sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Cabo Verde - Violência policial de proximidade

Em http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=37457&idSeccao=542&Action=noticia

Os demais jovens murmuravam: Txeu dor…hoje “é ta fronta cu nacu”, pois todos sabemos o que acontecerá na esquadra. Isto na semana de celebração de mais um aniversário da nossa polícia nacional…o que aconteceu em Safende foi só mais uma cena de proximidade policial!
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Praia, 9 de Novembro 2012 - Um grupo de jovens estavam no ghetto a desfolhear o Diagnóstico Participativo de Safende, tendo Ima chamado o de Safenbook, o mais completo documento sobre Safende recentemente apresentado. Numa conversa animada sobre como utilizar nossos recursos para melhorar o bairro e no ponto sobre necessidade de se colocar ferros para proteger “o paredão” frente a casa de Nha Julia que é alto e perigoso, eis que chega um carro de polícia. Ninguém lhes liga. Conversa prossegue com alguém dizendo que esse espaço pode dar uma praça igual ao de Ponta Txitxarro. De repente saem do carro com arma em punho e: “tudu homi mo na parede vá”. Diz um deles com uma voz de inimigo. Do outro lado da capela saem mais policiais parecendo fecho de cerco a um grupo terrorista. Todos os presentes colocam mão na parede pé aberto e a população de longe assistia.

No meio da revista a todos, um dos policiais pergunta a alguém: “és o fulano” o jovem “tuntunhiu na resposta” e ele sobe o tom de voz ”mo kes ta txomou?” O jovem deu um nome de guerra e ele o policial disse “mas abo é fulano”. Ao confirmar o nome pararam as revistas e imediatamente começou o filme que todos estamos fartos de ver: o policial deu socos, pontapés de bota, bofetadas, palavras obscenas ao jovem encostado à parede. Chega mais um carro da polícia e também mais crianças que saem da escola e assistem ao clip dos de farda. Algemaram-no e meteram no carro. Os colegas policiais observam tudo o que acontece num tom aprovador. No fim num gesto parecendo desmanipular a arma, “cara mau pa nós” entraram no carro e partiram passando sempre a frente da casa do direito de Safende.

Os demais jovens murmuravam: Txeu dor…hoje “é ta fronta cu nacu”, pois todos sabemos o que acontecerá na esquadra. Isto na semana de celebração de mais um aniversário da nossa polícia nacional…o que aconteceu em Safende foi só mais uma cena de proximidade policial!

SAFENDE, NU KA STA KALA ...
SI BU ODJA, BEM CONTANU...
NU TA POL NA PAREDE!
Nu cre zona free, ku ZERO violência policial!
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