sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Mário Coluna lança farpas ao regime

Em causa a nacionalização do seu prédio
 
“Convidaram-me para ser membro do Partido Frelimo e deputado da Assembleia da República. Aceitei. Atribuíram-me a ‘Ordem Eduardo Mondlane do Terceiro Grau’, a mais alta condecoração do Estado, mas não se recordam em devolver o meu prédio, que comprei com dinheiro de futebol”- Mário Coluna
“Nasci em Magude e depois vim para Lourenço Marques (hoje Maputo) aos 4 anos. Quero fazer chegar ao meu Governo que voltei a Moçambique porque nasci aqui. Sou bem-vindo no Benfica de Portugal com direito à casa e dinheiro, mas preferi voltar para minha terra”-Idem.
Maputo (Canalmoz) – O antigo jogador do Sport Lisboa e Benfica de Portugal e da selecção portuguesa, Mário Esteves Coluna, ou simplesmente “monstro sagrado”, anda zangado com o Governo moçambicano, por ter-lhe arrancado o seu prédio, localizado no bairro da Malhangalene, no centro da cidade de Maputo.
Coluna, que falava ontem à margem de conferência de Imprensa que serviu de lançamento da “Gala Mário Esteves Coluna”, a ser organizada pela “Casa de Moçambique em Portugal”, na Matola a 13 de Dezembro próximo, disse que comprou o prédio com dinheiro que ganhou, ao serviço do Benfica e da selecção portuguesa, onde chegou a capitanear a selecção das “quinas”. Diz que neste momento o prédio serviria de sua reforma.
Aos 77 anos, maior parte deles dedicados ao futebol em Moçambique e Portugal, Coluna diz que carrega consigo uma grande mágoa do Governo do país que o viu a nascer.
“Eles dizem que não podiam me dar o meu prédio porque em Moçambique não há exploração do homem pelo homem. Sempre pensei em Moçambique e investi num prédio. Levaram-me o prédio, até hoje”, disse.
Estas palavras, de Coluna, ganham ainda mais relevância hoje, que as mesmas pessoas que arrancaram prédios dos outros, hoje são donos não de um prédio mas de condomínios de prédios, construídos com dinheiros de proveniência duvidosa.
O antigo presidente da Federação Moçambicana de Futebol disse que já fez uma exposição ao Governo, mas a resposta que sempre teve é que não há exploração do homem pelo homem, e não percebe o que é isso.
“O meu Benfica tem espaço para mim. Eu prefiro aqui, mas o Governo não reconhece isso. Querem saber porque é que voltei a Moçambique”, disse. (Cláudio Saúte)

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