte grupo de tropas. Alguns especialistas notam que, desta forma, o país está se tornando um dos principais postos avançados dos EUA no Cáucaso do Sul – tanto para o suprimento de uma possível ação militar contra o Irã, como para pressionar a Rússia.

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