quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Eleições mais democráticas em Moçambique que nos EUA?


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Precisamente quando os Estados Unidos da América embarcaram em mais uma votação para apurar o seu novo Presidente, vale a pena estabelecer uma comparação com o sistema eleitoral moçambicano.
A maior diferença é o dinheiro. Nestas eleições americanas, os candidatos e grupos de campanha gastaram seis mil milhões de dólares, uma soma que equivale a cerca de 40 dólares por cada eleitor.
Actualmente, as grandes corporações podem gastar somas ilimitadas de dinheiro e os candidatos vencedores acabam tendo uma dívida moral com as corporações que os apoiaram financeiramente.
Em Moçambique, existem queixas frequentes sobre os contratos que são atribuídos às companhias alegadamente pertencentes a membros influentes da elite no poder.
Contudo, isso representa apenas uma fracção ínfima nos Estados Unidos quando comparado ao poder da indústria privada da saúde, Wall Street, companhias fornecedoras de equipamento militar e outras cujas contribuições na campanha eleitoral lhes confere um enorme poder sobre o novo Presidente e membros do Congresso americano.
Aliás, os EUA têm o pior sistema de saúde dos países industrializados e um dos índices de pobreza mais elevados, porque as grandes corporações compraram os membros do Governo eleitos através das suas campanhas para a angariação de fundos para as eleições.
A outra questão é a forma como o sistema americano exclui os pobres e eleitores de raça negra (a maioria dos quais deverá ter votado na reeleição de Barack Obama).
Ademais, cada um dos 50 estados americanos estabelece a sua própria lei eleitoral, e um número crescente de estados exclui cidadãos indocumentados ou que já estiveram detidos. Em alguns estados, os eleitores foram excluídos de votar sem nenhuma explicação plausível.
Nada disso acontece em Moçambique, onde é muito mais fácil um cidadão registar-se como eleitor e exercer o seu direito de voto.
Finalmente, em Moçambique ganha o candidato que conquistar o maior número de votos. Nos EUA os eleitores não votam directamente no Presidente, mas sim num “eleitor” intermediário de um colégio eleitoral que, por seu turno, vota no Presidente através de um sistema extremamente complicado.
Por isso, no ano 2000 George Bush acabou sendo eleito apesar de ter menos votos que o seu adversário do partido Democrático, Al Gore. Isso jamais poderia acontecer em Moçambique.

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