quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Ao não anunciar o seu sucessor: Guebuza cometeu o maior erro estratégico da sua vida política

“A moralidade do rebanho é igual a moralidade da servidão” – filosofo alemão Friederich Nietzche

Guebuza teve uma oportunidade soberana e não aproveitou. Mostrou o seu jogo quando afastou os incómodos que tinha à sua volta. Mas não conseguiu ver o caminho certo porque a quadrilha politica é bem mais inteligente e astuta do que ele.
Por exemplo, apesar de Mulémbwè não ter sido conduzido para o chefe da comissão de verificação, foi eleito para membro da Comissão Política. Luísa Diogo mesmo tendo sido afastada dos meandros dos decisores políticos, tem votos suficientes para se candidatar. Nada esta perdido para o próprio Aires Ali.
Em política um minuto vale muito. Uma manifestação qualquer ao estilo de 1 e 2 de Setembro, uma revolta organizada dos Madgermanes pode fazer cair um governo num instante. Guebuza perdeu uma grande oportunidade porque tinha tudo para o fazer. Tinha o palco e todo aquele rebanho, menos os 23 à sua volta.
Se Mulémbwè está na filosofia de que a rebelião em si não é uma virtude pois se fosse, teríamos heróis de níveis muito baixos, Pacheco está na filosofia de que a concentração de riqueza nunca será problema enquanto existirem essas três grandes instituições de redistribuição:

Frelimo de Guebuza, amigos, mulheres e filhos e amantes. Luísa na filosofia de que a paciência e a arte de esconder a impaciência, Aires Ali na filosofia de que - a Frelimo actual existem muitos cordeiros que pensam que são leões mas é possível que um dos candidatos à sucessão de Guebuza seja um leão que todos pensam ser um cordeiro; a quadrilha politica sabendo que a maioria dos delegados está na filosofia do filósofo alemão Friederich Nietzche - “a moralidade do rebanho é igual à moralidade da servidão”, distanciou-se e está na sua original filosofia pois fomos nos que o colocamos, somos nos que o vamos tirar, a bem ou mal.
Portanto, Guebuza em Pemba foi induzido a erro pois é mais fácil controlar, influenciar e fazer o jogo dos bastidores na próxima sessão do Comité Central do que no congresso. Guebuza falhou e vai pagar pelo seu erro.
Caso Guebuza remodele o Governo: Antecipadamente demonstra que está derrotado
Se Guebuza remodela o Governo vai demonstrar que está derrotado. Pelos dados disponíveis e as circunstâncias de momento cremos que Guebuza não fará isso primeiro pelo seu carácter político e segundo porque não é um político que se deixa levar muito pela opinião pública. Também se o fizer vai demonstrar aos seus adversários internos e externos as suas próximas jogadas. Observando muito bem a situação, é como dizer que em Pemba, Guebuza jogou a primeira mão de uma final de futebol e agora falta jogar a outra final no campo do adversário.
Entretanto Guebuza tem que treinar para a segunda mão. Ora esta evidente que não vai treinar abrindo as portas para o público pois o adversário pode de antemão saber quais são os jogadores que jogarão na outra mão. Pensamos que Guebuza seria um ingénuo político se remodelasse o governo agora.
Os jogadores que movimentou em Pemba estão dentro do seu perímetro estratégico tento em conta que saiu de lá fragilizado com o cartão amarelo. Aqueles votos em brancos equivalem a 90% pois foram votos conscientes e de camaradas que conhecem a sua estratégia muito bem! De principio Guebuza politicamente esta encurralado. Portanto, o novo CC compreendeu que nestes tempos difíceis é preferível comer cacana com um sorriso alegre do que comer bife a tremer e as pressas.
Apesar de ser o único que faz a ponte entre a facção Gubuza e Chissano: Guebuza traiu Aires Ali
- Existem dossiers em negociação em cima da mesa de Guebuza que o podem levar a renunciar à Presidência da Frelimo na próxima sessão do Comité Central caso venham a público o seu conteúdo.
Pode ser que sim e pode ser que não. Guebuza pode ter traído Ali em Pemba. Afirmamos isso porque pensamos que não foi o carácter e muito menos a falta de movimentação governativa que fez com que Ali não fosse reeleito para a Comissão Política. Não se percebe muito bem como é que o Chefe do Governo tem “apoio” das massas e o seu adjunto não tem quando o Governo e o partido é o mesmo.
Alguma coisa não bate certo. Contudo, nós Cidadãos Atentos cremos que Ali foi penalizado pelos seus camaradas porque foi o rosto visível da Lei Anti-corrupção e da reforma da polícia. Todos nós lembramo-nos das críticas que a liderança e alguns deputados da bancada da Frelimo, idem os generais do sistema policial.
E, como não se distingue Estado do Governo, Estado da Frelimo, e Governo da Frelimo, o resultado foi o que nós vimos. Portanto, as regalias, tráfico de influência e os tachos poderiam acabar. Está mais do que evidente que Guebuza jogou com todos para ficar a reinar e rir. Disse: avança Ali e também disse recua Talapa. Das duas, uma: ou Guebuza traiu ou vem aí uma jogada espectacular de Guebuza.
Como bem disse um antigo combatente, esses críticos e analistas políticos não conhecem muito bem a Frelimo. Aires Ali não entrou na Comissão Política mas esta lá. De facto as pedras atiradas pelos críticos com maldade podem ser usadas por um homem na construção do seu monumento e Aires se for inteligente vai fazer isso.
Apesar da forte oposição de Guebuza: Quem ainda lava a cara suja da Frelimo com Marxismo-Leninismo é Marcelino dos Santos
- Camaradas já não têm visão de formiga
Neste Congresso ficou claríssimo que a a quadrilha política da Frelimo tomou conta das rédeas do jogo político da Frelimo. Sem Guebuza se aperceber, deixaram-no fazer tudo que ele quis fazer. Deixaram-no, ele e a sua facção, continuarem a ser consideradas pelo Povo como as cigarras da Frelimo e estrategicamente uniram-se em jeito de formiga e escolheram Jorge Rebelo para os representar. De antemão Rebelo sabia que não ia passar ao teste (não foi eleito para o CC) e também sabiam que Chipande e Marcelino por questões de centralismo democrático e tribais não poderiam sair do CC. Guebuza lentamente está a caminhar para uma ratoeira. Afinal todo o Povo em directo viu quem são as cigarras da Frelimo. No fundo Marcelino, Chipande, Chissano, Rebelo, enfim a “quadrilha”, ainda lavam o rabo ou cara (conforme as situações) sujo da Frelimo ainda por cima em publico.
Elementos da quadrilha política da Frelimo
O avanço democrático dentro do perímetro geopolítico e estratégico de Moçambique depende muito destas figuras! Radicais, polémicos, controversos, moderados, arrogantes, desequilibrados, ambiciosos. Contudo, são estas mesmas figuras que constituem o núcleo duro do situacionismo político actual.
As figuras da quadrilha política são: Marcelino dos Santos; Joaquim Chissano; Alberto Chipande; Jorge Rebelo; Armando Guebuza; Óscar Monteiro; Mariano Matsinhe; Sérgio Viera; Eneas Comiche; Pascoal Mocumbi; Jacinto Veloso; Mário Machungo; Feliciano Gundana e Graça Machel
Sucessão de Guebuza
Apesar de estarem na última carruagem, os “supostos incómodos” de Guebuza têm mais probabilidade de o suceder
Com o recém-terminado Congresso da Frelimo, a sucessão de Guebuza continua cada vez mais complicada, aliás fomos nós, cidadãos atentos, os primeiros a iniciar o debate da sucessão ao lançarmos no semanário Zambeze na edição do dia 15-04-2010 - «Conflito de gerações na sucessão de Guebuza - Gatos e gatas no saco da Frelimo» portanto, há mais de 2 anos e 4 meses. Colocámos figuras como Eduardo Mulembwe com 50 % de hipótese de ser sucessor; Aires Ali com 50%; José Pacheco com 30%; Hélder Muteia com 25%; David Simango com 25%; Graça Machel com 50%; Maria da Luz Guebuza com 50% e Luísa Diogo (na altura não colocamos nenhuma percentagem). Depois fizemos uma incursão pelos considerados candidatos da segunda linha pela mão invisível política; Por vários factores escrevemos que como candidato da segunda linha tinha Ivo Garrido tinha 75% de suceder Guebuza; Vitoria Diogo 50%; Felício Zacarias 65%; Filipe Nhussy 50%; Helena Taipo 50%; Benvida Levi 50%; Samora Júnior 50%; Hama Thay 75%, Feliciano Gundana 50% e Nyelete Mondlane com 75% de suceder a Guebuza.
“Mão invisível”
Ao contrário de muitos analistas que pensam que os candidatos à chefia da Frelimo e consequentemente do Estado têm a ver com o apoio incondicional do Comité Central enganam-se redondamente. Já dizia Adam Smith que na economia de mercado há uma “mão invisível” que conduz inteligentemente a economia sem a intervenção do Estado e, nomeadamente, sem necessidade do planeamento central da economia.
Pelo contrário, até, porque é assim, o Estado deve intervir o menos possível na vida económica. É com o mesmo raciocínio, que nós Cidadãos Atentos afirmamos que é uma “mão invisível” política que nos conduziu inteligentemente sem a intervenção de nenhum órgão da Frelimo sobretudo do Comité Central para que continuemos a dizer que o Congresso só veio filtrar mais os candidatos à sucessão de Guebuza .
Portanto, longe de discutir perfis, com ou sem choques espirituais e ideológicos, é aqui neste espaço que pretendemos dar o nosso contributo já que a Frelimo como organização política que está no poder desde a independência do pais tem responsabilidade acrescida.
A Frelimo, para sair vitoriosa nas presidenciais de 2014, precisaria de um candidato (que poderia ser uma mulher como bem o disse o ex-Presidente Chissano) que colocaria o seu carácter acima da riqueza e cujas ambições não estariam confinadas a seus próprios desejos egoístas e sobretudo que defendessem a verdade quando esta de certo modo poderia incomodar os interesses das facções.
Encontrar candidatos com estas características está a ser muito difícil, contudo, depois da realização do 10° Congresso em Pemba, os candidatos ficaram mais reduzidos tantos os da primeira linha assim como da segunda, contudo os que se seguem são os que mais se aproximam da vizinhança deste perímetro da “mão invisível”. Como bem disse Whitehead - “Mesmo a acção boa pode carregar um futuro funesto; mesmo pacífica, ela pode conter um futuro perigoso.
O papel do futuro é ser perigoso”. Assim atendendo a diversos factores e sobretudo os novos indicadores e a filtração natural eis os candidatos com mais hipóteses de suceder a Guebuza são os seguintes:
? Luísa Diogo
• Pontos fortes: Tem bastante experiência governativa porque teve por largos anos a coordenação do Governo. Como pretensa candidata soube muito bem utilizar a sua profissão para fazer política;
• Pontos intermédios: Politicamente já esta madura mas ideologicamente ainda não se definiu;
• Pontos fracos: Foi e é bastante triturada pela imprensa controlada pelos narcojornalistas devido ao carácter pouco compreendido do esposo;
• Apoio e relacionamento com as bases do partido: Razoável a nível dos 50%;
• Apoio e relacionamento relativamente ao Comité Central: Limitado a nível de 50%.
• Apoio e relacionamento com os bastidores das Forças de Defesa e Segurança: Limitado, quase que não tem acesso aos bastidores da inteligência e contra inteligência tanto da Frelimo como do Governo e do Estado. Tem ao nível dos 25%;
• Apoio e relacionamento com o Juventude: Relacionamento razoável e apoio a 50%.
• Apoio e relacionamento com o Povo: Tem bastante apoio sobretudo das mulheres.
• Apoio e relacionamento com a “quadrilha politica”: Razoável a nível de 50%;
• Apoio e relacionamento com o actual presidente da Frelimo: Quase nenhum a nível de 1%
• Apoio e relacionamento com o actual presidente honorário da Frelimo: Quase total a a nível de 99%;
• Apoio e relacionamento com os órgãos sociais da Frelimo: Razoável, a nível dos 50%;
• Capacidade de concorrer com o General Dlhakama nas presidenciais: De igual para igual, sem constrangimentos de sentimentos de inferioridade;
• Relacionamento com os partidos políticos da oposição: Politicamente saudável a nível de 50%;
• Relacionamento com os mass medias: Politicamente medíocre a nível de 15%;
• Relacionamento com as confissões religiosas: Politicamente razoável a nível de 25%;
• Relacionamento com as organizações da Sociedade Civil: Politicamente medíocre a nível de 25%;
• Relacionamento com o empresariado nacional: Politicamente bom a nível de 75%;
• Relacionamento com os parceiros instituições internacionais: Politicamente a bom a nível de 75%;
• Humilde: A sua maneira;
• Bem-humorada: Quando lhe interessa;
• Corajosa: sim, aquela famosa entrevista dada no semanário Savana é a prova disso.
• Auto controlada: Bastante principalmente quando esta junto dos seus camaradas;
• Visionário: Ao nível dos números económicos;
• Activa: sim;
• Justa: Vai aprendendo com os erros;
• Perseverante: sim;
• Politicamente exemplar: Vai aprendendo a exemplaridade com os mais velhos da quadrilha política;
Comentário do cidadão atento:
Luísa Diogo foi tida por muitos círculos sócio políticos como a espinha que a facção que o deixa andar enfiou na garganta da facção 4 x 4, aliás Guebuza teve que lhe aturar durante um mandato inteiro. Luísa não tem manchas de sangue c depois e o região centro do pais. Face a todos os factores e indicadores acima descritos fazendo a sua soma algébrica verificamos que Luísa Diogo não depende do Comité Central para ser candidata a suceder Guebuza. Se a “quadrilha política” assim o quiser, Luísa pode sim, chegar a Ponta Vermelha.
Hipóteses de ser candidata: 75%

Continua em http://ambicanos.blogspot.pt/2012/11/ao-nao-anunciar-o-seu-sucessor-guebuza_14.html

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