terça-feira, 6 de novembro de 2012

Desmobilizados da Renamo denunciam perseguições por secretários de bairros

Na cidade de Nampula
 
Nampula (Canalmoz) – Os desmobilizados de guerra, que durante os dezasseis anos da guerra civil combateram nas fileiras da Renamo, convocaram uma conferência de Imprensa na manhã desta segunda-feira, onde denunciaram o que chamam de “perseguições que estão a ser perpetrados pelos secretários dos bairros onde vivem”.
A conferência de Imprensa teve lugar na delegação política provincial da Renamo em Nampula. Gabriel Mutiza e Rodrigues Murateque, dois alferes desempenhando as funções de Oficial dos Efectivos e Chefe dos Desmobilizados, dirigiram-se à Imprensa para fazer as denúncias.
As perseguições têm lugar desde que Afonso Dhlakama saiu de Nampula para as matas da Gorongosa.
Gabriel Mutiza procedeu à leitura de um texto de duas páginas, tendo dito que “os desmobilizados da Renamo assim como os da luta armada de libertação nacional têm um papel importante e contributo grandioso na construção do novo estado de direito democrático”.
Na sua leitura, o ex-guerrilheiro denunciou que a discriminação dos desmobilizados da Renamo é visível sob todos os patamares, partindo ao facto de estes não terem o mesmo tratamento com os da luta armada de libertação nacional. “Porque só valorizam os desmobilizados da luta armada de libertação nacional?”, questionou para depois avançar que “na guerra dos dezasseis anos a dor sentida é a mesma. As feridas são iguais e as mortes não diferem”.
Por seu turno, Rodrigues Murateque precisou que eles foram desmobilizados porque cumpriram com um dever e apelou que “não queremos entrar em choque com os combatentes da luta armada de libertação nacional”. (Aunício da Silva)

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