20.11.2012, 15:45, UTC
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RIA Novosti
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Nos Balcãs sabe-se há muito que a ex-secretária de Estado dos EUA, Madeleine Albright, e o seu amigo de longa data, general Wesley Clark, antigo comandante das forças da OTAN durante os bombardeamentos da Iugoslávia, são ambos amigos e admiradores de Hashim Thaci, presidente do Partido Democrático do Kosovo (PDK) e antigo terrorista do Exército de Libertação do Kosovo.
Os dois responsáveis norte-americanos ainda hoje não lamentam terem dado ordens, a fim “de salvar os albaneses do Kosovo”, para bombardear cidades e aldeias da Iugoslávia.
Frequente perguntam a Madeleine Albright o que ela sentiu quando a Otan tomou a decisão de iniciar a operação “Força Aliada”. Em entrevista ao Huffington Post ela foi bastante sincera: “Eu só lamento que nós não tenhamos iniciado a operação aérea contra a Jugoslávia mais cedo: Penso que, em março de 1999, atuamos de forma perfeitamente correta”. O general na reserva Wesley Clark repete igualmente sem qualquer sombra de dúvida que os americanos e a OTAN salvaram os kosovares. “Fizemos tudo bem, não se podia ter tomado outra decisão”.
Outra coisa não era de esperar. Antes de qualquer operação militar, o Pentágono e a CIA contabilizam de antemão os lucros que podem vir a obter depois da sua conclusão . É importante que o futuro governo seja integrado por pessoas convenientes, que lutem pela democracia e sejam capazes, ao mesmo tempo, de ceder os “melhores bocados” aos seus então protetores e defensores.
Durante 50 anos, a Sérvia investiu na infraestrutura do Kosovo e Metohija mais de 17 bilhões de dólares. Atualmente, Hashim Thaçi e as figuras próximas usufruem de tudo o que foi feito e construído ao longo desses anos. “Isto é nosso, somos os donos do Kosovo. Tudo o que existe no território kosovar pertence apenas ao nosso Estado independente” – é esta a principal tese do governo de Pristina.
Hashim Thaci convida investidores de todo o mundo, todos os que por pouco dinheiro estejam prontos a assumir o controle das principais indústrias do Kosovo e Metohija. Quem se recusará a trabalhar em um lugar onde se pode obter lucros fantásticos? Qualquer empresário vai a correr para o Kosovo com sacos de dinheiro quando lhe dão tais garantias...
O atual primeiro-ministro kosovar há muito que se apercebeu que há que fazer privatizações. É que Belgrado pode, a qualquer momento, exigir a sua parte de seus bens...
Que acontecerá se Bruxelas apoiar as exigências justas da direção sérvia?
Em Pristina dizem abertamente que agora é a hora ideal para “apanhar” tudo, uma vez que, depois, já não interessa o que venha a acontecer. Enquanto uns falam e discutem, é a melhor hora para privatizar. Mesmo que alguém recorra aos tribunais internacionais, isso pode levar décadas.
Os patrocinadores americanos de Hashim Thaci compreendem isso perfeitamente. Por isso mesmo é que os influentes aposentados Madeleine Albright e Wesley Clark se apressam a ficar com esses “bons bocados do bolo kosovar”. Wesley Clark fez o pedido ainda na primavera de uma licença de exploração de jazigos de carvão no Kosovo. As reservas desta matéria-prima nesta região atingem 16 bilhões de toneladas, na Europa não há quem possua tais reservas.
O general tenciona produzir,com base neste carvão, cerca de 100 mil barris de petróleo sintético por dia, o que equivale a bilhões de dólares hoje e durante muitos anos. Tais lucros chegarão para o general, para os filhos dele e ainda sobrará para os netos e bisnetos.
A sua colega Madeleine Albright não fica atrás. Ela já é proprietária de um das maiores operadoras de telefonia celular do Kosovo, a empresa Ipkonet. Mas o apetite, dizem, aumenta à medida que comemos. Sabendo de antemão que Hashim Thaci não teria coragem de lhe dizer “não”. A ex-secretária de Estado norte-americana pensou em comprar os Correios e Telecomunicações Nacionais do Kosovo. Ora, isso significa cerca de um milhão de usuários de celulares e 100.000 usuários de telefones fixos.
Não há amor sem segundas intenções. Os americanos ajudaram Hashim Thaçi a se tornar dono do Kosovo, fizeram lobby à independência do território, agora podem colher os frutos.
É pouco provável que Madeleine Albright e Wesley Clark percam as licitações...
Claro que em Pristina tentarão dar a aparência de licitações justas e transparentes, provavelmente convidarão mais alguém a participar. Mas isso não passará de um espetáculo, no qual os vencedores da partida já são conhecidos. As guerras são desencadeadas por causa do dinheiro, dos negócios. Hoje muitos dos principais economistas do mundo não escondem que, para que o dólar continue a mandar no mundo, é necessário apoiar os conflitos militares. Sem isso, o grande porta-aviões chamado Estados Unidos da América simplesmente pode afundar-se.
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